CAPÍTULO QUARENTA E DOIS.

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Vai entender esse pobre coração, "nasceu canceriano" e sofre por antecipação.

Driu Kilberg.

Naquele mesmo dia liguei para Samantha que recusou as minhas ligações, estranhei o fato dela ter feito isso, afinal ela era a pessoa que atendia no primeiro toque, e se dependesse dela duraria horas na ligação fofocando.

A última vez que nos vimos foi no Hyde Park, e depois daquele dia ela tem me evitado completamente, era estranho.

No dia seguinte o despertador anunciou que o dia havia amanhecido, me levantei, me espreguicei, e fiz todo o processo da higiene, optei por uma calça jeans folgada, e uma T-shirt rosa gasta, e uma sandália rasteira de couro.

Fiz os brigadeiros, e tomei um café da manhã bem reforçado, e sai para mais um dia de trabalho, hoje o dia estava um pouco frio, e eu tinha esquecido o casaco, mas não iria voltar para pegar.

Era o meu segundo dia vendendo doces na sinaleira, e eu esperava que as vendas fossem tão boas como a do dia anterior. Resolvi ligar para Samantha e outra vez a ligação foi recusada.

Eu provavelmente tinha feito algo de errado, ou será que ela tinha se arrependido de ter me contado sobre a sua real história com o Nicholas.

Tentei colocar esse assunto para outro momento e continuei vendendo os doces toda a vez que os carros paravam.

Foi nesse intervalo para os passageiros atravessarem a rua, que uma Lamborghini preta parou. O vidro foi aberto, e vi que era Lucien que estava ali, mas invés de olhar para mim, ele encarava os brigadeiros em minha mão.

— Eu estava te procurando, entre, precisamos cuidar de nossos assuntos.

— Que assunto? Você não está vendo que eu estou trabalhando? — falei irritada, mas ele parecia impaciente.

— Eu compro todos eles por um preço bom, agora entre nesse carro por favor, o sinal já vai abrir. — ele falou.

Então me rendi, e corri para a porta do banco do carona e a abri, e assim quando entrei, sentei e fechei o sinal abriu, e ele começou a dirigir, coloquei o cinto de segurança enquanto ele apertou o botão para fechar a janela.

— Pra onde estamos indo? — questionei.

— Como você é a minha acompanhante, sou responsável por sua roupa, e por outras cositas más. E a propósito me dê um docinho desse aí. — falou.

Então tirei a tampa da vasilha e peguei um brigadeiro para o entregar, ele não deveria nem pagar pois os ingredientes foi comprado com o dinheiro dele, mas ele não precisava saber disso.

Levantei o doce para que ele o pegasse, então ele me deu uma encarada rápida.

— Acho que você esqueceu que estou com as mãos ocupadas. — respondeu.

— E você quer o quê? Que eu te der na boquinha é? — ironizei.

— Não seria uma má ideia. — falou e fez uma expressão que ele julgava ser sexy, revirei os olhos e empurrei o brigadeiro em sua boca de surpresa.

Ele acabou se engasgando enquanto dava risada, e logo começou a mastigar o brigadeiro, ainda rindo.

— Hummm, a quanto tempo eu não provava um desses... A amiga de meu pai sempre fazia uns desses, e nós encontrávamos no Hyde Park, ela é a filha dela que insistia que quando crescesse iria ser minha namorada. — falou gargalhando.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora