"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida."
Platão.
✨
— Não me lembro exatamente como tudo começou... Mas sempre fui uma criança muito levada, me meti em muitas brigas no colégio, inclusive fraturei muitos ossos. — falou e começou a rir nostálgica. — Minha mãe não ligava muito, afinal como diria ela, " É uma fase de criança, e breve vai passar" mas meu pai sempre temperamental, e como ele tinha uma filha que era uma garota doce, obediente, e elegante, como a Amélia, não aceitava uma garota como eu, sempre estava me repreendendo e me humilhando na frente de todos. — percebi que sua expressão ficar tristonha, então alisei o seu ombro e sorri, como um apoio.
— Quando sai do jardim de infância comecei a reparar um pouco em líderes, como pessoas que foram ótimos empresários, e comecei a sonhar com a possibilidade de um dia trabalhar na empresa de meu pai, mas bem... Ele não apoiava muito isso, afinal pra ele nós como filhas não poderíamos trabalhar, e sim os nossos futuros maridos, e como a Amélia era a mais velha, o esposo dela seria o novo presidente da sua empresa, e assim ia ser por gerações, se Amélia tivesse um filho, esse mesmo seria o presidente, mas ele não contava que Amélia iria se apaixonar por alguém que já tinha uma obrigação com sua própria empresa.
Então me lembrei do meu encontro nada agradável com Jeremy Walker, o seu pai, ele era um mal educado, me tratou com desdém e ainda me ignorou no aniversário de Samantha.
Sorte que a Anabel, a mãe de Sam era bem diferente. Me dá calafrios só em pensar se a mãe de minha amiga tivesse o mesmo temperamento que o seu pai.
— Claro que meu pai apoiou o relacionamento dos dois, apesar de não gostar daquele estilo largado Lucien de ser, mas ele era o futuro Presidente da Campbell Emprise, pense, aquele conglomerado não era só de publicidade, mas com outras empresas subsidiárias administrada por eles, então meu pai saltou de alegria, a filhinha queridinha dele iria ser uma Campbell, e bem isso iria dar mais visibilidade para ele, além do negócio dele ser mais expandido, veja como uma empresa de publicidade e varejo se encaixam? — falou.
— Bem, foi nesse período que eu conheci Nicholas.— só em ouvir em seu nome fez o meu corpo tremer ao me lembrar do que Amélia me disse, mas me lembrei de que hoje não se resumia apenas sobre mim, então continuei calada a escutando com atenção.— Eu tinha mais ou menos cinco, ou seis anos de idade quando eu me apaixonei por ele... Mas é aquela paixão de criança sabe? Que não possuí desejo sexual, nada disso, eu só me imaginava sendo adulta bem bonita, e que finalmente ele olharia para mim e me pediria em casamento. — falou rindo, e eu acompanhei no riso. — Eu grudava nele que nem um carrapato, e toda vez que ele vinha aqui em casa, era bem atencioso comigo, brincava de casinha, papai e mamãe... Eu sempre fui aproveitadora desde criança. — falou rindo. — Mas quando Amélia aparecia ele sempre me deixava sozinha pra correr atrás dela que nem um cãozinho adestrado, era patético o quanto ele se humilhava em busca de atenção, mas eu não ficava ressentida, pois na minha cabeça quando eu crescesse e ele me vesse ficar bonita, ele iria se apaixonar por mim. Como eu era muito burra.
— Não, você não era burra, você só era apenas uma criança com fantasias, isso é normal. — falei, e então ela sorriu.
— Bem, as fantasias de criança se tornaram mais maldosas quando eu fiz treze anos... Nessa época Lucien já tinha ido embora, Amélia estava amarga, e com um egoísmo elevado... Ela estava na frente da Campbell Emprise, enquanto Nicholas estava no final da faculdade, e o engraçado de tudo é que meu pai não ligou nem um pouco por ela está administrando uma empresa, mas comigo era totalmente diferente, era como se ele me odiasse. — falou chateada. — As vezes Nicholas vinha para nossa casa nas férias de verão, e ele ignorava Amélia e me dava atenção, íamos para o cinema, vínhamos aqui no Hyde Park, mas sem nenhuma maldade da parte dele, afinal ele era muito mais velho do que eu... Ele sabia dos meus sentimentos, porém eu era uma garotinha na puberdade, mas só em ter a sua atenção me fazia imaginar coisas... Pelo amor de Deus eu era uma adolescente que vivia lendo contos eróticos, quando eu deveria estar lendo qualquer outro romance, tipo Romeu e Julieta como a Amélia lia em minha idade. — falou rindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
REALIDADE PARALELA
RomancePriscila Silva Santos é uma mulher depressiva com baixo autoestima, casada como o amor de sua vida, porém super dependente dele. Mas por azar do destino Nicholas acaba morrendo em um acidente de carro deixando Priscila sozinha no mundo, e por ser tã...