· 61 · Sangue Tinto e Xadrez Bruxo

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– Você está bem? – Atlas questionou ao acompanha-la de volta à Torre.

– Não. – Emily revelou com a voz embargada, apertando os nós das mãos. Não queria chorar outra vez. – Só ficarei bem depois que conseguir acabar com Bellatrix. E eu vou. – pela primeira vez na vida, não enxergava o ódio crescendo em seu peito como um monstro deplorável. Era uma chama, ardente, viva.

– Sujar as mãos de sangue é um ato cruel e vil, especialmente quando é o seu próprio sangue sendo derramado. Talvez isso destrua uma parte sua no processo. – Atlas aconselhou. – Dito isso, acha que poderá lidar com as consequências?

– O mesmo sangue, não é? – Atria olhou-o no fundo dos olhos com amargura e sorriu com escárnio. – Então vou garantir que ela derrame primeiro.

E de fato, conforme o passar dos dias, dedicava-se inteiramente a tornar este propósito possível. Atria tinha despertado um incontrolável anseio por vingança e estava disposta a destruir qualquer obstáculo em seu caminho.

E naquela tarde quase ao fim de junho, Atlas aparatou no bosque trazendo a notícia que ela tanto esperava receber.

– Atria. – ele chamou a atenção da garota que oferecia pedaços suculentos de carne à Nyx. – Precisa vir comigo amanhã. Está prestes a acontecer.

– Do que está falando? – ela largou a bolsa no chão e Nyx aproveitou para roubar os bifes restantes.

– É Bellatrix. Ela quer que venha.

Emily compreendeu exatamente do que se tratava. Ela engoliu em seco e sua respiração ficou descompassada, mas a garota assentiu.

Tempo esgotado.

(...)

Bellatrix não conseguia sequer tolerar a ideia de ter uma filha que fora criada por trouxas e, portanto, sua presença na Mansão Malfoy era bastante dispensável. Enxergava-a como um inseto nojento, digno de repulsa.

Durante a primeira guerra bruxa, prometera um lacaio e braço direito fiel ao Lorde das Trevas. Prometera um seguidor leal, a quem seu mestre poderia usar e que dedicaria a própria vida aos seus serviços sem questionar. Para Bellatrix, a existência de Atria Lestrange só se justificava pela cega obediência à Voldemort e, de outra forma, seria descartável.

Por isso, pretendia dar à ela uma única chance.

Atria era uma vergonha, então fazia o possível para evitá-la. Se pudesse, teria sacrificado-a naquela mesma ocasião, mas havia permitido que sua tola irmã mais nova lhe convencesse do contrário. Se Atria falhasse, não perdoaria.

Atlas caminhou pelo quarto a noite inteira, sem parar. Estava nervoso demais para dormir. Fechava os olhos com força, rolava de um lado para outro e nada. Nenhuma das opções permitia seu descanso.

Levantou-se com a varinha em mãos. Retirou um fio translúcido da têmpora, depositando-o na Penseira com certa urgência. Mergulhou a cabeça no líquido...

– Eu convidei-o, Bella. – Narcisa explicou. – Nos encontramos na estação 9¾ todo ano e enviei uma carta assim que vocês deixaram Azkaban. Atlas sabia que procurariam por ela.

– Achei que a garota estaria aqui, Cissy! – Bellatrix bateu as mãos na mesa. – Pedi que cuidasse da criança como sua!

– Eu não pude fazer isso, Bella! Draco estaria em perigo! – a loira contestou aflita.

– Entregou-a aos cuidados de um aborto! Que é que uma aberração desse tipo sabe sobre magia?! O que é que pode ter ensinado à garota?! Me solte, Rudy! – ela puxou o braço, afastando o marido.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora