Suspeito

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Sirvo mais vinho para o Ohm enquanto o Chimon conta que não sabia que estava vindo para cá, ele encontrou com o Perth por acaso, apesar de eu achar que acaso não tem nada a ver com isso, o Perth o convidou para beber alguma coisa, mas disse que tinham que passar em um lugar antes, o Chimon ficou muito surpreso quando viu o Ohm, mas nem perto da surpresa de me ver aqui.
Ele tem visitado a minha mãe de tempos em tempos, no início ela ficou muito triste, levou meses até ela ficar bem, ele que teve que contar para ela sobre a minha morte, o Ohm achou melhor não piorar as coisas contando sobre nós, por causa da história das nossas famílias.
Eu fui considerado desaparecido pela polícia, porque não tinha nada que comprovasse a versão do Ohm sobre a minha morte, isso eu sabia, estava acompanhando as investigações, seria muito complicado se me declarassem morto, não quero usar uma identidade falsa pra sempre.
- Aonde você estava?
- No Japão.
- Sério?
Eu sorrio e percebo que o Ohm não está com uma cara muito legal.
- Você ficou todo esse tempo em um país que nem sabe falar o idioma?
- Agora eu falo.
- Você fala japonês?
- Sim, inglês e mandarim também.
O Chimon me olha assustado e o Perth da risada.
- Esse cara é quase uma máquina, aprendeu tanta coisa ao mesmo tempo que não sei como não explodiu. Ele sabe quatro artes marciais diferentes, aprendeu a atirar com pistola, submetralhadora, fuzil e arco e flecha, fala sério, quem precisa saber atirar flechas? Aprendeu esgrima, primeiros socorros, até hack...
- Perth!
Eu olho sério e ele para de sorrir.
- Enfim, ele gosta de aprender coisas diferentes.
- Porque você aprendeu tudo isso?
Eu penso no que dizer e dou de ombros.
- Você sabe que eu sempre gostei de fazer cursos, Chimon.
Está na cara que eu não os enganei, mas ninguém fala nada, de repente o Ohm bebe o vinho dele todo de uma vez, levanta e sai da mesa, o Perth me olha com cara culpada e eu tenho vontade de matar ele, mas vou atrás do Ohm, entro no quarto e sento ao lado dele na cama.
- Você está bem?
Ele suspira e me olha nervoso, levanta e anda de um lado para o outro, quando para na minha frente me olha de um jeito estranho.
- Quem é você?
- Ohm?
- Sério, o que aconteceu com você? Que merda está acontecendo?
Eu suspiro, levanto, seguro a sua mão e vou para o closet, não quero que escutem a nossa conversa, principalmente se virar uma briga.
Entramos no meu quarto e ele olha em volta, ele não tinha visto o meu apartamento ainda, eu puxo ele para a sala, se ficar no quarto vamos acabar transando ao invés de conversar. Eu sento no sofá ao lado dele, seguro a sua mão e beijo.
- Ohm, quando comecei a trabalhar para o avô do Perth eu tive que aprender algumas coisas.
- Lutar? Atirar? Você falou que não estava envolvido nos negócios ilegais dele.
- E não estou, eu trabalhava no Cassino.
- E a cicatriz?
Ele levanta a minha camiseta e toca a minha barriga.
- Foi uma briga no cassino, foi no meu terceiro mês lá, teve uma briga e eu acabei me envolvendo.
Ele se abaixa e beija a minha barriga, então olha pra mim.
- O que fizeram com você, Nanon?
Eu fico preso no seu olhar por um longo momento e tento sorrir para aliviar o clima.
- Me mataram, Ohm, foi isso que fizeram.
- Eu não confio no avô do Perth.
- Eu também não.
Ele não esconde a surpresa e eu beijo a sua mão mais uma vez.
- Eu sei no que estou me metendo, Ohm, sei que não posso confiar nele e não confio, não estou envolvido nos negócios dele e deixei claro desde o início que isso não vai acontecer. Estou trabalhando no escritório com o Perth, não tem com o que se preocupar.
- Não mesmo?
- Ele não vai fazer nada enquanto achar que eu sou útil.
- No que você é útil pra ele?
Eu paro por um momento e suspiro, eu vou matar o Perth, ele está me obrigando a contar coisas que eu não queria, não ainda.
- O Perth me ouve... Nem sempre, mas ele me ouve, o avô dele acha que pode controlar ele através de mim.
Ele fica me encarando e acho que está mais uma vez se questionando se pode confiar em mim, não posso culpar ele, estou deixando ele no escuro e o pouco que contei parece muito suspeito até para mim, mas pra fazer o que quero fazer eu preciso que ele não se envolva.
- Eu te amo, Ohm, isso não é o suficiente?
- Não, não se eu não puder te proteger.
- Eu não preciso que você me proteja, só preciso que fique seguro.
- E porque eu não estaria seguro?
- Porque qualquer um que esteja perto de mim estará em perigo.
- São as pessoas que tentaram te matar?
- Sim.
- Porque eles fizeram aquilo?
Eu tenho vontade de contar sobre a mãe dele, mas mais uma vez eu tenho certeza que é melhor não fazer, ele não vai ficar contra ela e se tentar me impedir... eu sei que não farei nada que faça ele sofrer.
- Eu irritei as pessoas erradas, isso é tudo o que eu posso dizer.
- Vamos embora, Nanon, pra qualquer lugar onde eles não possam te encontrar.
- Eu estou cansado de fugir e não vou fazer isso com você, você lutou para conseguir tudo o que tem e para ser livre. Agora é a minha vez, eu vou lutar para ser livre também e para ser digno de estar ao seu lado.
- Eu não me importo com nada disso, eu só preciso de você ao meu lado.
- Eu estou ao seu lado e vou continuar bem aqui.
Ele segura o meu pescoço e me puxa encostando a sua testa na minha.
- Eu...
Ele suspira e não fala mais nada, eu me aproximo mais e o abraço.
- Eu sei que você não gosta disso, mas vai ficar tudo bem, eu prometo.
- Promete que se ficar perigoso você vai me contar a verdade?
Eu não digo nada, porque já é perigoso e eu não vou mentir para ele, então eu apenas beijo o seu pescoço e faço ele se deitar no sofá, deito encima dele e o beijo, começamos com um beijo calmo, mas de repente ele começa a acelerar como se tivesse urgência em me ter. Ele tira a minha camiseta e abaixa a minha calça, eu abro a sua camisa e beijo o seu peito, mas ele não deixa eu ir muito longe, me afasta e abre a própria calça, eu tiro ela e me deito sobre ele mais uma vez, ele levanta as pernas me encaixando entre elas e segura o meu pau me guiando até ele, quando olha nos meus olhos eu consigo ver apenas fogo no seu olhar.
- Me fode, Nanon!
Eu olho para o meu pau na sua bunda e entro lentamente, seguro as suas pernas e vou entrando e saindo devagar, me afasto o suficiente para poder olhar para ele e sorrio.
- Eu te amo, Ohm Pawat!
Ele toca o meu rosto e tudo está ali misturado no seu olhar, o amor e o medo, a dúvida e a preocupação, o fogo e a esperança...
- Eu te amo, Nanon!

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