O céu é o nosso limite ( prólogo)

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...

— Mamãe, já ajudei minha irmã a por o tênis, posso assistir agora ? – ouço o pedido do meu mais velho, do outro lado da porta do meu quarto que nos divide.

— Oi filho ! – respondi alto para que ele me escutasse. — Pode sim, aproveita e pede para Claudinha dá uma frutinha para você e sua irmã, enquanto eu e o seu pai terminar aqui !

Eu e Alexandre estávamos nos arrumando para ir almoçar fora e ir às compras com as crianças, deixamos as duas pecinhas arrumadas para eu e meu amor conseguir fazer a nossa parte sem correria.

— Tá bom, mamãe! – pude ouvir seus passinhos descendo as escadas.

— Já tá pronta, amor ? – Alexandre pergunta, terminando de passar a fragrância que eu adoro.

— Estou, vou só pegar minha carteira e a gente desce ! – respondi, concentrada no gloss em que eu passava nos lábios. — Pronto, vamos !

Fomos em direção a porta e quando abrimos demos de cara com uma miniatura de gente, de braços cruzados e um bico de todo tamanho.

— Mamãe, irmão não quer blincar de comidinha comigo! – nem esperou abrir a porta direito para vir fazer suas reclamações diárias.

— Ele está assistindo desenho amor, vamos descer porque já vamos sair ! – tentei contornar a situação, mas eu conhecia bem a cria.

— Mas eu queria blincar papai ! – a apelona sabia que o era o calcanhar de Aquiles do pai.

— Vamos, o papai brinca um pouquinho com você enquanto a mamãe faz umas ligações! – o babão do pai sempre a coloca a perder. Mas eu precisava ligar para as meus consultórios.

Helena é uma força da natureza, com ela ninguém pode. A caçula e mimada do pai sempre o convence de tudo. Fico até com pena do meu filhote que todos os dias fica sentado na mesinha rosa dela, enquanto ela finge que serve ele no restaurante com suas panelinhas da mesma cor rosada.

Enquanto Helena era um furacão de menina, o irmão é pura calmaria. Às vezes, muitas das vezes na verdade, fico abismada com a tamanha paciência que ele tem com ela, porque meu amigos, a menina é tinhosa. Helena é amor, é carinho, é fofura, mas quando seu gênio forte fala mais alto, ninguém segura. Já meu menino é cuidadoso, compreensivo, um príncipe como sempre o chamei. Fico muito orgulhosa do homem que estou criando, do seres humanos mais lindos que já pisaram na terra.

4 ANOS HAVIAM SE PASSADO.

Eu já estava beirando os meus 30 anos, Alexandre os seus 47 – de muita gostosura, que fique claro – Bento, um homenzinho com seus 7 aninhos, e minha bebê agora já completava seus 4 aninhos.

 

Como o tempo passa rápido...

Olhando para os meus dois amores, para as coisas mais preciosas da minha vida, posso afirmar com total convicção e propriedade que sou a mulher mais sortuda, mais feliz, mais tudo desse mundo. A minha família não era a mais perfeita, mas é a coisa mais preciosa que existe, as pessoas não tem noção do quanto somos felizes juntos.

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