Amor por acaso- Jikook

55-Almas gêmeas(?)

Seokjin abraçava forte o filho. Fazia um bom tempo que estavam ali parados em frente à porta da casa do garoto. Enquanto ele chorava, o progenitor o consolava, acariciando seus cabelos e beijando seu rosto carinhosamente. Com o coração dividido entre a razão e o imenso amor que sente pelo seu precioso filhote, o ômega de cabelos arroxeados buscou dentro de si forças para dar apoio a Jungkook naquele momento em que ele se encontrava fragilizado.

- Meu amor, sei que o Namjoon foi extremamente rígido e exagerado, mas ele te ama, assim como eu, e você sabe que pode contar sempre comigo.

- Obrigado, pai. - O rapaz agradeceu desfazendo o abraço com o progenitor.

- Jimin, cuida dele, por favor. Eu preciso ir, mas nos vemos amanhã no cartório.

- Eu vou cuidar bem dele. - Park assentiu sorrindo levemente para o ômega que manteve os olhos voltados para o mais novo, visualmente aflito por vê-lo cabisbaixo. - Até breve, Seokjin.

- Até breve. - Seokjin beijou sua testa uma última vez antes de se afastar, dirigindo-se para o carro dizendo: - Te amo, Kookie.

- Também te amo, pai. - sussurrou enxugando as lágrimas olhando o pai se afastar.

Jimin, que estava ao lado, aproximou-se mais de Jungkook, colocando uma mão reconfortante em seu ombro e guiando seu ômega para dentro da casa. O jovem assentiu, ainda abalado, mas sentindo-se um pouco mais calmo com a presença de seu alfa.

Ao entrarem, Jimin fechou a porta atrás deles e, juntos, foram até a cozinha. Ele fez Jungkook sentar no banco próximo à bancada e, sem demora, foi até o fogão preparar um chá para acalmá-lo.

Enquanto esperava, Jungkook olhou em volta, tentando acalmar a tempestade que se armava dentro de si. Yoon-Suk era seu bem mais precioso; precisava protegê-lo mais que tudo. Qualquer decisão naquele momento em que estava prestes a enfrentar Jun-Woo era de suma importância, mesmo sabendo que um dia teria que enfrentá-lo o ômega não podia deixar de sentir medo.

A tensão em seus músculos e a incerteza sobre o futuro faziam seu coração bater mais rápido. Tão rápido quanto uma locomotiva sem freio e Jeon odiava essa sensação.

Alguns minutos depois, Jimin voltou com duas xícaras de chá, entregando uma ao namorado. O mais velho deu a volta na bancada, sentando-se ao seu lado.

- Aqui, toma um pouco, isso vai te fazer bem, meu amor - disse, observando atentamente o ômega.

Jungkook pegou a xícara com as mãos trêmulas, sentindo o calor se espalhar por seus dedos e um pouco de conforto começar a surgir em meio à confusão emocional. Ele olhou para Jimin, seus olhos refletindo uma mistura de gratidão e desespero. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando a presença um do outro. Aos poucos, Jungkook começou a relaxar, sentindo-se mais seguro e amado na presença do seu alfa. Jimin estendeu a mão e segurou a dele, apertando-a levemente.

- Obrigado, doutor. Eu realmente não sei o que faria sem você - murmurou, sua voz ainda trêmula. Jimin esticou o braço, levando a mão até suas costas e deslizando por ela em uma carícia aconchegante. Um sorriso pequeno brotou nos lábios ainda trêmulos do ômega. Ele respirou fundo, tomou mais um gole do chá de camomila e falou: - Nesse curto período de tempo, desde o momento em que nos conhecemos até agora, você tem sido minha tábua de salvação em momentos turbulentos.

As palavras de Jungkook saíram com dificuldade, cada frase carregada de emoções que ele tentava manter sob controle. Sentia-se vulnerável, exposto, mas ao mesmo tempo, a presença de Jimin oferecia um conforto que ele não sabia que precisava tanto até tê-lo. Ele sabia que poderia contar com o médico, mas era inevitável que o medo do futuro ainda pesava em seu coração.