03-Um encontro por acaso(?)

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Jimin dirigia sem rumo pela cidade, as luzes noturnas se misturando em um borrão em sua mente tumultuada. No porta-malas, as lembranças de doze anos de amor desperdiçado pesavam como chumbo, enquanto a tristeza se aninhava em seu coração. IU, a pessoa por quem ele sacrificara tanto, agora parecia incapaz de demonstrar qualquer consideração por ele. Ele se perguntava o motivo por trás de tamanha frieza.

Entre tantos questionamentos que o atormentavam naquele momento, um ecoava mais alto: teria existido algum amor verdadeiro entre eles?

Mas se um dia houve, ele agora se desvaneceu, evaporado como fumaça ao vento. No lugar, restavam apenas dor, frustração e ressentimento. Mesmo assim, o alfa não nutria nenhum desejo malévolo em relação a IU. Nesse momento, tudo o que ele ansiava era apagar da memória o dia em que a conheceu. Ela conseguira o que queria, convertendo todo o amor que ele um dia sentira em nada além de sentimentos sombrios.

"Ela nunca mereceu o seu amor e você sempre soube, só não quis enxergar."

"Não enche Lucky, você ficou todos esses anos sem falar comigo. Não precisa apontar onde eu errei, eu sou adulto e você não é meu pai."

Após algumas horas dirigindo sem rumo, o lúpus avistou uma praça e estacionou o carro em frente a um parque de diversões, a poucos metros de distância. O movimento de pessoas indo e vindo era evidente, e a maioria delas eram crianças. Park sempre teve um carinho especial por elas, o que o levou a se especializar na área pediátrica.

Ao sair do veículo, ele escorou na lateral da BMW preta e observou atentamente ao redor. Os sorrisos genuínos, os olhos brilhantes cheios de expectativa e alegria diante de pequenos gestos, como ganhar um simples algodão doce ou um brinquedo de pelúcia, tocavam o coração de Park.

A sinceridade e a contagiante felicidade das crianças eram capazes de fazer qualquer um sorrir e esquecer temporariamente suas próprias tristezas, por mais profundas que fossem. Jimin se sentiu muito sortudo e aliviado por poder sentir a energia boa que vinha daquele lugar que o regenera.

- Papai, é o doutor Park ali! - o garoto praticamente gritou com tamanha empolgação ao ver o médico, abrindo um sorriso gigantesco e puxando o pai pela mão. - Doutor Park, aqui... - disse ele, acenando e obtendo a atenção do moreno instantaneamente, mas teve que praticamente arrastar o pai consigo para chegar até ele.

- Suk, espera, ele pode estar acompanhado - o rosado alertou, intimidado, parando diante do homem, mas não podia negar que estava feliz em vê-lo novamente. - Me desculpe, doutor Park, mas o Suk não tem limites às vezes. Não queremos incomodar.

- Jimin-ah!? - o menor interrompeu, antes mesmo do homem se pronunciar, saltou sobre ele, agarrando e abraçando as pernas dele. Estava com tantas saudades que seu coraçãozinho doía. - O tio Hoseok disse que meu pedido ao apagar as velinhas do bolo se realizaria, e aqui está você.

- Então você sentiu a minha falta, garotão? - questionou, dando um leve sorriso enquanto pegava o garoto no colo, retribuindo o abraço com carinho.

Para o alfa, foi tão bom sentir os pequenos braços rodeando o seu pescoço e as mãozinhas macias dele tocando a sua nuca, fazendo um carinho suave bem ali onde começavam os fios do seu cabelo. Jimin se sentiu tão nostálgico e feliz, vinculando seus olhos às galáxias brilhantes do garoto.

- Eu posso saber sobre esse negócio de velinhas? Por acaso hoje é seu aniversário?

- Sim, doutor, hoje é meu aniversário - respondeu em um tom que foi de alegre a cabisbaixo na seguinte frase: - Eu queria muito convidar o senhor para ir comer bolo em casa, mas o papai não deixou.

- Suk, não foi bem assim! - o rosado interrompeu esporadicamente, quase em um tom desesperado. - Eu disse que o doutor é um homem muito ocupado. Me desculpe novamente, doutor Park, o Suk se afeiçoou demais ao senhor e...

Amor por acaso- Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora