· 83 · Entre Tortas e Beijos

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Emily estava presa no momento, não ousava nem mesmo piscar os olhos. Temia gaguejar assim que as palavras saíssem de sua boca e, por precaução, manteve o silêncio entre eles por mais tempo do que pretendia.

Fred esperou, tentando decodificar seus pensamentos. Embora o rosto dela parecesse isento de qualquer emoção, tinha certeza de que algo estava processando na mente dela, ou ao menos, era o que ele gostaria.

– É uma piada? Algo como “deixe-me levá-la ao pior encontro da sua vida” – ela indagou cuidadosamente. – É algo assim? Está tentando fazer dessa vantagem uma forma de...

– O quê? Você acha que eu faria uma coisa dessas? – ela arqueou uma sobrancelha em resposta e ele estalou a língua quando se deu conta. – Pensando bem, está absolutamente certa. Eu definitivamente faria isso. Embora não seja o caso aqui.

– Então, o que é que você está planejando? Não consigo decidir se é só uma loucura, ou mais uma de suas gracinhas.

– Pode pensar que é uma combinação de ambos. – respondeu com orgulho e elevou a mão até a altura da cabeça – Juro solenemente que estou tramando algo bom.

– Besteira. – ela riu. – O diabinho no seu ombro enxotou o anjo que deveria estar aí, há muito tempo. É quase contra a sua natureza.

– Você não reconhece um homem bem-intencionado mesmo quando ele está jurando na sua frente, não é? – Fred abaixou a mão. – Não faz mal. Nós vamos sair.

– E para onde a sua mente brilhante pretende nos levar, gênio? Sabe que não posso sair daqui.

– Deixe isso comigo. Basta vestir algo bonito e me esperar no sábado, ao anoitecer. Iremos jantar juntos. – sorriu sarcasticamente, plenamente confiante em si próprio. – E traga a poção. Vou bebê-la.

– Por que não faz isso agora e evita todo essa burocracia? – ela encolheu os ombros e ofereceu o frasco.

– Porque quando recuperar minhas memórias, certamente gostaria de fazê-lo em um momento bom. Digo, por acaso agora é crime ser romântico?

Se. – Emily corrigiu.

– o quê?

– Não é uma questão de quando acontecerá, mas se acontecerá.

– Vai acontecer. Acredite em mim.

– Bem, eu...

– Mulher! Pelas barbas de Merlin! – ele colocou as mãos nos ombros dela e sacudiu-os suavemente – Você não pode simplesmente se conformar e me deixar ter essa única coisinha?

– Eu só ia justamente dizer que aceito. – Emily tirou as mãos dele de cima dela e partiu de volta para dentro do imóvel.

Oh. Excelente.

Dentro do chalé, o pequeno grupo tinha se dispersado. Anabel, Verity e Atlas estavam na cozinha, enquanto os outros dois garotos haviam se apropriado da sala. Emily entrou avaliando a atmosfera do lugar e marchou diretamente para Anabel.

– Precisamos conversar, lá em cima. – disse entredentes. – Você também pode vir, Verity.

– Aonde vamos? – Atlas questionou assim que as três se encaminharam para fora da cozinha. Pelo tom, o rapaz parecia estar implorando para não ser deixado sozinho ali.

– Nós três vamos subir. Você pode ir socializar com os outros ali, que tal? – Emily zombou, comprimindo os olhos numa careta insolente. Atlas engoliu em seco e encarou os demais. Fred havia acabado de entrar. – Que foi? O gato comeu sua língua?

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora