Aurora Ferreira
As vezes eu esqueço que a minha mãe tratava os filhos da família Costa como seus filhos, tanto ela como o papai. A conversa deles param quando me verem chegando. Minha mãe vem ao meu encontro, toda alegre, o imbecil do Theo tinha sua expressão seria. Minha mãe com um felicidade sem tamanho.
Olha para mim e fala:
— Filha... Esse é o Theo! Filho da dona Celina e senhor Fernando. Creio que você não se lembre dele, faz muito tempo que o Theo apareceu aqui! Vocês eram muito jovem! Ele vai passar uma temporada aqui na fazenda!
Maravilha!
Só me faltava essa agora.
— Ah mãe, a gen....
— Já nos conhecemos Eugênia! – ele corta a minha fala. — É um prazer revê-la, Aurora! – Theo estende a sua mão em forma de cumprimento.
Franzo a testa sem entender. Pensei que ele iria contar para minha mãe a forma como eu o tratei. Seguro a sua mão para não parecer mal educada, mas logo me afasto. Encaro meu irmão que estava observando a cena, e sorri ao ver minha expressão.
Idiota!
— Bem, o almoço já está pronto. Se acomodem em seus lugares, por favor.
— Mãe.... Eu acho que irei almoçar junto com os demais, lá na varanda.
— Por quê maninha ? Nos acompanhe para falarmos sobre nossa adolescência – disse meu irmão com um sorriso debochado no rosto.
— Tudo bem, então.
Minha mãe fala para levar algumas bandejas com comida lá pra fora para os demais empregados, e assim eu faço. Quando retornei para a cozinha, Paul e Theo tinha ajudado a minha mãe com as coisas. Nos sentamos e começamos a nos servi. O início do almoço foi em silêncio, até o Theo começar a falar:
— Por quê os demais não vem pra cá também ? Meus pais nunca se importaram, dos empregados ter suas refeições aqui.
— Ah, meu filho, todos sabem disso! Mas se vierem todos pra cá, não ira caber! Por isso que sua mãe deu a ideia de colocar uma mesa enorme lá na varanda para eles almoçarem. Acredite, eles sabem que seja pais não se importa, e todos são gratos. O Paul e a Aurora tem suas refeições aqui porque eu por minha causa. Já que nesse horário eu passo a maior parte na cozinha, e ambos me ajudam.
— Entendi! Eugênia, o Paul me contou o que aconteceu com o Sr. Carlos.... E eu sinto muito. Ele era um homem e tanto. Gostava dele como meu segundo pai! – eu engulo em seco.
Falar ou ouvir alguns comentar sobre o meu pai ainda dói. Mesmo depois de ter passado um ano. Minha mãe ver meu incômodo, e segura a minha mão por debaixo da mesa. Ela sabia da minha dor! Mesmo eu sendo muito parecida com ela, eu era bem apegada ao meu pai, e ainda é difícil falar sobre ele.
— Ah, Theo! O Carlos também gostava de você como um filho, de você e da Thea. Por falar nela, por quê ela não veio ?
— Ela tá resolvendo algumas coisas na empresa. Mas chamarei ela para vim aqui vê-los! Ela gosta de vocês! Principalmente de você Aurora, eu me lembro que vocês duas eram bem próximas quando víamos para fazenda – paro de comer quando ele comenta.
— Sim, é verdade! As duas viviam andando pelos arredores da fazenda – disse meu irmão. Eu sempre achei que ele tem uma queda pela filha dos Costas, até mesmo depois desses anos.
O almoço se passou com minha mãe, meu irmão e o Theo falando nos tempos em que ele vinha com a sua família. Eu não falava muito, somente quando era necessário. Quando terminamos de almoçar ajudamos a minha mãe com as louça, e ao terminarem, o Theo e meu irmão saíram do cômodo.
Deixando minha mãe e eu sozinhas na cozinha.
— Por quê está assim, Aurora ?
— Nada, mãe! Estou normal!
— Estou achando você meia calada hoje.
— Deve ser cansaço mãe. Só isso! Agora, tô indo descansar um pouco. Até mais tarde! – saio da cozinha antes que a conversa se estendesse. Estava passando pela varanda da casa, quando uma voz me faz parar.
— Aurora....
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✓ Indomitable Hearts
Romance~ "E ele atende, e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece que cansamos, que não há mais espaço para um novo amor, outro aparece, outro parto, começa t...