A sorte de um amor tranquilo

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  2 MESES DEPOIS

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...  2 MESES DEPOIS

 

Os dias que se sucederam foram bem melhores, as coisas foram voltando para dentro de suas normalidades. Desde o fatídico dia voltamos toda nossa atenção ao pequeno, já fazíamos isso, sempre o colocando em primeiro lugar. Bento já começava a formar frases mais completas e isso nos deixava completamente bobos e babões.

Com toda a correria do dia a dia e também pelo apego, decidimos que moraríamos juntos de vez, não tinha mais porquês de morarmos separados, estávamos criando uma criança juntos e logo mais dividiríamos até o sobrenome.

A data da viagem estava bem próxima e com isso a chegada da minha vó também. Ela decidiu que ficaria na casa que Alexandre tinha disponibilizado para ela, a casa que  era de seus pais, minha vó achou melhor que ficasse em outra casa alegando que era para termos privacidade – óbvio que contestei, mas se tem uma coisa que puxei da minha vó foi a cabeça dura.

A nossa viagem para Disney estava sendo um sonho, estávamos ansiosos. Alexandre correu atrás de todas as papeladas e burocracias de uma viagem internacional, e também já deixando uma equipe pronta pra ajeitar tudo enquanto chegássemos lá. A propriedade que ele tinha estava sendo cuidada por um casal de amigos que também residia por lá, facilitando nossa vida um pouquinho mais.

A vida estava realmente boa, incrível.

 Nunca havia imaginado que estaria vivendo um amor calmo, tranquilo e perfeito. Nero vinha sendo o melhor dos homens, o melhor dos pais, tudo nele era incrível. Era incrível porque nunca me senti tão amada como agora, amada nos pequenos detalhes, nas minúcias.

Era do acordar ao dormir, sendo lembrada diariamente o quanto ele me amava, porque fazia questão de me dizer 24/48. Era quando ele chegava do trabalho mesmo cansado e se juntava a mim e ao nosso menino para matar a saudades. Era nas nossas noites de amor, que ele consumia cada parte do meu corpo marcando com juras a paixão que ele sentia por cada lugar, por cada pedacinho meu.

Era nas nossas discussões, ou “brigas” que ele sempre dava um jeito de reverter e não dormimos brigados – porque o ultimamente a gente vinha se desentendo bastante. Na verdade, eu estava realmente muito estressada e o coitado que estava aturando – mas quem poderia julgar uma mãe, noiva, universitária, tudo ao mesmo tempo?

Com o final do último semestre, estava tudo um caos, era uma correria para entregar os portifólios, as apresentações, às provas e ainda assim tinha a responsabilidade de casa, e com uma criança. Alexandre vinha me ajudando muito, muito mesmo, porém para ele também estava complicado, as cirurgias aumentaram e a demanda dele no trabalho estava no pico.

É por essas e outras que decidimos que contrataríamos alguém assim que voltássemos de viagem.

Eu estava bem esgotada, principalmente, fisicamente. Vivia com dor de cabeça, o humor estava 0, tudo estava me irritando, a comilança por ansiedade me fazendo pesar três quilos a mais na balança. Final de faculdade, viagem para o exterior batendo na porta, preparativos para o casamento, uma casa, um filhote e um quase marido estava me tirando dos eixos.

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