CAPÍTULO QUATRO.

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04-Seria mais fácil se ela não fosse tão legal.

"Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".

Sarah Westphal.

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Debaixo do chuveiro eu batia o shampoo pra ver se sair alguma coisa, e só saia ar, então girei a tampa e coloquei água, fechei e sacudi e voilà, joguei em meus cabelos já molhados e logo espumou. A água quente caia em meu corpo me deixando relaxada, depois de ter esperado um bom tempo na fila pra usar o banheiro da pensão.

Jonhy demorava um tempão lá dentro, o que ele estava fazendo? Só Deus sabe, pois eu prefiro nem imaginar, logo em seguida ensaboei meu corpo, me enxaguei e passei o condicionador, enquanto eu esperava ele fazer efeito escovei os dentes.

Ainda dentro do banheiro vesti minha calcinha, o sutiã, uma calça jeans enquanto a toalha estava enrolada em meus cabelos, eu tinha uma mania de sempre vestir as roupas molhadas pois eu não gostava de me enxugar, e coloquei uma camisa ciganinha verde.

Fui para o quarto e usei o ventilador pra secar meu cabelo já que eu não tinha secador, ele ficou um pouco armado então fiz apenas um coque, afinal eu iria cobrir ele com uma touca mesmo.

Passei um perfume, calcei minha sapatilha e peguei minha bolsa, e desci para cozinha, fiz algumas torradas e tomei um café preto, eu me lembro exatamente de como era as coisas antes, eu nunca conseguia tomar café com todos juntos pois eu estava na rua procurando emprego, ou vendendo doces, e parecia que agora seria a mesma coisa, meus horários nunca se batiam com o dos meus colegas.

Marcela provavelmente tinha ido na feira, então eu peguei minha bolsa e sair, fiz o mesmo percurso só que ao contrário, até que eu me lembrei que tinha me esquecido a jaqueta, mas fiquei com preguiça de voltar e continuei o caminho, mesmo com frio.

Desci as escadas e entrei no metrô, já tinha colocado meus fones de ouvido, e Spanish Guitar de Toni Braxton começou a tocar.

O trem estava um pouco lotado, e comecei a sentir alguém roçando em mim, e fiquei envergonhada, sem reação, desliguei o fone e me afastei dele, mas logo em seguida ele se aproximou de mim novamente.

— AIIII, MEU PÉ, VOCÊ É LOUCA? —o homem gritou e todo mundo prestou atenção, me virei e percebi que Samantha estava lá com um sorriso.

—Me desculpa senhor, é que hoje eu não estou usando meu óculos. —Samantha falou e eu dei uma risada disfarçadamente, então ele saiu de perto de mim.

— Odeio homens aproveitadores, eu deveria dar um chute no saco dele, ao invés de pisar no pé dele—falou revirando os olhos. — Mas enfim conversei com Amélia e ela convenceu a o lorde satan não te por pra rua. — ela falou segurando no mesmo ferro em que eu segurava.

— Ela parece ser muito legal, e obrigada pela ajuda. —falei dando um sorriso.

— Só Amélia pra aguentar aquele homem —falou rindo.

Mas então eu me toquei que eu não sabia como Nicholas lidava com as pessoas ao redor, ou no trabalho dele, afinal era só eu e ele, e se ele fosse esse mesmo babaca com outras pessoas?

— Provavelmente ele trata ela bem diferente do que os funcionários. —falei.

— Verdade, ele é bem diferente com Amélia, provavelmente ela tem um chá de camomila na pepeca. —falou então eu corei e comecei a rir.

— Menina se contenha, não fale essas coisas. —falei corando.

— Ai Priscila não me diga que você é uma puritana virgem que espera o amor de sua vida? —Samantha falou.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora