— Doutor Park, que bom que o senhor chegou. — disse Jiso, a assistente do médico, indo até ele assim que o viu chegar. Em seus olhos, a nítida preocupação de alguém que, além de admirá-lo, o tinha como amigo. — Todos estão reunidos à sua espera.
— Me deseje sorte, Jiso. — Ele agarrou as mãos geladas da moça, unindo-as às suas enquanto a encarava e sorria complacente, vendo-a balançar a cabeça sutilmente. — Eu vou precisar.
— Boa sorte, doutor. — sussurrou chorosa. Seu coração estava aflito e não conseguia evitar.
Park seguiu seu caminho até o final do corredor, entrando na sala de reuniões da diretoria do hospital. Cumprimentou a todos, recebendo olhares céticos e cumprimentos nada enérgicos. Tomou o seu assento como médico-chefe da ala cirúrgica da Pediatria, sob o olhar dos outros à volta da grande mesa. Desde o diretor, principais acionistas, colegas de profissão e alguns dos médicos-chefes de outros setores do hospital estavam reunidos ali.
Park se sentia nervoso. Seu estômago doía, suas mãos tremiam suando frio, e ele mal conseguia encarar as pessoas ao redor. Para dissipar o seu nervosismo, pegou uma caneta em cima da mesa e a rodou entre os dedos, abrindo a pasta sobre a mesma e fingindo estar lendo o conteúdo ali escrito.
As letras embaçadas soltas na folha de fundo branco iguais aos seus pensamentos.
— Já estivemos discutindo alguns pontos importantes antes da sua chegada, doutor Park. — Mark, o principal acionista daquele hospital, foi o primeiro a se pronunciar diante da situação. Jimin levantou os olhos e o encarou com firmeza, e ele prosseguiu: — Recebemos a informação que uma denúncia foi levantada contra o senhor no conselho de medicina. Isso engloba uma quebra das regras mais importantes desta instituição.
— Uma denúncia? — O cirurgião perguntou, surpreso. O seu coração acelerou quase indo parar na garrafa. Não estava ciente de nenhuma denúncia levantada contra ele. — C-como…
— Você e este hospital estão sendo acusados de negligência médica contra a paciente Jeong Noara. O pai dela levantou a denúncia em menos de vinte e quatro horas após a morte dela. — Informou, o senhor Lee, o diretor do hospital em um tom cético e frio. — Isso significa que seu diploma está em risco e o nome do nosso hospital está prestes a ser afundado na lama.
— A menos que... — Park perdeu as palavras diante do horror que acabara de ouvir. Ele deu o seu melhor para salvar a garotinha e agora…
— A menos que você seja afastado, Park. — Kaisoo, um dos acionistas majoritários, falou em claro e alto tom.
Jimin não teve reação às palavras dos presentes, era como se tivesse esquecido toda e qualquer palavra do vocabulário. Anos de estudos, pós-residência, longos anos de trabalho árduo como socorrista até conquistar uma vaga na ala cirúrgica do hospital. Tornar-se o chefe cirurgião da ala pediátrica sempre foi seu maior sonho, um objetivo pelo qual lutou incansavelmente. Cada noite em claro, cada sacrifício pessoal, agora pareciam ser em vão. Seu sonho, algo que ele construiu com amor e dedicação, estava prestes a ser jogado no lixo como se não fosse nada.
Ele se lembrava das noites em que ficava no hospital além do horário, estudando casos, aprimorando suas técnicas. Lembrava-se do orgulho que sentiu quando finalmente foi nomeado chefe da ala pediátrica, a sensação de que todos os seus esforços tinham valido a pena. E agora, tudo isso estava prestes a desmoronar como um castelo de cartas ao vento.
— Você precisa assinar os papéis e se afastar até que o caso seja solucionado. — Max, coordenador do hospital, se pronunciou olhando com compaixão para o médico. — Vamos dar um jeito de abafar esse assunto e que não chegue à mídia, como seu recente divórcio.
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Amor por acaso- Jikook
Fanfiction[Reta final em andamento] Jungkook nunca imaginou que o destino o levaria a um encontro que mudaria sua vida. Após um acidente de carro deixar seu filho gravemente ferido, ele se vê diante do desespero e da incerteza do futuro. Mas quando um habilid...