Amor por acaso- Jikook

62-Laços(?)

Os risos que vinham do quarto preencheram o coração de Jungkook com alegria. Ele não podia negar o quão dedicado e carinhoso Jimin era com seu filhote. A conexão entre eles ultrapassou a barreira sanguínea desde o primeiro contato que tiveram. O amor entre eles é puro e tão verdadeiro quanto o que o ômega sente por seu pequeno. Isso o deixou mais tranquilo, desfazendo o nó em sua garganta, e as lágrimas que antes caíam amargas tornaram-se suaves naquele instante.

Jungkook arrumou a mesa enquanto o alfa terminava de preparar o pequeno para ir à escola. O café da manhã, preparado com muito amor e carinho, foi servido. Mesmo chateado com o doutor, o ômega se certificou de preparar o café preto sem açúcar que ele apreciava.

Jimin apareceu com Yoon-Suk, devidamente arrumado, penteado e com a mochila escolar em mãos. O alfa guiou o pequeno até a cadeirinha próxima à mesa, deixando a mochila no balcão. Ele ergueu o filho no assento, certificando-se de que o pequeno estava seguro, e então se sentou ao lado, observando o ômega se mover graciosamente até eles, especialmente em direção ao filhote deles.

- Bom dia, meu amorzinho. Dormiu bem? - perguntou o ômega, beijando a bochecha vermelhinha do pequeno e acariciando seu rosto carinhosamente. - O que você quer para o café da manhã?

- Bom dia, appa - o pequeno cumprimentou sorridente, e Jungkook não pôde deixar de sorrir também. - Cereal com iogurte, por favor.

- Saindo um cereal então... - disse Jungkook, piscando e jogando um beijo no ar para seu pequeno. Em seguida, ele se dirigiu ao médico, falando em tom sério: - Fiz seu café, preto e sem açúcar, doutor Park.

- Ah, obrigado - ele agradeceu, tentando disfarçar o pequeno sorriso que se formou em seus lábios, desviando os olhos para a xícara de café que o ômega havia servido e bebeu em silêncio.

Jungkook serviu o cereal com iogurte para Yoon-Suk, enquanto o alfa o observava discretamente desviando os olhos toda vez que encontrava com o seu. Jeon assistiu com carinho enquanto o pequeno começava a comer com entusiasmo, a cena familiar à sua frente o encheu de um calor reconfortante, mesmo com a tensão persistente entre ele e Jimin.

Desde que Jun-Woo o deixou, Jungkook jurou que não precisaria de nenhum outro lúpus que não fosse da família. Mas, ele se sentia tão bem quando Park estava perto deles. Aquele médico que o recebeu em seus braços em um momento de desespero, que o abraçou fortemente afagando seus cabelos, que deixou seu aroma fluir sem ao menos perceber para o confortar de certa forma enquanto deixava a promessa de que tudo ficaria bem, que salvaria seu filhote e que estaria ali, por ele.

"Por eles."

O alfa se tornou essencial não só para Yoon-Suk, mas também para Jungkook "maldito dia que se rendeu ao charme daquele médico e se apaixonou como um louco por ele". O rosto bonito, o sorriso encantador, a forma gentil de se comunicar e agir, o amor que emana através de seus olhos e doces palavras, a presença e o aroma fortes, tudo nele era estupidamente "perfeito", tanto que o ômega ainda se perguntava qual era o defeito do alfa.

Ele suspirou, perdido em seus pensamentos tortuosos, e se moveu até a sala, buscando por sua bolsa jogada no sofá. Ele a abriu e pegou o envelope onde o documento importante estava, caminhando de volta à cozinha para entregá-lo a Jimin.

- Aqui está - disse calmo, embora seu olhar impetuoso fizesse Park engolir em seco.

- Obrigado, Jun-Jungkook - agradeceu, mas logo corrigiu, substituindo o apelido pelo nome do rapaz.

A feição emburrada do ômega dava arrepios até mesmo em Lucky, que não ousava provocá-lo ainda mais. Jimin pegou o envelope, abriu-o, retirando a certidão, e se levantou, ficando ao lado do filho. Afastou a tigela de cereal da frente do garoto, colocando o papel sobre a mesa, e levantando o braço esquerdo, colocou a mão sobre o ombro dele.