Capítulo 1

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Christian

A vida por vezes pode ser uma montanha russa e se num momento tudo está perfeito e você se sente nas nuvens, no outro segundo tudo pode começar a desmoronar.

Isso foi o que aconteceu comigo.

Sou Christian Trevelyan Grey, o filho do meio de Carrick e Grace Grey.

Minha família sempre foi uma das mais ricas e influentes de Seattle, pois o meu pai é o melhor advogado da cidade e ainda é reconhecido em outros cantos do mundo e minha mãe, a Dra. Grace Trevelyan, como é conhecida, é uma pediatra famosa e dona do Seattle Hospital Grey. Os dois sempre foram meu maior orgulho pois eram um casal rico em todos os termos.

Amor, felicidade, sucesso.

Meu irmão mais velho se chama Elliot e a princesinha da família é Mia, nossa caçula. 

Nossos pais sempre tentaram incutir em nós os melhores valores possíveis. Poderia afirmar com toda a certeza que éramos uma família feliz que parecia estar a viver em um lindo conto de fadas só que este acabou por não ter o final feliz desejado, pelo menos para mim.

Quando entrei na faculdade me tornei um cara popular, pois além de rico era considerado um dos mais lindos pelas garotas, elas amavam os meus olhos cinza. Elliot e eu pegávamos geral até que a conheci.

Leila Williams.

Leila era uma caloira na nossa faculdade e sem dúvida uma das garotas mais lindas que eu já tinha visto. Fiquei encantado por ela desde o momento em que coloquei meus olhos em cima dela. Minha irmã Mia dizia que ela não era mulher para mim, mas não lhe dei ouvidos e decidi investir. Deixei de pegar as outras garotas e me concentrei nela. Sabia que a mesma era ambiciosa e não me importava de gastar dinheiro dando-lhe os presentes mais caros para ter a sua atenção. 

Fomos nos conhecendo e ela me contou que tinha vindo fazer faculdade em Seattle para se afastar da família. Ao que parece ela não tinha um relacionamento fácil com alguns membros.Não tinha uma  família unida que nem a minha. 

Pelo menos era o que ela dizia.

Depois de um tempo acabei por a pedir em namoro e lógico que ela aceitou. Estávamos apaixonados e tudo corria bem, mas por um descuido de ambos Leila ficou grávida aos 20 anos.

Não estávamos preparados para ser pais, mas havia acontecido e só nos restava assumir as nossas responsabilidades.  Sabendo que minha namorada não tinha suporte familiar para a ajudar acabei por a pedir em casamento, não a deixaria desamparada. Eu pensava na época que ela era a mulher ideal para mim e com a chegada de um filho de ambos não via necessidade de adiar o que um dia aconteceria, o nosso casamento.

Mia foi contra a minha decisão dizendo que filho não era motivo para casar mas ignorei-a devido a implicância que esta tinha com Leila desde o começo do nosso relacionamento.

Os meses foram passando e descobrimos que teríamos uma menina. Surtei de felicidade no consultório da médica mas Leila não se manifestou e pensei que ela poderia estar desiludida por não ser um menino. Combinamos que casaríamos 6 meses depois do nascimento da nossa pequena Elizabeth, nome escolhido por minha mãe para a sua primeira neta.

Quando Lizzie nasceu foi o dia mais feliz da minha vida e de toda a minha família, ela era a minha pequena miniatura mudando somente a cor dos olhos que eram de um azul lindo. Leila para meu desagrado recusou amamentar a nossa filha e assim como Mia, minha mãe começou também a achar que ela não era o ideal para mim.

Os preparativos para o casamento ficaram a cargo de uma equipa que organizava grandes eventos e minha noiva apenas participava na hora de dizer sim ou não a alguma ideia. Percebi que ela andava distante, mal parava em nossa casa e não ligava para nossa filha, mas atribuí seu comportamento estranho aos nervos por causa da proximidade do casamento.

