· 5 · Doce Como Caramelo

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Semanas já haviam se passado desde a discussão entre Emily e Anabel. A situação chegara a tal ponto, que mesmo as menores interações resultavam em ofensas cruéis.

Em uma delas em particular, na qual Anabel acusou Emily de ser “uma megera egoísta intragável” e ao que esta teria respondido meramente com “covarde” “sem noção” e “infantil”, os laços entre as duas restaram rompidos, sem a menor previsão de um retorno à normalidade.

Cedrico dividia-se entre uma e outra, sem saber que lado escolher. Não queria chatear Anabel e temia que Emily ficasse solitária. Se devia sua lealdade à uma, ao mesmo tempo, pensava em como não gostaria de ser injusto com a outra.

– Eu não aguento mais. – Cedrico apoiou o rosto nas mãos. Ele e Emily estavam no Pátio Médio, perto da sala de Transfiguração. – Vocês não podem só esquecer e fazer as pazes?

– Argh! Ela é tão infantil – Emily arrancou pedaços da grama com uma força desproporcional a que a tarefa realmente exigiria. De onde estava, conseguiu ver quando Anabel trocou risadinhas com Susana Bones como se fossem melhores amigas há séculos. – É imatura, grosseira e mimada! Não sei como pude ser amiga de uma... Essa...

– Tudo bem, tudo bem, já entendi! – Cedrico gesticulou apressadamente com as mãos, pedindo que ela se acalmasse. – Por Merlin! São melhores amigas desde o primeiro ano, não entendo como acabaram assim.

– Temos assuntos mal resolvidos. – ela largou os filetes e voltou a encarar as próprias mãos. Os vestígios dos ataques já inexistentes. – Sei que não deve ser fácil pra você ter que equilibrar suas questões, estudos, monitoria e agora, duas crianças imaturas.

Emily riu e deitou-se, sentindo a brisa fria daquela manhã de outubro. Cedrico fez o mesmo e os dois ficaram contemplando o céu nublado. Ela vinha se questionando com frequência sobre o que fazer. Fechou os olhos por mais alguns minutos, repassando o que pretendia dizer como um discurso decorado.

– Tenho pensado muito...

– Sobre vocês? – Cedrico interrompeu esperançoso.

– Não. Vocês. – ele fitou-a. – Já que se conheceram primeiro, há essa coisa ética a ser feita.

– Não estou gostando do rumo dessa conversa. – ele sentou-se novamente, preocupado.

– E acho que ela gosta de você, Diggory.

Ele deu uma risada de genuína incredulidade.

– E sair contando esse tipo de coisa é ético?

– Bem... Talvez você goste dela.

Ele riu ainda mais, inclinando a cabeça para trás.

– Não. Não gosto. – Cedrico sorriu, divertindo-se com aquilo. – De onde tirou essas coisas?

– Vocês sempre foram tão próximos e passam tanto tempo juntos. Achei que aconteceria. Não gosta dela?

– Não desse jeito. – ele suspirou. – Não é assim que funciona. Quando duas pessoas se gostam de verdade é completamente diferente.

– Pff! E como é que você saberia, Diggy? – ela questionou com presunção, usando o apelido para irritá-lo. – Se tornou especialista baseado em nada?

– Sei porque, diferente de você, eu já tenho alguém em mente.

Ela se apoiou nos cotovelos para poder vê-lo melhor, continuando ainda meio deitada. Tinha uma expressão ofendida porque seu melhor amigo conhecera uma garota e decidira manter em segredo.

– Eu conheço? Vai me contar quem é? – os olhos praticamente brilharam de curiosidade.

– Ainda não.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora