III - Back To Hogwarts.

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Pequena dica antes de vocês lerem esse capítulo, escutem My tears ricochet, depois podem me agradecer (ou não, já que é só dor e depressão).
Um beijo, aproveitem o capítulo.
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- Hogwarts, Janeiro de 1974.

Por mais estranho que fosse para Venus admitir, o natal com a família Potter foi melhor do que ela imaginara. Fazia alguns dias que não recebia notícias de seus pais, imaginou que estariam muito ocupados com o trabalho.
Teve um momento no trem, enquanto voltavam para Hogwarts, que deixou a garota dos olhos verdes intrigada. Regulus passou pela cabine onde o grupo se encontrava, encarou Venus nos olhos, mas logo baixou o olhar e saiu andando com pressa. Venus olhou para os outros, completamente confusa.

- Eu fiz alguma coisa? - Se referiu a maneira como o garoto reagiu ao vê-la.

- Ele é assim mesmo, deve estar de mal humor. - James deu de ombro e voltou a conversar sobre o assunto anterior.

Sirius sabia que o irmão não era flor que se cheirasse, mas também sabia que estava agindo estranho. Decidiu que por hora, deixaria aquilo de lado, para não incomodar os amigos, mas em algum momento, iria saber o que seu irmão mais novo escondia.

Depois de chegarem a Hogwarts, o grupo comeu sua última refeição e seguiram para a comunal de suas respectivas casas.
Venus, assim como Lupin e Peter, riam sobre algo engraçado que James contava, enquanto Sirius demonstrava o que o amigo dizia com expressões exageradas, o som dos cinco amigos rindo ecoava pelo corredor, quando a garota ouviu seu nome ser chamado por uma voz gentil, porém marcante.

- Senhorita Spellthorn. - Venus se virou em direção a voz que a chamara, e pode enxergar Dumbledore, com uma expressão não muito feliz. - Poderia vir comigo?

Os amigos se entreolharam enquanto a menina assentia com a cabeça e seguia em direção ao mais velho. Logo, eles já não estavam mais em seu campo de visão, e os marotos seguiram caminho até a sala comunal, imaginando o que de tão grave teria acontecido.

Venus seguiu o homem até seu escritório, ficou deslumbrada com cada detalhe daquela sala, desde a ave que guardava as entradas, até os livros espalhados por todos os lados. A loira viu Dumbledore indicar com a mão para que ela se sentasse, e assim ela fez.

- Diretor... Me desculpe a pergunta, mas... - Ela o olhou apreensiva. - Porquê exatamente estou aqui...?

- Ah, Venus... - O homem começou. - Realmente não existe uma maneira fácil de lhe dar uma notícia tão trágica. - Dumbledore suspirou enquanto a menina o olhava preocupada. - Enquanto você passava o natal com os Potter, seus pais foram encontrados mortos... Os responsáveis ainda não foram encontrados, nem identificados, mas lhe dou minha palavra de que estamos trabalhando nisso.

Venus estava sem expressão alguma em seu rosto, ficou imóvel por um tempo, enquanto o homem em sua frente carregava um olhar triste, como se prestasse silenciosamente seus sentimentos pelo sofrimento da garota, então continuou.

- Eles deixaram para você e seu irmão mais velho, suas duas casas, a de Londres para Eros, e a do campo será sua quando atingir a maioridade. Também deixaram para você a chave do banco de Gringotes. - Dumbledore limpou a garganta. - Eu sinto muito pela sua perda.

Venus se levantou, ainda desnorteada, aquilo era demais para uma garota de 13 anos, era demais para qualquer um.
Voltou a comunal em completo silêncio, sem esboçar uma reação, ou deixar uma lágrima sequer cair, depois de passar pela mulher gorda, encontrou os quatro amigos a esperando próximo da lareira, eles tinham os olhos curiosos sobre ela.

- E então? O que Dumbledore queria?! - Pettigrew perguntou ansiando pela resposta.

De maneira quase inaudível, Venus murmurou "meus pais estão mortos...", Peter comentou que não ouvira, e neste momento a garota finalmente levantou a cabeça, com os olhos cheios d'água, e disse com a voz embargada.

- Meus pais estão mortos.

Saiu dali antes que se desabasse em choro, correu para o seu dormitório, onde Lily Evans e Marlene Mckinnon conversavam alegremente.

- Oi, Vie! - Marlene cumprimentou. - Onde estava? Temos tanto para conversar. - A garota ainda não havia notado as lagrimas que insistiam em rolar pelo rosto da Spellthorn.

Quando suas colegas de quarto enfim perceberam o estado da menina, se levantaram e a abraçaram sem dizer mais nenhuma palavra.
Venus estava completamente sozinha, não recebia notícias de seu irmão Eros a anos, e agora, seus pais já não estavam mais entre os vivos, pela primeira vez na vida, Venus não sabia onde ou ao o que pertencia, se sentiu sozinha, perdida, como nunca havia se sentido antes.

No outro dia, a loira não trocou uma palavra sequer com absolutamente ninguém, nem mesmo seus amigos, que não paravam de seguir a garota, procurando uma maneira de conforta-la.
Enquanto Venus andava pelas masmorras, indo em direção a sala de poções onde teria sua próxima aula, escutou um gemido baixo em um dos corredores, e então, a voz de Sirius Black, confrontando alguém, ela se aproximou para poder enxergar quem era, e pode ver que não era qualquer alguém, era um rosto muito conhecido por ela, na verdade, Regulus Black foi empurrado com força contra a parede, e gemeu devido ao impacto. Sirius o encarava com fúria, enquanto o mais novo tentava escapar das mãos do irmão.

- Você sabia, não é?! - Sirius rosnou. - Foi por isso que me pediu aquele favor!

- Eu não sei do que você está falando...

- Não minta pra mim, Regulus! - O mais velho o pressionou contra a parede. - Foram eles, não foram?! E você sabia! Por isso implorou para que convidássemos Venus para o natal! - A loira, que ouvia tudo, começou a entender o que estava acontecendo. - Eles mataram os Spellthorn, não foi?! - Regulus abaixou o olhar e Sirius o olhou com desprezo. - Seu covarde! Você sabia o tempo todo! Podia ter impedido! Sabe como ela...

Sirius enfim parou de falar quando notou o irmão encarando para algo atrás dele, ou melhor, alguém. Venus estava la, com os olhos inchados de tanto chorar, marejados novamente, então, seu olhar doloroso se converteu para ódio enquanto focava seus olhos nos de Regulus.

- Venus... - Sirius balbuciou, e a garota olhou para ele. - Eu sinto muito.

Foi a primeira vez que Sirius a olhou daquela maneira, a primeira vez em que Venus enxergou aquele olhar estampado no rosto do Black mais velho.
Ela não disse mais nada, apenas segurou seus livros com força e correu sem rumo pelos corredores da escola. Desejando nunca ter conhecido Regulus Black.
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Pois é amores, esse aqui foi de foder.
Espero que vocês estejam cientes de que daqui pra frente é só pra trás, até pq, nessa vida ou você é feliz, ou é fã de Harry Potter.
Comentem e votem para eu saber o que vocês estão achando.
Com carinho, Vickie. 🤍

Shades of Black - Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora