Capitulo 25 - A praia.

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A resposta me pega desprevenida, e até paro de mastigar, encarando meu prato

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A resposta me pega desprevenida, e até paro de mastigar, encarando meu prato. Harry não é difícil de se lidar. Na verdade, essa é a primeira vez que ele faz algum comentário direto sobre essa relação, sendo antes apenas deixado nas entrelinhas.

— Como assim? – Me viro para ele, e não consigo decifrar seu olhar.

Ele nega com a cabeça, desviando para seus dedos, que batucam a mesa sem parar.

— Nada, é só que eu não consigo entender como você aceitar ser quase um nada pra ela – consigo pescar a frustração no seu tom de voz, mesmo que ele tentasse soar delicado. – As garotas de Lauren são como ela, vazias, e eu te disse isso daquela vez na Broadway, mas você é bem mais do que isso para aceitar essas migalhas.

Quase fico boquiaberta. Quando eu deixei tão na cara o que acontecia entre nós? E como Harry tem coragem de ler nossa relação assim sendo uma pessoa de fora? Mas, ainda assim, minha primeira reação é defende-la.

— Ela não é vazia.

— Eu posso apostar que ela só te trata como algo além de um objeto sexual quando está bêbada ou chapada, ou extasiada depois de uma apresentação. Conheço a dinâmica de Lauren a anos.

Eu pigarreio, empurrando o prato para frente. Agora que não vou conseguir enfiar isso tudo para dentro mesmo. Eu poderia me virar para Harry e contar sobre as noites que ficamos no jardim da sua casa, conversando sobre algo banal, da dinâmica com a dança e o piano, dos "você está bem?", mas não o faço, porque não devo satisfações, e porque isso soaria sim como migalhas em comparação a como ele fica atrás de mim.

Mas no fim, nada disso importa, porque eu não tenho nada com nenhum dos dois. Lauren não tem a obrigação de me dar mais do que ela oferece, e Harry o faz porque quer. Meu Deus, aonde eu fui me meter?

— Harry, eu realmente não quero conversar sobre isso – digo, levando meu olhar a ele. – Sei que você está falando isso com boas intenções, mas...

— Não, está tudo bem – ele me corta, abrindo um sorriso de escanteio. Seus lábios vêm de encontro com minha têmpora, onde ele os pressiona. – Meu carro está me esperando lá fora, só queria te encontrar para falar um oi, mas acredito que vamos nos ver nos próximos dias, já que pelo visto a burocracia com os agentes vai ser gigante.

Ele se levanta, esticando o corpo, como se nada tivesse acontecido. Harry é muito passivo em relação a desentendimentos, também.

— Harry, eu não... – tendo dizer, mas deixo o restante no ar, porque não sei como continuar, mas ele apenas nega com a cabeça.

— Foi mal pelo comentário, sei que não tenho direito, mas isso me deixa nervoso. Ela desfazendo de você e não aproveitando a parte que tem – seu rosto fica vermelho, o tom de voz cada vez mais frustrado, mas Harry consegue desfazer a postura rápido, negando com a cabeça e soltando uma risada em descrença. – Você me avisa quando chegar?

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