Capítulo 29 - Coração falante.

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Harry me espera pegar os cafés, mas não sobe comigo, porque seu agente nos aborda no elevador e diz que precisava repassar algumas informações com ele

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Harry me espera pegar os cafés, mas não sobe comigo, porque seu agente nos aborda no elevador e diz que precisava repassar algumas informações com ele. Eu subo para o quinto andar, onde a reunião com os bailarinos principais ocorreria, e embora já tenha se passado três minutos do horário que Roger me ligou para reforçar, apenas Lauren e mais uns três produtores estavam na sala de espera espaçada. Ela, em específico, está sentada em um sofá duplo no canto, com o óculos ainda no topo da cabeça e o celular na mão, passando tediosamente o dedo na tela.

Ela não nota que estou me aproximando, até que eu estique o copo em sua frente, quase invadindo o espaço entre o telefone e seu rosto.

— Café quente, extraforte e sem açúcar – digo, na tentativa de decifrar o clima entre nós, e Lauren apenas pega, me oferecendo um sorriso forçado. – Will ainda não chegou?

— Não – ela assopra o pequeno buraco no copo de isopor antes de dar um gole e fazer uma careta. – Abandonou Harry na metade do caminho?

Lauren não está gritando, seu tom de voz é normal, mas para uma sala completamente silenciosa, o normal é alto, e alcança o ouvido dos três curiosos que olham de soslaio para nós.

— Qual o seu problema? – Eu quase sussurro, me sentando ao seu lado. – Quer que todos na sala fiquem sabendo?

— Não. Aí você vai ter que escolher qual lado quer, porque vai ser estranho você parecendo que está quase em um relacionamento sério com duas pessoas ao mesmo tempo – ela abaixou o tom, mas ainda vejo os olhares dos demais.

Eu me viro de forma que meu corpo fique na sua direção, e ergo as sobrancelhas, para que ela vesse que não entendi sua resposta. Já deveria ser a milésima vez que nós discutimos na frente de outras pessoas como se fossemos um casal, embora não estejamos gritando e apontando dedos como nas outras vezes. Estamos em uma discussão passiva.

— Mas que porra você está falando?

— Você me trata como se fosse sua namorada, principalmente me dando aquela concha estúpida, e aí depois você trata Harry como se ele fosse seu namorado ficando agarrada com ele pra todo canto.

Isso é verdade, mas porra, é a situação que me obriga a fazer isso.

— E nós estamos namorando, por acaso? – Questiono, até deixando meu café na mesinha de vidro ao lado do sofá para cruzar os braços. – E eu sei que você não achou minha concha estúpida.

— E vocês estão? – Ela acusa, levando os olhos que ainda estavam com uma coloração vermelha para mim.

O que ela sentiu, de verdade?

— Não! – Respondo, rápido demais.

— Então porque ele fica grudando em você a todo momento?

— Porque ele gosta de tocar? Você fica com outras pessoas também, não deveria estar dando pitaco.

— E você fica calada quando fica sabendo que estou com outra pessoa – Lauren diz, irônica s entre os dentes, e quando estou prestes a rebater, ela abre a boca de novo. – Mas enfim, você não me vê agarrada com ninguém.

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