Capítulo 04 - Anjo caído.

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Sonhei com as crianças do quadro, incluindo Lauren, com oito anos de idade

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Sonhei com as crianças do quadro, incluindo Lauren, com oito anos de idade. Não foi um pesadelo, eles estavam todos rodeados no lago, brincando, rindo, e não tenho certeza do que poderia ter acontecido, porque fui acordada pelo som da música clássica, dois minutos antes do horário em que meu despertador estava programado. Tomei um banho, desci para ajudar Gracie com o café da manhã, a montar a mesa, e a música não parou por nenhum momento. A mais velha comentou que Lauren costumava dançar quase que o dia inteiro quando estava na casa, e às vezes, até exagerava, ao ponto de Gracie ter de interferir e dizer que ela ficaria exausta para as próximas apresentações. A primeira coisa que se passou pela minha cabeça foi que, talvez, Lauren descontava o que sentia na dança, como eu fazia com o piano.

Quando a mesa ficou pronta, Gracie me pediu que fosse avisar à Lauren. Eu subi em passos rápidos, e agora, como a porta de seu estúdio estava entreaberta, estou espiando sua dança. O lugar é todo iluminado, com um piso diferente do restante da casa. As paredes são todas espelhadas, com barras de balé douradas na altura do quadril de Lauren, com exceção de uma, a qual consigo ver que está lotada de troféus, medalhas e quadros dela, desde criança.
Lauren está no meio da sala, rodopiando nas pontas dos pés com tanta delicadeza e naturalidade, que faz parecer fácil o passo, como se eu, que nunca estive em uma aula de ballet que fosse, conseguiria fazer aquele passo. Suas mãos se guiam lentamente pelo ar, trazendo mais leveza aos seus movimentos. Ela está usando uma sapatilha, o cabelo está preso em um coque firme no topo da cabeça, mas alguns fios já se desprendem pela nuca. Apenas um colan branco cobre seu corpo, e isso me deixa ter uma noção maior da perfeição dele. Suas curvas são bem marcadas, principalmente na cintura, as pernas são firmes como rocha, e ela casa tão perfeitamente com o ballet e a música clássica, que a dança e o ritmo parecem terem sido criados só para que um dia ela pudesse dançar.

Lauren encerra a dança com a perna direita atrás da esquerda, um braço para baixo, elegantemente ao lado do seu corpo, e outro para cima, o rosto erguido. Só abro a porta completamente quando seus calcanhares voltam a tocar o chão, e ela desfaz a postura totalmente, abanando o rosto.

— Você dança tão bem, é quase impossível tirar os olhos – denuncio minha presença, e ela se vira para trás com um giro.

Meu Deus, aquele colan branco, mesclado com a cor tão clara de seus olhos a faz parecer um anjo, e eu posso afirmar com toda certeza que há em mim que Lauren Jauregui é uma das mulheres mais lindas que já pisaram na Terra. Aquelas abençoadas pela arte dos deuses.

Ela não me responde com palavras, apenas faz uma mensura com a cabeça, indo para perto de uma das barras para apoiar a mão, e começar a se erguer nas pontas dos pés novamente.
Me sinto na liberdade de entrar em seu estúdio, para me aproximar daquela parede de qualificações e premiações. O olhar de Lauren me acompanha, e como ela não fala nada, acredito que está tudo bem caso eu veja.

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