· 43 · Faça Um Pedido

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Se alguns já gostavam das aulas de Adivinhação antes, agora, eram um prato cheio para os aficionados pelo tema. Até Emily precisou admitir que o novo professor havia tornado o assunto mais interessante. Firenze tratava o futuro com delicada seriedade, diferente de sua antecessora no cargo. Ao invés de premonições vagas, feitas ao acaso e sem a menor competência, os métodos do Centauro se baseavam em fatores muito mais sensíveis e abertos ao erro.

E foi essa perspectiva de um futuro incerto e repleto de interpretações que alimentou o ânimo de Emily ao longo de todo o mês de março. Se nem os centauros, grandes observadores dos mistérios nas linhas do destino, estavam livres de julgamentos errôneos sobre aquilo que viam, a visão de Anabel também poderia ser um mero mal entendido. Além do quê, ela estaria muito bem protegida das forças das trevas dentro dos muros que guardavam aquele castelo.

– Por favor! Me ajude só dessa vez! – ela implorou baixinho, durante a aula de Poções. – Tenho menos de uma semana e ainda não comprei nada.

– É como venho te dizendo... Eu ajudaria se soubesse o que ele quer. – Jordan respondeu, misturando os ingredientes no caldeirão.

– Como tem coragem de me dizer que não sabe? – ela insistiu acusadoramente, depois que Snape lançou olhares frios aos dois.

– Assim, veja – ele virou-se para ela com um sorriso cínico. – Eu não sei.

– Não seja ridículo, Lee. Vocês são melhores amigos há anos... Deve saber de alguma coisa que ele queira muito ganhar.

– Somos amigos, mas o namorado é seu. Você é quem tem que escolher um presente. – o sinal tocou e eles começaram a arrumar as coisas na mochila.

– Não estamos namorando. – Emily corou e escondeu o rosto, seguindo-o para fora da sala. – Quero dizer, não houve oficialmente um pedido...

– Olhe aí! Que ótima ideia! – ele estralou os dedos e apontou incisivamente para ela. – Faça o pedido, então.

– Merlin! Quantos livros tem aqui dentro? – Fred perguntou, aparecendo com George e roubando a mochila dela, para que ele pudesse carregar. Ele abriu o zíper e enfiou a mão na bolsa, tentando bisbilhotar lá dentro. – Você carrega uma biblioteca inteira nas costas?

– É pra compensar pela sua cabeça oca.

– Sei... Muito engraçado senhorita Carpenter. – ele lançou um olhar ameaçador aos outros dois, que haviam começado a rir. – Mas afinal, o que é que estamos pedindo?

– Há quanto tempo estão nos ouvindo? – ela questionou, tentando disfarçar o nervosismo ao sentir o próprio corpo esfriar. Fred entrelaçou suas mãos e os quatro continuaram a andar pelo corredor.

– Relaxa... Acabamos de chegar. – George informou, dando de ombros.

– Interrompemos alguma coisa? – Fred insistiu.

– Não enche, Fred.

– Não é assim que se fala com o aniversariante, mocinha. – ele parou de andar e ela revirou os olhos.

– Pela última vez, Weasley... – Emily suspirou e esfregou a testa. – Você só é o aniversariante, no dia do seu aniversário. Até lá, conforme-se com a realidade e pare de tentar usar isso como pretexto.

– Então ele tentou isso antes? – George questionou.

– A semana inteira! – Emily informou, exausta. – Nem queiram saber o teor dos bilhetes que ele tem me passado durante as aulas de Herbologia. Céus! O pedaço de pergaminho que ele me entregou em pleno café da manhã...

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora