Promessas

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Eu saio do banho e a porta do quarto abre.
- E aí, cunhadinho!
- Perth, você tem que parar com isso, não pode ficar entrando no meu quarto quando quer.
- Porque não?
O Perth é impossível!
- Como você está?
Ele se aproxima e olha para o meu peito.
- Está cicatrizando bem!
Quando levanta a mão e eu seguro, ele me olha e revira os olhos.
- Nanon, você é gato, mas não faz o meu tipo.
- Ótimo, não toca em mim!
Ele se afasta e deita na minha cama.
- Já está tudo pronto?
- Tudo o que? Eu não tenho nada.
- Você precisa relaxar um pouco, Nanon, quando estiver cheio de rugas o meu irmão não vai querer você!
Eu pego a roupa na cama e entro no banheiro para me vestir, quando saio o Perth ainda está ali.
- Você quer alguma coisa ou só não tem mais ninguém para atormentar?
- Como você se entende com o meu irmão? Porque ele não facilita e você também não.
- Ele não é assim comigo. Não era...
Ele suspira e levanta.
- Vamos sair antes de amanhecer, vou pedir para a enfermeira ver o seu ferimento.
Ele sai do quarto e eu deito, não tem muita coisa que eu possa fazer preso nesse quarto, eles podiam pelo menos ter arrumado uma televisão pra mim.

- Nanon, acorda!
- Perth, já falei para não ficar entrando no meu quarto!
- É falou, agora acorda.
- Já está na hora?
- Não, levanta, tenho uma coisa pra você!
Eu olho em volta, mas não consigo ver muita coisa, ainda está escuro.
- Liga a luz.
- Você não vai precisar, levanta de uma vez.
Eu suspiro e sento devagar, saio da cama e acompanho o Perth que vai andando pelo corredor, ele para na frente de uma porta e vira pra mim.
- Ele não pode saber que você está vivo, não esquece disso, é pra segurança dele.
Antes que eu consiga perguntar qualquer coisa ele abre a porta e vai embora, eu olho para dentro e tem alguém ali, sinto um arrepio, pois sei quem é, mesmo assim me aproximo para ver mais de perto. Ele está tão lindo e tão magro, dá para ver as olheiras fundas nos seus olhos.
Eu vou até a porta para ir embora, mas não consigo, então fecho ela, volto para a cama deito ao lado dele e o abraço.
- Eu sinto tanto a sua falta, meu amor!
Ele beija a minha cabeça e eu olho rápido para ver se ele acordou, mas ainda está dormindo. Fico olhando para a sua boca tão perto da minha, não resisto e o beijo, ele abre os olhos surpreso, me abraça e deita sobre mim, me beija enquanto tira a minha roupa, eu não tento impedir, preciso disso, preciso dele.
- Eu te amo, Nanon!
- Eu também te amo!
Ele tira a propria cueca e levanta as minhas pernas, me penetra gemendo e entra e sai devagar, pela primeira vez eu estou feliz por ele preferir fazer amor, isso é o que preciso agora, é perfeito!
Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas ele não está com pressa, me beija, passa as mãos pelo meu corpo, geme no meu ouvido e sempre fala que me ama e que sente a minha falta, eu aproveito cada segundo, quero me lembrar disso para sempre. Quando gozamos ele deita ao meu lado e sorri.
- Eu preciso de você... Volta pra mim!
- Eu vou voltar, eu prometo!
Ele sorri, se aproxima e deita no meu peito.
- Eu vou descobrir quem fez aquilo, eu prometo!
- Não faça isso, é perigoso.
Ele suspira e beija o meu peito, deita mais uma vez e fica em silêncio, quando percebo ele está dormindo. Fico com ele o máximo de tempo possível, mas sei que tenho que sair, então afasto ele devagar, me visto e coloco a cueca dele de volta com cuidado para não o acordar, olho em volta para ver se não ficou nada meu para trás, volto para cama, me aproximo e o beijo.
- Eu te amo, Ohm, prometo que vou voltar!
Beijo ele mais uma vez e me afasto. Desde o início eu quis me afastar dele, nunca imaginei que seria tão doloroso fazer isso de verdade.
Eu fico parado na porta olhando para ele, eu sei que tenho que ir, mas não consigo, simplesmente não consigo sair.
Eu me assusto quando a porta abre, o Perth me olha sério e aponta com a cabeça para trás.
- Precisamos ir!
Eu olho para o Ohm mais uma vez, respiro fundo e saio, o Perth olha para o irmão e para mim.
- Eu sinto muito!
Eu aceno e ando pelo corredor, não digo nada, não existe nada para dizer. Viro para um lado, o Perth segura o meu braço e faz um sinal para eu ir para o outro lado, saímos e tem um carro parado na frente da casa, é a primeira vez que eu vejo onde estive no último mês, é uma casa muito grande, com certeza a família do Perth é muito rica.
Um homem sai do carro e abre a porta para nós, o Perth entra, eu olho para trás mais uma vez, fico imaginando em qual dessas janelas o Ohm está, será que ele vai ficar bem? Ele vai realmente ficar seguro? Pela milésima vez desde que tentatam me matar eu penso se essa é realmente a decisão certa, eu não tenho medo do que pode acontecer comigo, mas sim com o Ohm, a sua mãe iria tão longe a ponto de machucar ele só pra me ver morto? Eu acredito que não, mas ele faria qualquer coisa para me proteger, inclusive se colocar em perigo. Mais uma vez eu chego a conclusão que não tenho opção. O Perth prometeu que eu posso sair quando eu quiser, não posso voltar para o Ohm, mas ele me ajuda a ir para onde eu quiser, desde que seja longe do seu irmão.
Eu suspiro e entro no carro, o Perth sorri e da um soco no meu braço.
- Esse é o meu garoto!

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