O sorriso

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Fizemos o caminho para casa em completo silêncio. Alexandre a toda hora me olhava preocupado com meu silêncio, eu podia perceber pelo retrovisor, o qual eu encarava olhando pela janela. Era muito difícil ter que ouvir acusações, insinuações, calúnias sobre você, quando na verdade não é nada daquilo, nada como dizem que é.

Eu amo o Alexandre, amo o Bento com todo o meu coração e o meu ser.

Mas só Deus sabe o quão exaustivo é isso, o quão chato é ter que passar por essas situações constrangedoras.

Eu estou grávida do homem que eu amo, com a família que eu escolhi e que eles me escolheram, eu não tive a pretensão de tirar ninguém de ninguém. E realmente eu não tirei.

Não desacredito que a Karen realmente amasse o ex e o filho, mas a gente colhe o que planta, e ela colheu o que plantou. Ela falhou como esposa, como mãe e por isso tudo veio à ruína. E eu não posso pagar o pato por ter feito ao contrário dela, onde eu ofereci amor, cuidado, zelo por aqueles que eu amo.

Meus meninos.

E por isso é tão sempre exaustivo, desgastante ter que ser apontada como o pivô de algo que não estava em suas mãos.

...

— Me diz que você tá bem !? – ouvi a voz calma de Alexandre falando comigo, e sua mão tocando minha barriga, enquanto a outra seguia firme no volante.

— Só estou exausta! – minha voz quase não sai e ele pôde perceber o quão abalada eu havia ficado.

— Eu te conheço meu amor, tem mais alguma coisinha te incomodando aí dentro... – aproveitou que o sinal fechou para me dar total de sua atenção. — Mas a gente conversa em casa, tá bom? Te faço uma massagem, um suco, um lanche, um beijo, qualquer coisa pra ver seu sorriso lindo de novo !

— Vou aceitar as opções! – forcei um sorriso amarelo.

O sinal abriu e Alexandre voltou a direção e tomou estrada a dentro. Me virei ao perceber Bento conversando ou cantando, não sei dizer, tudo emboladinho, mas a coisa mais fofa do planeta.

Quase próximo de chegarmos em casa, o telefone de Alexandre começou a tocar estridentemente, peguei o aparelho que estava no suporte e virei para ele, para mostrar o nome da sua irmã no visor.

— Amor, atende aí e põe no viva voz ! – ele pediu, seus olhos não saiam da estrada.

— Tem certeza? Vai que ela quer falar alguma coisa importante... – dei de ombros. Me ajeitei no assento, o cinto de segurança já estava incomodando a minha pequena barriga.

— Não temos segredos entre nós. Você e minha mulher ! – falou como se fosse óbvio.

Assenti que sim, e atendi a chamada. Os dois se cumprimentaram primeiro, diziam sobre saudades, se estavam bem e quando fariam uma visita.

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