CAPÍTULO CINQUENTA.

101 15 3
                                    

"Se for para mudar, mude pela única pessoa que vale a pena: você."

Jô Soares.

♦️


Priscila:



Preparei-me para meu primeiro dia na empresa, estava totalmente ansiosa, que nem consegui pregar os olhos direito, e quando eu finalmente dormi era quase no horário de acordar.

No momento que o despertador tocou, fiquei sem acreditar que já estava na hora de ficar de pé, apertei os olhos com força, me espreguicei e levantei-me, sentei na cama tentando abrir os olhos, e acabei me jogando na cama novamente resmungando, eu detestava acordar cedo.

Novamente me levantei, e fiquei sobre os pés, peguei meus objetos de higiene pessoal, e marchei para o banheiro, dei graças a Deus pois não havia nenhuma alma viva acordada para me impedir de usar o banheiro, tomei banho,no ápice do prazer apertei os dedos dos pés sentindo a água quente caindo sobre o meu corpo me fazendo relaxar.

Ensaboei-me e senti o aroma de morango, demorei mais tempo do que normalmente ficaria, pois não havia nem Franchesca e nem Jonhy me importunando para que eu saísse do banheiro.

Sai do chuveiro, me enrolei na toalha e comecei o processo de tratamento da pele, passei um hidratante massageando a pele, o protetor solar, um prime, logo após uma base, pó compacto, uma mascara de cílios e um gloss, fui para meu quarto.

Fiquei alguns segundos em transe observando a ampulheta, no inicio ela caia lentamente, e pela razão e proporção deduzi que conseguiria ficar aqui um ano inteiro no máximo, mas quando me aproximei de Nicholas, aumentou o fluxo,  e assim quando me afastei, voltou a cair devagar outra vez, porém já era tarde, e meu tempo estava acabando.

Só que agora eu não tinha mais como fazer nada, e deduzindo pela quantidade de areia, eu deveria ter pelo menos uns quatro a cinco meses de vida, e em nenhum momento eu tinha me preocupado em descobrir o enigma, pois vivia vinte e quatro horas indo atrás de um homem que não era o meu, e hoje analisando friamente apesar de terem a mesma aparência, ele não tinha a mesma essência do homem que eu conheci em minha realidade.

Dizem que tudo nesse mundo tem um sentido específico, mas pra ser sincera nunca entenderei o motivo da morte tê-lo tirado de mim, logo agora que finalmente teríamos uma filha.

Como compreender um lugar onde as pessoas boas se vão tão rápido, enquanto as pessoas más vivem longamente, sem remorso algum?

Quem realmente me amou se foi, e atualmente eu percebo que eu o trai, eu confundi sua essência, com alguém com a mesma aparência, por carência.

Hoje me arrependo de não ter tido forças o suficiente para comparecer em seu enterro, o lado bom é que minha ultima visão foi seu rosto alegre, e não deitado em um caixão sem vida, em um outro momento eu não acreditava em vida pós morte, mas depois de tudo que eu passei, pensar na possibilidade de poder revê-ló, e ao menos me despedir não seria totalmente impossível.

Voltei a me arrumar, vesti uma calça jeans wide leg, e uma camisa social preta manga longa, coloquei um scarpins que Franchesca havia me emprestado, passei um perfume manipulado, peguei minha bolsa, e coloquei um óculos de sol, tomei um café da manhã reforçado e fui para o meu primeiro dia de treinamento.

Na empresa fui já recepcionada no lobby, a pessoa responsável por me auxiliar e ensinar o básico do sistema, e rotinas diárias de meu serviço foi a Hayley, apesar de ser estagiaria, ela estava apta o suficiente para me treinar, embora seja uma garota fechada, ela não era tão antipática, como eu imaginava.

— Priscila primeiramente, você sabe o que é ser uma curadora? — Hayley questionou.

— Pra ser sincera, fiz uma pesquisa breve, mas não entendi muito bem. — respondi.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora