· 99 · Castor e Pollux

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"Então, não espere por mim,
não espere por mim, espere
Não é um final feliz
Não espere por mim,
não espere por mim, espere
Tudo isso é temporário"

Bells in Santa Fe, Halsey

— Eu não sou o Atlas.

O sorriso amarelo permaneceu no rosto do falso Atlas enquanto Emily assimilava a situação. Aquela fisionomia tão familiar, era na realidade uma farsa, talvez um plano maquiavélico, o prelúdio de um ataque.

Por isso, pressionou com força a ponta da nova varinha contra a pele exposta do pescoço do rapaz. Não havia maneira melhor de testar sua performance em combate senão estuporando um possível Comensal da Morte. Sua fúria ficara estampada em seus olhos escuros, como se estivesse prestes a cometer um crime sem conceder qualquer advertência.

— Querida... Sou eu. — ouvir tais palavras obrigou-a a suavizar o olhar, reconhecendo perfeitamente aquela voz e à quem pertencia.

Emily recuou e o rapaz soltou um suspiro de alívio. Ela o admirou, estudando seus traços antes de abraçá-lo pela cintura, ao que Fred retribuiu colocando as mãos nas costas e nuca dela, afundando-a entre os cabelos e segurando-a gentilmente contra seu peito e coração acelerado.

— Senti sua falta! Senti tanto que achei que estava prestes a enlouquecer! — Emily disse, olhando nos olhos dele. Apesar da cor verde-esmeralda, de alguma forma inexplicável, aqueles ainda eram os olhos dele.

— Fiquei louco o suficiente, a ponto de arriscar tudo para estar aqui com você. — ele sorriu, sustentando o olhar da garota bem acomodada em seu abraço.

— Como foi que aconteceu? Como você conseguiu sair de fininho? — ela retribuiu o sorriso eufórica.

— Atlas tinha um plano. Ele sempre tem um. Ficarei devendo um favor à ele por isso.

— Eu também.

— O que me lembra — Fred afastou-a momentaneamente para apanhar a bússola no bolso da capa. — Ele me pediu para entregar isso aqui.

— Pediu? — Emily analisou o objeto entre os dedos e depois tornou a olhar para Fred. — Que estranho. Eu mesma dei isso à ele, por que devolveria?

— Ele é um cara estranho. — Fred deu de ombros. — Não sei o que significa, mas sempre faz algo do tipo, não? Cheio de segredos.

Hum... Tem razão. De qualquer forma, vamos entrar e explicar o que está acontecendo. — Emily virou-se em direção à porta e começou a caminhar. — Isso vai ser uma surpresa, mas este não é o Atlas. — ela anunciou ao colocar os pés dentro da cozinha. As outras duas tinham interrogações nos rostos e Fred seguiu para dentro de casa,  cumprimentando-as com um aceno desconcertado. — É o Fred.

— Fred? Por quê...? — Anabel franziu o cenho.

— Onde o Atlas está? — Verity interrompeu aflita, levando a mão oposta até a aliança em seu dedo.

— Ele está bem. Está na casa da minha tia Muriel. Disse que Emily precisava de mim para ajudá-la com algo e me mandou vir até aqui. — Fred explicou, tentando tranquilizar a garota.

— Foi por isso então? — Emily questionou e Fred assentiu.

— E o que mais? — Anabel suspirou.

— Não se preocupe Anabel. Atlas me disse que sabe exatamente o que está fazendo.

— Fred e eu deveríamos subir. Se Atlas o mandou até aqui por uma razão específica, então sei exatamente o que é. Há algo que precisamos conversar.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora