CAPÍTULO QUARENTA.

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"Alguma coisa te trouxe até aqui. Chame do que quiser: acaso, destino."
— Enrolados.

Subi os degraus lentamente para que não acabasse tropeçando, pois o chinelo que Lucien havia me dado era maior do que meus próprios pés. E pelo que vivenciei hoje tive a plena certeza de que não era o meu dia.

Abri a porta da pensão, e ouvi um burburinho de pessoas conversando, fiquei curiosa, mas eu estava bagunçada demais, e queria evitar perguntas desnecessárias.

Subi a escada ainda desanimada, e caminhei até o corredor, e comecei a ouvir a voz de Franchesca e Jonhy, deixei cair os ombros, e suspirei cansada, pois provavelmente estavam brigando como de costume.

— Você se acha melhor do que todo mundo, mas no fundo você sabe o quanto você é vazia de sentimentos, e zomba das pessoas, para mascarar o quanto você não tem nada de bom aí dentro de você. — Jonhy falou, então Franchesca foi dar um tapa na cara de Jonhy mas ele a segurou pelo braço e a prensou na parede, deixando Franchesca surpresa.

E a mim também.

Jonhy não costumava a ser assim, e sim um homem meio que lento.

Afinal eu estava vivendo em uma vida real, ou um livro de romance mal feito?

— Você está louco? — Franchesca falou com os olhos arregalados, enquanto Jonhy a segurava, e ambos ficaram se encarando na porta de meu quarto.

Limpei a garganta e quando eles notaram minha presença se afastaram rapidamente, ambos envergonhados.

— Priscila o que aconteceu com você? Por que você está assim? — Franchesca perguntou olhando para minha situação.

— A entrevista foi uma porcaria... E se vocês me dão licença podem continuar com os seus monólogos em outra porta? — falei, então eles se afastaram da minha porta. Então peguei a chave de minha bolsa e abri a porta, e antes de fechar, olhei para Jonhy.

— Vocês homens são tudo iguais, ontem mesmo você estava sofrendo por Sari, hoje estava quase beijando a Fran. — então bati a porta na cara dos dois e joguei minhas coisas no chão, e pulei na cama com a cara no colchão.

— QUE DROGA DE VIDAAAA! — falei me esperneando em cima da cama.

Que dia péssimo, que vida péssima.

Então me virei e comecei a fitar o teto, então meu celular começou a apitar, avisando sobre as notificações.

Me levantei correndo pois poderia ser algo importante, abri a bolsa e comecei a tirar tudo até encontrar o celular.

Quando vi a notificação era do aplicativo que eu usava pra conversar com estranhos, e a mensagem era da Thaís, a menina brasileira que eu tinha feito amizade. Então abri a aba de seu chat e haviam muitas mensagens.

— Priscila?
— Você está aí?
— Acabei descobrindo uma coisa completamente louca, sobre uma mulher que eu deduzo ser sua mãe.

— O que foi? O quê você descobriu? — perguntei curiosa.

— Eu comecei a fazer perguntas pra meu pai sobre sua mãe, Ellen, e ele falou que conheceu uma mulher com esse mesmo nome que morava no mesmo bairro que ele, que foi uma namorada de adolescência, tentei tirar mais alguma coisa dele, mas ele foi curto e grosso. — Thaís digitou.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora