The Castle On The Hill | Fred Weasley

· 32 · Mancha de Tinta

Corria a notícia de um novo decreto estudantil que obrigava a extinção de clubes e reuniões que não tivessem previamente solicitado a permissão da Alta Inquisidora. O Salão Principal estava em alvoroço, discutindo sobre a injustiça de uma regra como aquela.

O capitão do time da Lufa-Lufa tentou tranquilizar os demais jogadores garantindo à eles que iria conseguir uma autorização naquela mesma tarde. Emily estava de mau humor porque, afinal de contas, quando finalmente resolvera fazer o teste e jogar pra valer, havia encontrado tal resistência. Não sabia que tipo de ironia o universo estava tentando aplicar, mas era definitivamente de um extremo mau gosto.

- Emily! - Francis encontrou-a depois de sua última aula do dia. - Soube que estará jogando no time da Lufa-Lufa a partir de agora. Meus parabéns!

- Obrigada. Eu prometi à Cedrico que tentaria uma vaga e foi o que fiz.

- Fez bem... - ele acompanhou-a até o Salão para o início do jantar. - Bom, acho que nos veremos nos jogos, então. Vou ser o cara bonito marcando a maioria dos gols. - ele brincou.

- Ah, certo... Nesse caso, serei a jogadora audaz te derrubando da vassoura.

Eles riram e o garoto se afastou em direção à mesa da Corvinal. Anabel e Francis haviam enfim assumido seu relacionamento para Emily e a convivência entre os três vinha sendo bastante pacífica.

A jovem sentou-se ao lado de William Summerby naquela noite. Com seus protestos irritados, o garoto informou-a de que apesar dos esforços do capitão, Umbridge ainda não havia liberado a equipe da Lufa-Lufa para os treinos. Com exceção da Sonserina, os rostos desanimados nas mesas das demais Casas indicavam que o mesmo ocorrera com todas elas.

No intervalo do dia seguinte, os alunos tiveram permissão para permanecer dentro do castelo, devido ao temporal do lado de fora. Alguns estavam reunidos em uma sala do primeiro andar e eram em sua maioria, alunos da Grifinória.

- Não sei... Eu duvido que ele obedeça alguém. - Erick Cadwallader disse apreensivo.

- Pago uma cerveja amanteigada para quem conseguir. - Summerby apostou.

Emily estava matando tempo com alguns companheiros de time, quando se depararam com Pirraça em um dos corredores logo adiante. Já que a Grifinória havia conseguido sua autorização antes da Lufa-Lufa e viera marcando treinos com certa frequência nos últimos tempos (tirando a oportunidade dos demais para fazê-lo), o trio queria aproveitar a presença do Poltergeist para se vingar, de modo que não fossem descobertos.

- Eu faço. - Emily se prontificou com confiança e tirou a mochila das costas. Ela começou a procurar pelo tinteiro e quando encontrou, largou-o no chão, afastando-se na ponta dos pés e gesticulando para que os outros dois também se escondessem. - Pirraça? Que surpresa! Pelo jeito conseguiu convencê-los a te deixar ficar no castelo mesmo depois do que houve, huh?

Ao ouvir aquilo, o Poltergeist lançou um olhar desconfiado para ela e girou no ar, numa pirueta divertida.

- Que garota pirada! - ele deu algumas voltas, gargalhando em alto e bom som. - Doida, doida! Não está falando nada com nada!

- Que é isso, Pirraça? Estou do seu lado... Te expulsar do castelo só porque você queria jogar o busto do Paracelso na cabeça de alguém? Um exagero! Esse pessoal da Grifinória é tão chato. Não conseguem aceitar uma mera brincadeirinha.

- Ah, é? - ele flutuou acima dela, começando a demonstrar interesse. - Grifinória, você disse?

- Sim! Eu soube que o time tinha um treino marcado naquele dia. Levantaram para se preparar e deram de cara com você, esperando alguém passar. Foram eles que pediram à Nick Quase-sem-cabeça que fosse buscar o Barão Sangrento para te castigar. - Emily então cobriu os lábios depressa e forçou uma expressão de arrependimento. - Oh, Pirraça! Você me enganou! Eu não deveria ter contado nada... Era um segredo dos meus amigos!