Camila, uma recém-chegada à pequena cidade de New Richland, sem opções, aceita o trabalho de assistente pessoal da mulher conhecida nacionalmente como a bailarina mais prestigiada da atualidade, e a única sobrevivente de um acidente que matou toda s...
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Lauren estava beijando uma mulher.
Meu coração se contrai com uma dor que esmaga, e eu apenas encaro a cena sem conseguir me mover do lugar, sentindo a raiva começando a entrar na minha corrente sanguínea.
— Que porra, Lauren?
A ruiva que estava com ela se vira, com os olhos arregalados, assim como Lauren também estava.
— Eu juro que isso não é o que parece – ela garante, erguendo as mãos na minha direção, como se quisesse me apaziguar. – Eu não estava...
Não deixo Lauren terminar, e sendo controlada pelo misto de sentimentos que estão brigando por espaço dentro de mim, consigo descolar meus pés do chão para sair desse lugar. Meus olhos e minha garganta queimam, enquanto eu ando o mais rápido possível para não precisar correr e chamar atenção das pessoas que transitam para lá e para cá nos bastidores devido aos ensaios recorrentes na Broadway, porém, tenho o esforço jogado fora quando Lauren me alcança, tenta segurar meu braço para me fazer parar e eu, com brutalidade, o puxo de volta, pisando fundo até saída. Não acredito que ela fez isso.
— Camila? – Ela me chama quando alcançamos a rua, e ouvir sua voz novamente me deixa ainda mais nervosa. – Eu não estava fazendo nada, eu juro.
— O que caralho estava acontecendo então? – A raiva sobressai todos os outros sentimentos, e eu grito com ela, da mesma forma que fazíamos antes. – Porque eu entrei lá dentro e você estava com a boca colada nela.
— Ela apareceu...
— O que você acha que é isso aqui, Lauren? – A atropelo, apontando pra gente. – A porra de uma brincadeira?
— Não! – Ela deixa a bolsa no chão, e tenta se aproximar de mim, mas eu recuo.
— Porque é o que parece! A gente está a mais de um mês sendo um casal, e fazendo todas aquelas baboseiras pra você decidir que hoje você quer voltar pra sua vida? – Desisto do meu objetivo de ficar longe dela para tocar em seu corpo e a empurrar. – Qual a droga do seu problema? O que você teria feito se eu não tivesse aparecido? Comido mais uma?
— Camila, pelo amor de Deus – ela encolhe os ombros, olhando para os lados, para as pessoas que passavam do outro lado da rua.
— Agora você está se importando das pessoas ouvirem? Porque quando era você com ciúmes na época que não tínhamos porra nenhuma eu tinha que te escutar, e agora que você beijou uma mulher dentro do...
— Eu não beijei ninguém! – Ela me interrompe, no mesmo tom que eu. – Você quer gritar? Tudo bem! Eu estava saindo quando você apareceu, e ela veio pra cima de mim. Por que caralho eu iria me agarrar com alguém sabendo que você estava chegando?
Eu abro a boca, perplexa com o que ela acabou de dizer.
— Mas que porra? Essa é sua justificativa? – Rio, incrédula. – Meu Deus, Lauren. Se eu não estivesse chegando então, vocês duas iriam transar ali dentro? E depois você iria voltar pra mim enquanto eu fazia papel de idiota? Tudo isso um dia antes da minha apresentação?
