LXVIII

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Eu estaciono e saio do carro, olho em volta, vejo os três carros da equipe de segurança e vou até eles, quando me vêem os seguranças saem e esperam por mim.

— Eles entraram com o garoto pela porta dos fundos, tentamos verificar, mas o local está bem protegido, podemos tentar entrar, mas isso pode colocar a vida do garoto em risco, senhor.

— Quantas pessoas?

— Pelo menos 20 do lado de fora, todos armados, não sabemos como está lá dentro.

— E os avós?

— Já estão no hospital, pedimos para colocar eles em um quarto particular por segurança, estão fora de perigo.

— Ok, fiquem alertas!

Eu pego a minha arma e entrego para o segurança que está conversando comigo, ele me olha surpreso, mas pega a arma sem questionar, eu coloco a touca da minha blusa de moletom e confiro o horário no meu relógio.

— Se eu não sair em 30 minutos vocês podem invadir.

— Sim, senhor!

Eu caminho na direção do restaurante chinês, se antes eu tinha alguma dúvida de que o problema dos chineses era comigo ela acabou agora, não existe qualquer outro motivo para eles terem pego o NewYear.

Entro no restaurante e escolho uma mesa perto da janela, sento e espero, um rapaz de avental se aproxima, me cumprimenta e entrega o cardápio.

— Eu quero macarrão de porco vermelho com três wontons, sem alho. Por favor, informe o seu chefe que eu estou aqui.

Eu devolvo o cardápio com o meu cartão de visitas, o rapaz lê e sai, menos de um minuto depois quatro homens aparecem, eles andam devagar na minha direção e eu tiro a touca, um deles faz um sinal e os outros param, ele continua andando e senta na minha frente.

— Você é corajoso aparecendo aqui sozinho.

— Eu só vim buscar o garoto, não quero problemas.

— Você parecia querer problemas na última vez que veio aqui.

— Na última vez eu não tive escolha, estava cumprindo ordens.

— Agora não?

— Como eu disse, eu só vim buscar o garoto, é uma criança inocente, não tem nada a ver com os problemas da organização, ele nem sabe que a organização existe.

— Ele é seu assistente, como pode não saber?

— Eu não estou trabalhando com eles.

— Então você tem um problema, porque você matou o meu pai e está aqui, como novo líder eu não posso deixar você pegar o seu assistente e ir embora.

— Então eu quero fazer um acordo.

— Um acordo?

Ele sorri descrente, mas eu continuo neutro e cruzo os braços.

— Eu posso colocar a tríade na organização de novo.

— Você disse que não trabalha com eles.

— Não trabalho, mas o presidente Tha será o próximo líder, ele fará se eu pedir.

— Porque eu aceitaria isso?

— Como estão os seus negócios agora? — Ele não responde e é a minha vez de sorrir. — Vocês perderam território, se saírem de Chinatown estão mortos, quanto tempo até os seus homens se virarem contra você? Uma liderança fraca nunca será respeitada, sem dinheiro a lealdade acaba e logo um dos seus vai te matar, quem vai ser? O grandão, o da cicatriz ou o mais jovem?

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