LXXIV

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Depois de horas em uma discussão sem sentido eu começo a considerar seriamente pegar a minha arma e atirar em alguém, eu mudo de posição cruzando perna e a arma faz uma leva pressão, depois de todo esse tempo tinha esquecido como andar com uma pistola pra cima e pra baixo é desconfortável. Um dos gerentes levanta e pula encima da mesa indo para cima do outro, eu suspiro e faço um sinal para um segurança afastar os dois.

O meu telefone toca e eu quase dou graças a Deus pela distração, leio a mensagem e sei que já esta na hora de acabar com isso, não vai demorar muito para essa bomba explodir. Levanto e vou até o segurança que está tentando conter o gerente sem sucesso, pego a arma e atiro no seu pé, ele dá um grito assustador enquanto o segurança tira ele da sala praticamente arrastado, viro guardando a pistola no coldre e olhando para os outros que finalmente pararam de falar.

— Não sei o que vocês acham que estão fazendo, mas a partir de agora será assim, o primeiro tiro será um aviso, o segundo será o fim. Então eu quero todos os relatórios até amanhã e o dobro de resultados nas mesas em duas semanas, desvios de dinheiro, fraudes ou manipulações serão punidos com morte. A reunião acabou.

Saio da sala com o olhar atonito de todos a minha volta, quando fecha a porta o Hiroshi sorri.

— Podia ter feito isso desde o começo, pouparia muito tempo.

— Vou lembrar disso na próxima vez.

— Já soube?

— Sim, estou indo para casa para descobrir mais detalhes, se souber de alguma coisa me avisa.

— Sim, senhor.

Entro no carro enquanto leio a mensagem do Ohm, abro a internet e busco as notícias da Tailândia, não tem muito, apenas a informação que grandes empresários estão sendo indiciados por diversos crimes incluindo organização criminosa, fraude e corrupção.

O carro estaciona e eu corro para dentro, o Ohm e o NewYear não estão na sala, então vou para o segundo andar, abro a porta do quarto e ele vira pra mim, fico surpreso quando ele sorri vindo na minha direção e me beija, achei que estaria muito mais preocupado.

— Me conta o que aconteceu.

Ele se afasta e suspira.

— O meu pai e o senhor Tha sumiram, e a polícia não está conseguindo os localizar. Eu acho que vou ter que voltar, preciso ver como estão as coisas na empresa dele. Você vem comigo?

— Me desculpe, mas eu não posso voltar ainda, o que estou fazendo aqui vai garantir que o Perth e eu estaremos livres de tudo isso no futuro.

— Eu vou ficar com você então.

— Mesmo querendo muito que fique, você tem que voltar, não apenas pela empresa do seu pai, mas pela sua também, não dá pra saber como isso tudo vai te afetar, você precisa estar lá.

— Mas...

Ele quer discutir, mas sabe que não dá pra ele ficar aqui.

— Só alguns dias, Ohm, eu prometo.

Ele suspira e acaba concordando.

— Quer que eu leve o NewYear comigo?

— É melhor ele ficar aqui por enquanto.

Ele não estava feliz antes, agora está pior.

— Três dias, Ohm, eu volto em três dias.

— Eu... Foda-se o meu pai, eu vou ficar.

— Você precisa ajudar o Perth, eu não posso estar lá e a empresa dele faz parte do grupo do seu pai, ele precisa de você.

— E eu preciso de você...

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