Viagem

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Entro no quarto e coloco a bolsa ao lado da cama, me aproximo e beijo o Ohm, ele acorda e abre os olhos devagar.
- Bom dia, amor!
- Bom dia! Já está na hora, Nanon?
- Ainda não, mas preciso resolver um problema antes, eu separei algumas coisas naquela bolsa, coloca as suas roupas junto e eu te encontro em uma hora na garagem, tudo bem?
Ele me encara por um momento e posso ver no seu olhar as perguntas que ele não pode fazer.
- Eu te amo, Ohm Pawat!
- Eu também te amo!
Eu beijo ele e saio antes que ele faça perguntas que eu não posso responder.

Eu entro no carro e assim que chego na porta da garagem vejo que alguém está  me seguindo, vejo um caminhão vindo na minha direção e espero, quando ele está quase na passando por mim eu acelero e entro na sua frente, o motorista freia buzinando bloqueando a saída da garagem e eu vou embora deixando o cara que está me seguindo para trás.

Passo primeiro na lanchonete ao lado da boate do Ajin, mas não desço, estaciono em uma vaga na frente e torço para a conexão do wi fi deles chegar até aqui, quando conecto mando um e-mail de uma conta falsa para um promotor que é conhecido por gostar de derrubar esse tipo de gente, ele está tentando se tornar conhecido, então quando pega um caso desse vai até o fim.
Fazem quatro dias desde que eu transferi o dinheiro para a ONG e se o meu palpite estiver correto o valor deve ter sido desviado, essas ONGs só servem para lavar dinheiro, não existe ajuda real. Eu informo que eu fiz a doação e um funcionário contou que o dinheiro não está mais com eles e não vão poder ajudar um abrigo que eu recomendei, anexo o comprovante da transferência, programo o email para ser enviado em dez minutos e vou embora, se isso não funcionar eu vou precisar de outro plano.

Da lanchonete eu vou para a casa do Perth, entro e vou para o quarto dele, bato na porta e ele não atende, eu me preparo para o que posso encontrar e entro no quarto, para a minha surpresa ele está dormindo sozinho, então eu vou até ele e sento ao seu lado.
- Perth?
Ele se mexe e olha pra mim.
- Tá de sacanagem? Você não ia viajar?
- Eu estou indo, mas preciso de um favor.
Ele suspira e senta, pega o celular e olha o horário.
- Você vai ficar me devendo uma muito grande, lembre disso! Do que você precisa?
- Eu preciso que você contrate alguém mais ou menos com a minha estatura e pague para a pessoa se passar por mim.
- Como assim?
- Pede pro cara pintar o cabelo como o meu, vai com ele para o meu apartamento, fica lá por um tempo, depois saiam juntos, façam o mesmo amanhã.
- Pra que isso?
- Colocaram uma câmera no corredor, preciso que achem que eu estou na cidade, fica com a minha chave e pede para ele entrar usando o celular para não mostrar o rosto, o cabelo vai ser suficiente para pensarem que sou eu.
- Quem colocou a câmera?
- Não sei, mas não quero arriscar.
- Entendi. Agora deixa eu dormir.
Ele deita de barriga para baixo ainda com a minha chave na mão.
- Perth?
- Humm?
- Não transa com o cara, a última coisa que eu preciso é que alguém ache que estamos transando.
- Já disse que você não faz o meu tipo, Nanon. Boa viajem!
- Não apronta!
Ele sorri e fecha os olhos.
- Posso pegar uma blusa sua?
- Porque?
- Pra você dar a minha pro cara usar.
- Ah, Ok.
Eu vou para o closet e pego uma blusa preta grande e um boné, dobro a minha blusa e coloco encima de uma poltrona, chamo um táxi e vou embora.

Chego na garagem e vou até o carro do Ohm, mando uma mensagem avisando que cheguei e fico esperando ele descer, quando aparece com um sorriso lindo não dá pra não perceber, ele está muito animado.
Eu olho em volta e não vejo ninguém observando, ele destrava o carro e eu entro, ele coloca a bolsa no porta malas, eu deito o banco e ele entra me olhando surpreso.
- Eu acordei cedo, preciso dormir um pouco.
- Deu tudo certo, conseguiu resolver o problema?
- Espero que sim.
- E essa roupa.
- Peguei emprestado com o Perth.
- Você foi na casa dele?
- Fui.
Ele me encara com aquele mesmo olhar cheio de perguntas, mas me beija, liga o carro e sai da garagem, eu não estou cansado, mesmo assim eu fecho os olhos, coloco o boné no meu rosto e tento dormir, assim não preciso explicar porque estou com o banco deitado.

Acordo com os lábios dele nos meus.
- Chegamos.
Eu inspiro e sorrio, arrumo o banco e olho em volta, está chovendo muito, quase não dá pra ver nada, fico surpreso por não acordar com tanto barulho.
- Onde nós estamos?
- Mae On.
- Sério? Quantas horas eu dormi?
- Quase oito.
- Devia ter me acordado, eu podia dirigir um pouco.
- Está tudo bem, preciso de você descansado para o que vamos fazer.
Ele dá um sorriso lindo e sem vergonha, me beija e destrava o meu cinto.
- A cabana fica a direita, vamos ter que correr por causa da chuva.
- Tudo bem. E as chaves?
- Eu pedi para deixarem na porta.
Eu concordo, respiro fundo, abro a porta e corro, quando chego na cabana olho para trás, mas não o vejo.
- Ohm?
Ele aparece correndo todo molhado.
- O que você estava fazendo?
- Pegando a bolsa.
- Podia ter deixado no carro, não vamos precisar de nada que tem aí.
- As nossas roupas estão aqui.
- E por acaso você pretende usar roupas?
Ele se aproxima e me abraça me molhando.
- Não mesmo!
Eu beijo ele e alcanço a fechadura, abro a porta e ando pra trás, ele joga a bolsa no chão e chuta a porta fechando ela, quando se afasta olhamos em volta.
É uma cabana muito grande, do meu lado esquerdo tem uma cama redonda com um lençol vermelho de cetim e várias almofadas brancas e vermelhas, a parede lateral tem uma janela que vai do chão ao teto e fica de frente para a montanha, ao lado da janela em um pequeno sofá branco de dois lugares que parece aconchegante, na frente do sofá um tapete vermelho e uma grande lareira que já está acesa. Do lado direito tem uma banheira de hidromassagem grande, uma mesa e um bar.
O Ohm segura minha cintura e me puxa para ele, beija o meu pescoço várias vezes enquanto fala.
- Vamos começar com a hidromassagem, depois nós vamos para a cama, estou louco para saber qual é a sensação de te foder naqueles lençóis.

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