O grande dia finalmente tinha chegado e eu estava com meu irmão Elliot na porta da igreja à espera da minha noiva que estava a demorar demais. Depois de uma hora decidi ir a sua procura e ao entrar no quarto em que ela ficou de se arrumar encontrei somente o vestido de noiva que ela usaria rasgado e uma carta direcionada a mim que li em voz alta para que minha família pudesse escutar.

Christian,

Nós poderíamos ter tido um futuro brilhante juntos, mas as coisas mudaram quando aquela coisa apareceu dentro de mim. Ao contrário de muitas mulheres que querem ser mães esse nunca foi meu desejo e se segui com a gravidez foi porque não poderia perder o conforto que você me dava já que não tinha mais ninguém aqui em Seattle.

Você é rico, lindo e sei que me daria tudo que pedisse, mas ficar com você implicava ter essa criança na minha vida e isso estragaria todos os meus planos de me divertir antes de começar a querer ter responsabilidades de verdade. Por causa dessa criança o meu corpo mudou e não foi para melhor, pelo menos não para mim e isso só me faz despreza-la e a você que a colocou em mim.

Agora enquanto você está na igreja à minha espera estou dentro de um avião com outro homem brindando e chamando você de otário.

É verdade eu traí você. 

O conheci quando estava grávida da peste que você parece amar. Ele é tão rico e poderoso quanto sua família, mas tem um bônus, assim como eu quer diversão e não crianças choronas. Ele é o melhor para mim.

Seria mentira eu dizer que sinto muito por abandonar você no altar, pois não sinto. Eu planejei isso desde que aquela coisa saiu de dentro de mim. A verdade é que entre nós nunca houve amor mesmo, não da minha parte. Você era ótimo de cama e me proporcionava uma vida cheia de luxo que era o que sempre almejei, mas as coisas mudaram.

Espero que supere a minha ausência e saiba que onde quer que eu esteja não estarei pensando em você ou na sua filha por isso não se dê ao trabalho de me procurar.

Em breve serei uma mulher casada, só não será com você.

Beijos, Leila Williams

Amassei a carta com ódio de mim mesmo por ter sido feito de idiota e senti os olhares de pena que a minha família me dava. Afinal eu acabava de ser largado na beira do altar com apenas 22 anos.

A partir daquele dia jurei não deixar mais nenhuma mulher entrar no meu coração a não ser as que pertenciam a minha família. Dediquei-me a criar a pequena Lizzie com a ajuda da minha família e dos Kavanagh que eram amigos da família e consegui acabar a faculdade com mérito.

Quando precisava satisfazer as minhas necessidades de homem saia com Elliot e Ethan para uma balada e ficava com a primeira mulher gostosa que me aparecesse pela frente.

Porém, o tempo passa e agora que minha pequena está com 5 anos todos os elementos da minha família me pressionavam a encontrar uma figura materna para a minha filha e uma mulher que me faça feliz, mas eu nem sequer penso nisso. Pretendentes não faltam já que sou um dos empresários mais bem sucedidos sendo o Dono (CEO) da Grey Enterprises Holdings, Inc.

Antes de Elliot começar a namorar Katherine Kavanagh e de Ethan casar com minha irmã Mia, os dois ficavam do meu lado dizendo que tinha mais que aproveitar os prazeres da vida, mas agora eles mudaram de lado.

Ethan estava casado com Mia tinha 2 anos e Elliot namorava a sério Katherine, que era irmã de Ethan, a cerca de 1 ano. Lizzie ao ver que todos tinham uma pessoa ao lado começou a questionar o porquê do eu estar sozinho e por isso a insistência de todos em arrumar alguém para mim, pois segundo eles era hora de esquecer o passado. 

Fácil falar uma vez que não foram eles a ser humilhados.

Eu jamais abrirei o meu coração para que uma mulher possa entrar. 

Vinda do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora