Capítulo 28

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Christian

Estava feliz por ver que Elliot mesmo sabendo a verdade não tinha rejeitado a família que foi dele desde sempre. Brindamos a ele e a Ana e bebemos a champanhe que Ethan fez questão de abrir. Podia dizer que todos estavam felizes com a novidade, todos exceto Katherine.

Ela tentava sorrir e mostrar-se feliz, mas não convencia, pelo menos não a mim.

— Podemos conversar? — Perguntou Elliot e assenti — É sobre Ana.

— Vamos no escritório. — Ele seguiu-me e depois de entrar fechou a porta — Do que se trata?

— Preciso da sua ajuda. — Encarei-o esperando que continuasse — Não creio que Leila a tenha esquecido e temo que venha atrás dela. Minha irmã. — Sorriu ao chama-la assim — Ela passou pelo pão que o diabo amassou com aquela louca e quero protege-la.

— Welch continua a investigar sobre Ana e agora sobre você. — Contei a ele — Quero saber porque os Williams esconderam a sua existência dela, o porquê de nunca te terem procurado.

— Isso é estranho mesmo. Quero saber se posso contar com a sua ajuda caso Leila, José ou até mesmo Jack apareçam por aqui. Você me ajudaria a proteger Anastásia?

Ele não sabia, mas eu faria qualquer coisa para manter aquela linda mulher segura.

— Pode contar comigo, além dela ser irmã do meu irmão é tia da minha filha. — Quase minha namorada, pensei mas não disse — O que puder fazer para a proteger farei. — Elliot abraçou-me

— Sempre odiei Leila pelo que fez com você irmão, mas agora a odeio ainda mais. Ana não merecia ter passado por tudo que passou.

Voltamos para a sala risonhos e todos nos olhavam mas não disseram nada. Ethan estava mais uma vez a chatear Ana pois a mesma revirava os olhos e depois batia nele e riam.

Ethan

Apesar de estar a brincar com Ana não tirava os olhos da minha irmã. Estava claro que Kate não tinha gostado da notícia e isso aumentava mais as suspeitas que eu tinha, ela continuava a sentir algo por Christian. Podia ser apenas uma atração, mas ela sentia e via em Ana uma ameaça. Se ela não tomasse jeito ia acabar por perder Elliot.

— Amor, vamos deitar? — Perguntou Mia e concordei

Subimos e tomamos um banho juntos mas sem sacanagem, pelo menos desta vez. Queríamos apenas estar juntos e absorver melhor as novidades. Deitamos na cama e ela deitou a cabeça no meu peito.

— Sua irmã ficou estranha depois de saber que Ana e Elliot são irmãos. — Minha esposa também tinha percebido — Eu gosto de Kate, mas ultimamente ela não esta agindo bem.

— Percebi querida. — Comecei a fazer carinho pelos seus braços — Ela precisa decidir o que quer ou acabara por ficar sozinha.

— Christian nunca a vai ver como uma mulher, ela será sempre uma amiga ou cunhada para ele. — Suspirei

— Você também acha que toda a implicância dela com Ana é por causa dele? — ela levantou a cabeça e olhou-me

— Com certeza se fosse por Elliot hoje mesmo ela tinha enterrado o machado de guerra. Sendo irmã dele Ana não seria mais uma ameaça, mas ela não o fez. Kate tentou mostrar que estava bem, mas eu vi como ela olhava para Ana.

— Infelizmente eu também. Vou tentar conversar com ela mais uma vez e colocar juízo naquela cabeça. — Mia sorriu e beijou-me apaixonadamente

— Eu te amo Ethan e não quero que a sua irmã interfira em nosso casamento com as suas escolhas.

— Ela não vai. Eu também te amo Mia.

Anastásia

Deitei na cama mas não conseguia dormir lembrando de tudo que aconteceu neste dia que com certeza era um dos melhores. Primeiro Christian e eu concordamos em nos conhecer melhor, trocamos beijos do outro mundo, ele me contou da existência de um irmão que eu desconhecia e para finalizar descubro que esse irmão é Elliot.

Desde o primeiro dia que vi Elliot nesta casa senti uma empatia por ele e estava feliz em poder compartilhar o mesmo sangue que ele e chama-lo de meu irmão. O que me deixava triste era o facto de meus pais adotivos terem escondido de mim a sua existência. Carla sempre disse que me amava e que faria de tudo por mim.

Porque ela então não procurou meu irmão?

Porque insistia em dizer que ele era um amigo imaginário quando lhe falava de meus sonhos?

Mais do que nunca tinha de a encontrar para esclarecer tudo. Haviam muitas perguntas na minha cabeça e só ela conseguiria dar-me uma resposta. Cansada de dar voltas na cama levantei e foi em direção ao quarto de Christian.

Bati na porta e depois que ele disse entre, eu entrei. Era a primeira vez que entrava no quarto dele e tenho de confessar que gostei. Ele estava deitado com o laptop em cima da cama e revirei os olhos, esse homem trabalha demais.

— Ana? — Ele estava surpreso por me ver ali

— Não consigo dormir e pensei que podíamos conversar. — Ele fechou o laptop e bateu com a mão na cama ao lado dele. Sorri e corri para me deitar ao seu lado.

— O que está tirando o seu sono? — Perguntou ele deitando de frente para mim e suspirei

— Você sabe.

— Seus pais, Elliot. — Assenti e tocou no meu rosto — Pelo menos a notícia de que Elliot é seu irmão é boa.

Christian continuava a fazer carinho no meu rosto e olhava-me como se estivesse com fome. Olhei-o séria e disse

— Não me olhe como um burro pois não sou um fardo de palha para você comer. — Ele gargalhou

Fiquei surpresa pois nunca tinha visto Christian Grey a gargalhar. Ele devia de o fazer mais vezes pois o som de sua gargalhada era divino.

— Sério que não sei onde você vai buscar essas suas frases. — Ele continuou a rir e depois olhou-me intensamente — Não sou um burro, mas tenha a certeza que ainda vou comer você.

Meu sangue esquentou com aquela afirmação. Eu o queria e muito mas achava que ainda era cedo para me entregar de corpo e alma a ele.

— Nós não vamos transar Christian. — Disse séria e ele olhou-me sorrindo

— Nós vamos baby. Pode apostar que vamos, mas ainda não será hoje.

Acabei por sorrir e puxei-o para cima de mim. Rimos e depois iniciamos um beijo que a meu ver era apaixonado. Ele conseguia fazer-me esquecer do mundo quando estava comigo e estava certa que não demoraria muito para me tornar na sua refeição.

Terminamos o beijo com um selinho e ele puxou-me para deitar no seu peito. Christian estava a ser carinhoso e não lembrava mais o ogro que conheci quando cheguei aqui. Ele acariciava os meus cabelos comecei a fechar os olhos até cair na escuridão completa. 

Vinda do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora