Fim

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O Minato joga uma bola longe para os cachorros pegarem, o Gold observa entediado enquanto o Denn corre animado atrás da bola, o cachorro volta com ela  na boca e deixa perto do pé do nosso filho girando em volta dele mesmo esperando para buscar a bola novamente, a Sophie anda com dificuldade até o castelo de areia que o Dew está construindo e  começa a encher o seu baldinho com uma pequena pá. Olho para o Ohm que assiste a tudo encantado, cada vez que vejo esse olhar eu me apaixono um pouco mais.

— Aí não, vocês têm que colocar as cadeiras em duas fileiras! Perth? Perth!

O Chimon procura pelo noivo, mas o Perth já desistiu há muito tempo, o Chimon está surtando com essa história de casamento.

— Papai, cochinha!

A nossa filha vem com o baldinho na nossa direção, o Ohm se ajoelha e estende os braços, pega ela e fica falando sobre as conchinha que ela achou.

Acho que se pudesse congelar a nossa vida em um momento seria esse, todos da nossa família reunidos na nossa casa da praia, as crianças felizes e saudáveis, os problemas que finalmente acabaram e o Ohm...

— NewYear, desgruda um pouco do Lego e vai procurar o seu irmão.

O NewYear encara o Chimon com um olhar frio que só um irmão do Ohm poderia  ter, antes que isso vire uma briga eu mesmo levanto e faço um sinal pra ele ficar onde está, beijo o Ohm e vou para a casa.

Entro na cozinha e vejo a minha mãe no fogão conversando com a Milk e a avó do NewYear sobre alguma coisa que está cozinhando, a Love está lendo um livro sobre a doença rara de uma paciente que ela está acompanhando na clínica, é só o que ela tem feito ultimamente.

Encontro o Perth na varanda, que fica na lateral da casa, sentado em um balanço em forma de banco que colocamos para as crianças, sento ao lado dele e tento avaliar o seu humor.

— Você está pensando em fugir do próprio casamento?

Ele sorri, depois suspira.

— Sim, mas não. E se eu sequestrar o Chimon, ir pra Vegas e casar lá?

— Trabalhoso demais e com certeza ele dirá não quando perguntarem se ele aceita casar com você.

— É verdade.

— Qual é o problema, Perth?

— Não sei... Isso tudo parece... Cedo demais...

— Você foi visitar a sua mãe?

— Fui ontem, ela está tão diferente, triste e abatida... Ela pediu pra eu não ir mais lá.

Não gosto de falar muito sobre isso, porque não consigo ter uma opinião imparcial da mãe dele, principalmente depois que ela tentou me matar, mas ele não pode continuar assim, desde que o julgamento da mãe dele acabou há seis meses ele está triste, acho que se sente culpado, porque ela só se envolveu com a organização porque ele não quis assumir o lugar do avô, mas tenho impressão de que ela ia acabar fazendo isso de qualquer jeito, só que com muitos danos colaterais.

— Perth, posso ser sincero? — Espero até ele concordar. — A sua mãe passou a vida viajando, você mal via ela, foi criado pelo seu avô em um ambiente inadequado e se dependesse dela hoje você seria um criminoso, provavelmente estaria morto ou preso como todos eles. Você está perdendo um dos momentos mais importantes da sua vida por alguém que não perdeu nenhum momento importante para estar ao seu lado. Vale a pena?

Ele me olha surpreso e dá pra ver quando começa assimilar o que eu disse, aos poucos a sua postura se corrige, a expressão que esteve carregada por meses vai ficando mais leve e ele finalmente sorri, um sorriso genuíno.

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