Distração

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— Ohm, você precisa se acalmar!

— Como você quer que eu me acalme, Hiroshi? Dez dias, estamos sem notícias do Nanon há dez dias, refizemos todos os passos de vocês nos últimos meses, o presidente Tha torturou várias pessoas atrás de respostas, até a polícia está procurando e nada. Como eu posso me acalmar?

— Eu sei, também estou preocupado, mas perder a cabeça assim não vai te ajudar.

Ele vai até o canto, abaixa e começa a juntar os pedaços do copo que joguei na parede, a porta abre e o Chimon aparece sorrindo.

— O que...

Ele dá um passo para o lado e aquele pequeno menino, meu filho, me olha assustado, não tenho ideia do que fazer, mesmo assim me abaixo e tento sorrir.

— Você sabe quem eu sou?

O menino acena, eu abro os braços e ele corre até mim sorrindo, eu o abraço e sinto diminuir um pouco daquela coisa ruim que tem feito parte dos meus dias desde que o Nanon sumiu, quando levanto o Chimon entra e fecha a porta.

— O Perth me ligou, disse que você precisava de uma distração e o Mini queria conhecer o pai, então...

Ele dá de ombros e olha para o Hiroshi que está descartando o vidro, sorri e o cumprimenta, o Chimon tem estado preso na casa da fazenda por todo esse tempo, então não tem ideia de que esse cara é apaixonado pelo Perth.

— O Tio Mon disse que o papai tem uma loja de sorvetes...

Eu paro de prestar atenção nos dois e me concentro no Minato.

— Tenho sim, você quer comer sorvete?

Ele concorda sorrindo e os seus olhinhos viram pequenas linhas no seu rosto, eu viro para o Hiroshi e ele acena.

— Vamos continuar procurando, Ohm.

— Qualquer novidade me ligue na hora.

— Tudo bem.

O Chimon abre a porta e eu saio com eles.

— O papai já voltou de viagem?

Olho para o Chimon que dá de ombros de novo, então eu respondo.

— Ainda não, você sente falta dele?

— Gosto quando o papai lê pra mim .

— Eu posso ler pra você até ele voltar, você quer?

Ele concorda e fica me olhando encantado.

— Eu já posso morar com o papai?

— Comigo?

— É!

— Em breve, eu prometo!

Chegamos no carro e eu arrumo ele no banco e prendo o cinto, desde que entrou na minha sala o menino não parou de sorrir, a sua alegria é como um raio de luz na escuridão.

Fico observando o Minato brincando na piscina de bolinhas, é muito estranho, apesar de saber a sua idade é difícil acreditar, ele é tão pequeno e parece tão frágil.

— Quando o Nanon te contou sobre ele?

O Chimon senta e me dá um copo de café, olhando para o copo é impossível não lembrar da nossa viagem para a Alemanha há tanto tempo atrás, eu apostei tudo naquela viagem, sabia que aquela era a minha única chance de conquistar o Nanon.

— Ele contou na noite em que sumiu, me entregou os documentos do Minato e explicou como encontrou e adotou o menino me incluindo nos documentos de adoção. Ele sempre quis ter filhos, você sabia?

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