Capítulo 27

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Leila

Minha vida era perfeita até Anastásia Steele aparecer e estragar tudo.

Eu tinha tudo o que queria na hora que queria. Meus pais me amavam e sempre me davam a maior atenção, mas quando ela veio viver connosco tudo mudou. Tive de dividir a atenção deles com ela, meus brinquedos, tudo.

No início tentei gostar dela como uma irmã, mas ao ver como minha mãe a tratava com todo o cuidado como se ela fosse quebrar a qualquer momento decidi que era mais fácil odiá-la.

Meu pai sempre ficava do meu lado quando brigávamos e a colocava de castigo o que eu adorava, mas com o passar dos anos ela conseguiu conquista-lo também.

Descobri que ela era minha meia-irmã no meu aniversário de 15 anos quando escutei uma conversa de papai com um amigo.

— Ainda hoje me custa a crer que perdoou a traição de Carla e ainda adotou a filha bastarda dela. — Dizia o amigo dele

— Carla é tudo para mim. Fiquei com raiva ao descobrir a traição e a fiz escolher, era a criança ou Leila e eu. Ela soube escolher e entregou a menina a Ray para ele a criar com a esposa, mas depois eles morreram.

— E você decidiu dar uma de bom samaritano.

— Carla não era completamente feliz, ela sentia falta de Ana e sabendo que ela era herdeira de uma enorme fortuna uni o útil ao agradável. Adotei-a fazendo minha esposa feliz e ficando beneficiado monetariamente. — O amigo de meu pai riu

— Tudo por dinheiro?

— No início sim, mas agora não. Anastásia é um menina cativante e conseguiu conquistar o meu afeto. Hoje não faço distinção entre ela e Leila, as duas são minhas filhas de igual modo.

Fiquei com tanta raiva ao escutar aquilo. Ele era MEU pai, era para me amar muito mais do que a ela, mas ele nos amava por igual.

À medida que os anos passavam meu ódio por Ana só aumentava. Ela era a filha perfeita que nunca causava problemas e sempre tinha atrás dela os garotos mais lindos e não dava a mínima para eles. Ela não abaixava a cabeça para ninguém e sempre tinha uma resposta para dar. Tinha uma determinação de dar inveja.

Decidi que não queria mais estar perto de uma família que tinha de dividir com uma bastarda e foi fazer faculdade em Seattle sem dizer nada a ninguém e lá conheci Christian Grey.

Christian e eu tínhamos tudo para dar certo, ele era lindo, gostoso e o mais importante rico. A família dele era muito poderosa e isso logo me atraiu. Não foi difícil para mim conquistá-lo e logo estávamos a namorar firme. Ele era o namorado perfeito pois sempre me presenteava com belas jóias ou viagens. Tinha um futuro planeado na minha mente que mudou quando engravidei por acidente.

Não estava nos meus planos ser mãe tão cedo, na verdade eu nunca pensei em ser mãe pois uma criança iria tirar a minha liberdade. Pensei que Christian fosse pensar como eu que a minha gravidez era um erro, mas ele conseguiu surpreender-me ao dizer que sempre me apoiaria. A família dele era contra o aborto e tive que fingir que também estava feliz com a gravidez para não perder o que tinha conquistado até ali. Christian pediu-me em casamento e aceitei.

Todos pareciam felizes com a minha gravidez, todos menos eu que a medida que os meses passavam via o meu corpo a mudar. Eu sentia-me deformada e odiava Christian por ter colocado aquela coisa dentro de mim que ele chamava de filha.

Em uma de minhas saídas esbarrei em José Rodrigues, um jovem advogado promissor e tão rico quanto os Grey.

José mostrou-se interessado em mim e correspondi aos seus flertes. Ele almejava as mesmas coisas que eu. Poder, dinheiro, reconhecimento e diversão. Passamos a nos encontrar com frequência e a ter um caso, ele não se importava com a minha gravidez pois a criança não era dele. Em um de nossos encontros contou-me que não trabalhava apenas com coisas legais e fiquei excitada ao dar-me conta que ele era um homem que lidava com bandidos. Apaixonei-me por ele e combinamos que esperaríamos a criança nascer para depois irmos embora de Seattle juntos.

Christian era um otário que não percebia que estava a levar chifre todo o dia. Ele só se preocupava com sua filha, se ela estava bem, se tinha chutado e isso me irritava.

Elizabeth Grey nasceu e eu mal a olhei pois estava demasiado ocupada a ver o estrago que ela tinha feito no meu corpo. José visitou-me e disse que logo eu voltaria a ficar gostosa mas eu continuava furiosa e decidi que só partiríamos no dia de meu casamento. Eu iria abandona-lo no altar e com uma filha para criar nos braços.

José e eu casamos em Vegas e éramos um casal feliz.

Nunca me arrependi do que fiz com Christian e nem lembrava da pirralha até que meu marido leu uma notícia sobre os Grey. Comentamos sobre o assunto e minha adorada irmã escutou e logo se manifestou querendo conhecer a sobrinha.

Eu tinha dado um jeito nos meus pais quando eles descobriram alguns dos negócios sujos de meu marido (não, eu não os matei pois não sou assim tão cruel) e estava na hora de fazer o mesmo com Ana.

Para a dominar foi necessário usar a força e drogas.

Selei um acordo com Jack Hyde um dos sócios de José, ele me daria uma boa quantia de dinheiro e em troca casaria com Ana por quem era obcecado desde que a viu.

Ainda não sei como, mas a desgraçada conseguiu fugir no dia do casamento.

Jack ficou furioso e colocou vários homens atrás dela, mas até agora não a tinha encontrado. O idiota ainda a queria como esposa. Eu poderia muito bem dizer-lhe onde ela estava, mas isso prejudicaria os meus planos por isso não o fiz.

— Jack esta a ficar impaciente. — Disse meu marido quando entrou no nosso quarto

— Problema dele querido.

— Você tem mesmo certeza que Ana está em Seattle? — perguntou-me e apenas assenti

— Aquela lá é muito sentimental e não iria perder a chance de conhecer a sobrinha. Ela esta com os Grey pode ter certeza.

— Mal ela sabe que sua filha é mesmo sobrinha dela, que existem laços de sangue. — fechei a cara pois não gostava quando ele dizia isso.

Se dependesse de mim nenhuma das duas existia, mas o que era delas estava guardado. Eu tinha planos para voltar a Seattle e atrapalhar a vida dos Grey e de Ana, eles teriam de desembolsar muito dinheiro para se livrarem de mim.

— Ana não pode esquecer de nós nem de seus assuntos pendentes por isso enviei um presente para ela.

— Você adora estragar a felicidade dela. — Disse meu marido

— Adoro mesmo.

José veio ao meu encontro e beijou-me afoitamente, ele adorava quando eu era má. 

Vinda do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora