Meio termo

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Fico observando a interação do Ohm com o irmão enquanto comemos pizza, o irmão dele tem uma personalidade muito parecida com a do Chimon, talvez com menos freio, muito mais mimado com certeza e tenho impressão de que o Ohm foi uma das pessoas que mimaram ele, porque apesar de ser frio e estarem sempre brigando é possível ver que ele ama muito o irmão.
- Então, Nanon, agora que vocês estão namorando de verdade, quais as chances de você me apresentar para o garçom baixinho?
- O Chimon?
Ele sorri e não quero nem saber o que está pensando.
- Chimon... Me apresenta?
- Não.
- Não se mete, Ohm!
Os dois olham para mim e eu nego.
- Nem pensar, o Chimon é como um irmão pra mim e você tem cara de encrenca.
Ele revira os olhos e suspira.
- Vocês dois se merecem mesmo!
Nós voltamos a comer enquanto o Perth conta que a mãe está surtando porque ele viajou sem avisar, mandou várias mensagens até ele contar que estava com o Ohm e isso deixou ela mais calma.
Ele fala muito sobre a mãe, mas percebo que quase não fala do pai, quando fala não parece ter raiva, acho que só não são próximos, ninguém fala sobre a mãe do Ohm, acho que mesmo não tendo filtros o Perth entende sobre limites.
Quando a pizza acaba o Perth levanta e diz que vai para uma boate, nos chama para ir junto já que é o nosso último dia no país, mas nós não aceitamos, o Ohm não gosta de lugares assim e eu estou cansado, foi o último dia de curso e ficamos doze horas inteiras fazendo todas as bebidas que aprendemos durante o curso como avaliação final.
Achei interessante a ideia do Ohm de ter um barista nos bares, segundo ele foi uma ideia que teve em uma das sextas que esteve no Riverside, ele pensou que muitas vezes as pessoas vão para reuniões e não podem beber, muitos não gostam de sucos e refrigerantes, então cafés, chás e bebidas similares são boas opções nessas situações, claro que como barman eu sei que a alternativa nessas situações é água e isso não deve dar lucro, óbvio que um expresso que custa no mínimo cinco vezes mais que a água é uma opção melhor.
Depois que o Perth vai embora ele guarda o que sobrou da pizza, eu vou para o quarto e arrumo as minhas coisas, não posso deixar de rir, eu realmente sou desorganizado, o Ohm teve que dobrar varias roupas minhas que estavam espalhadas e colocou em uma poltrona que fica no quarto.
Quando estou fechando a mala ele se aproxima e me abraça.
- Pensou no que eu pedi?
- Podemos passar o final de semana na praia, você não vai ficar se afastando do trabalho por minha causa, você lutou muito pra conseguir o que tem, não vou ser o motivo para problemas.
- Eu já falei...
Eu viro e olho para ele.
- A resposta é não, Ohm.
Ele suspira e acena.
- Tudo bem, mas na sexta nós vamos.
- Ok. - Ele me beija e eu vou para o pior. - Eu vou pagar a minha parte da viagem.
- Que parte?
- Como nós vamos?
- De avião?
- Eu vou pagar a minha passagem, na classe economica.
- Então vamos de carro.
- Eu encho o tanque.
- Nanon...
- Você prometeu que não ia pagar coisas pra mim.
Ele suspira e acena.
- Vamos de avião então, eu peço pra minha secretária comprar as passagens e te mando o valor para você depositar o dinheiro.
- Ótimo, nada de fazer up grade depois. Onde nós vamos ficar?
Ele deita a cabeça no meu ombro.
- Por favor, não faz isso...
- Então nada feito.
- Ok, vamos fazer assim, onde vamos ficar é por minha conta e você paga tudo o que comermos lá.
Eu penso sobre isso, ainda não é legal, mas acho que ele não ficaria em um lugar que cabe no meu orçamento, não é um meio termo, mas é quase lá.
- Ok.
Ele sorri e me beija.
- Seria tão mais fácil se você me deixasse cuidar de você...
- Já te ocorreu que eu também quero cuidar de você?
Ele fica me encarando surpreso e encantado, adoro quando ele fica assim, parece com um garotinho que ganhou o presente que pediu pro Papai Noel.
- Eu te amo, Ohm, quero cuidar de você, quero que você seja feliz, quero te fazer feliz.
Ele me abraça com força, quando demora para me soltar eu o abraço também.
Eu sempre  tive a impressão de que o Ohm cresceu sendo negligenciado, inicialmente eu imaginei que assim como o meu pai fez comigo, os pais dele o afastaram depois do que nós fizemos, mas agora eu acho que vai muito além, acho que os pais nunca deram a devida atenção para ele e talvez piorou depois daquilo.
- Eu te amo, Ohm...
- Eu também te amo!
Ele beija o meu pescoço e levanta a minha camiseta, se afasta e tira a mala da cama, volta e beija o meu pescoço mais uma vez.
- Se entrega pra mim, Nanon...
Eu sinto um arrepio e ele me beija enquanto abaixa a minha calça, me deita na cama e tira a roupa devagar enquanto eu observo, ele é simplesmente perfeito!
Ele deita sobre mim e passa a mão pela minha testa empurrando o meu cabelo para trás, beija o meu olho direito, depois o esquerdo, o meu nariz, uma bochecha, depois a outra, se afasta e fica olhando nos meus olhos.
- Eu estou muito feliz, Nanon!
Eu sorrio e ele me beija, aquele beijo intenso, apaixonado, desesperado, o beijo que me pede tudo enquanto me promete tudo, o beijo que só alguém completamente apaixonado pode dar.  Nesse exato momento qualquer dúvida que eu tinha sobre a minha decisão se dissipou porque é isso que eu quero, eu quero ele e mais que isso, eu realmente quero que ele seja feliz.
Ele se aproxima e me beija, desce beijando o meu pescoço, passa pelo meu peito e vai mordendo, beijando e chupando, chega na minha barriga e faz o mesmo, quando finalmente pega o meu pau ele sorri, se aproxima devagar, bem devagar, finalmente os seus lábios tocam o meu pau e ele pulsa forte na sua mão. Eu espero, mas ele não faz nada, quando não aguento mais me apoio no cotovelo esquerdo para poder olhar para ele, toco o seu rosto com a mão direita, deslizo para trás até a minha mão estar na sua nuca e sorrio.
- Chupa!

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