Camila, uma recém-chegada à pequena cidade de New Richland, sem opções, aceita o trabalho de assistente pessoal da mulher conhecida nacionalmente como a bailarina mais prestigiada da atualidade, e a única sobrevivente de um acidente que matou toda s...
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— Está me cantando, Camila Cabello?
— