Cerejeiras

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Entro no quarto que é desnecessariamente grande e vou direto para a cama, o Ohm olha para mim quando eu deito, mas não fala nada, apenas tira a roupa e vai para o banheiro, eu pego o celular e mando uma mensagem para o Chimon avisando que eu cheguei, ele pergunta como eu estou e pede para eu continuar mandando notícias.
- O que você está fazendo?
Eu olho para o Ohm parado na porta de braços cruzados, aponto o celular pra ele e tiro uma foto, ele se assusta e vem até mim.
- Você tem fetiche com fotos e vídeos.
- Eu gosto do seu corpo, principalmente quando você está assim, sem roupa nenhuma.
Ele me beija e abaixa o celular, mas eu levanto e tiro mais uma foto, seguro a sua mão e o puxo para a cama, ele cai deitado e eu me ajoelho, tiro várias fotos dele dando risada, depois ficando sério e por fim me olhando, aquele olhar que ja é um velho conhecido, carinho e vulnerabilidade.
- Você gosta disso.
Eu abaixo o celular e nego.
- Eu não sou um tarado fetichista.
- Não isso, tirar fotos, você gosta disso.
- Quando eu era criança eu queria ser fotógrafo .
- Você devia tentar.
Eu dou risada e o beijo, as vezes a sua ingenuidade é encantadora. Tiro mais uma foto do seu rosto confuso e guardo o celular, deito sobre ele e o beijo.
- Vamos passar o dia no quarto?
- Você quer?
Eu penso sobre isso.
- Não, vamos dar uma volta.
Ele sorri e tenho certeza que era isso que ele queria desde o início.
- Mas nada de restaurantes caros ou coisas do gênero.
Ele suspira e concorda, então eu o beijo mais uma vez, ele segura a minha calça e puxa para baixo, quando eu me esfrego nele o seu pau pulsa junto com o meu.
- Eu quero muito te foder agora, Ohm Pawat!
- Então em fode, Nanon!

Eu visto o meu moletom, sento e fico observando o Ohm se vestir, blusa de lã de gola alta, sobretudo, cachecol, todo de preto, absurdamente lindo. Enquanto ele está distraído eu tiro mais uma foto, quando guardo o celular ele vira para mim, olha por alguns segundos e vai até a sua bolsa, pega outro sobretudo e dá pra mim, eu penso em recusar, mas quando chegamos estava frio, devia ter conferido o tempo antes de viajar. Eu pego o casaco e visto, ele tira o próprio cachecol e enrola no meu pescoço, me puxa e beija.
- Quer conhecer algum lugar específico?
- Eu não conheço nada sobre esse país.
Ele acena, me beija mais uma vez e segura a minha mão.
- Não sai de perto de mim.
Nós descemos e saímos, paramos na frente o hotel e o Ohm fala com o porteiro em inglês, algo sobre precisar comprar alguma coisa. O porteiro explica, ele agradece e nós saímos. Andamos algumas quadras e chegamos em uma loja de eletrônicos, um vendedor se aproxima, o Ohm fala em inglês mais uma vez, ele faz um gesto para esperar e chama outra pessoa, a mulher vem até nós e conversa com ele, se afasta e ele me leva até um balcão, quando ela volta coloca uma câmera na minha frente.
- Experimenta.
- Você não vai comprar isso pra mim, Ohm.
- Não, eu vou comprar pra mim.
- Ohm...
- É pra mim, juro que não vou te dar, agora testa ela.
Eu olho para ele e para a câmera, penso em ir embora, mas decido pegar a câmera, se ele tentar me dar eu não aceito e pronto.
Olho as especificações, a resolução e boa, é fácil de manusear, tem várias configurações diferentes e vem com algumas lentes.
- Gostou?
Eu suspiro e coloco no balcão.
- Eu não preciso gostar, mas ela é boa.
Ele sorri e fala com a vendedora, eu não quero participar de nada disso, então me afasto e sento.
O Ohm senta ao meu lado e segura a minha mão.
- Você está bem?
- Não tenta me enganar, Ohm, eu sei o que você está fazendo e isso não vai funcionar comigo, gastar com uma câmera que você nem sabe mexer?
- Eu quero que você tire fotos minhas.
- E você gosta de tirar fotos?
- Não, mas gosto de como você fica quando tira fotos minhas... - Ele se aproxima e fala no meu ouvido. - Você fica com muito tesão!
Eu dou risada e concordo.
- Ok, mas se você tentar me dar essa câmera eu te arrebento.
- Não sei porque, mas eu acredito nisso.
Ele tira a câmera da caixa e entrega pra mim, eu mexo nela e penduro no meu pescoço, seguro a sua mão e o levo para fora da loja.
Passamos o resto da tarde acompanhando um guia turístico pelo muro de Berlim, é interessante ver o Ohm com outras pessoas, assim como o Chimon disse uma vez, ele é tão frio que chega a ser assustador, fala o mínimo possível, está sempre com cara de poucos amigos e nunca responde quando falam com ele, o que é um grande contraste com o jeito que ele é comigo, sempre carinhoso, explicando as coisas que sabe sobre os locais que visitamos, traduzindo o que o guia está falando.
Chegamos no último ponto de visita já estamos no final do dia, o Ohm traduz contando que é um posto de controle e foi o primeiro a liberar a entrada para as pessoas da Berlim oriental.
Quando o guia aponta para acompanharem o Ohm segura a minha mão e me puxa para o outro lado.
- Ohm?
- Eu quero mostrar uma coisa.
Quando chegamos no que parece ser um parque eu sou obrigado a tirar muitas fotos, viro para ele e tiro uma foto com as árvores a sua volta.
- É lindo aqui!
Ele sorri e eu tiro mais uma foto.
- Achei que você ia gostar.
- Eu sempre quis ir na Coreia só para ver as cerejeiras na época que florescem.
- Isso é muito romântico para alguém que não quer romance, Nanon.
Eu não falo nada e volto a tirar fotos, não tem como explicar que não tenho nada contra romances, só não quero um romance com ele. Quando ele me abraça e beija o meu pescoço um casal olha para nós com cara de nojo, acho que o preconceito existe em qualquer lugar.
- Já que eu não posso te levar para um restaurante, podemos voltar e pedir serviço de quarto?
Eu vejo o casal se afastando e concordo, ele segura a minha mão e me puxa, eu tiro um foto das nossas mãos e depois do seu sorriso, não sei como vou fazer, mas tenho que mandar essas fotos para mim antes de ir embora.

Nós chegamos no hotel e o Ohm pede o jantar, vai para o banheiro e coloca a hidromassagem para encher, eu pego uma cadeira e levo para o banheiro, sento e ele me olha curioso.
- Sabe dançar?
Ele dá risada e nega, eu sorrio e coloco uma música no meu celular.
- Tira a roupa dançando pra mim.
- Nanon, eu faço de tudo por você, menos isso.
Eu levanto e vou até ele, beijo o seu pescoço, seguro o seu pau e falo no seu ouvido.
- Você vai dançar e tirar a roupa, quando entrar na água você vai poder escolher como vai me foder, entendeu?
- Nanon...
Ele fala isso em um gemido e eu beijo ele mais uma vez.
- Agora, Ohm Pawat!
Ele geme mais uma vez, eu me afasto e ele começa a dançar.

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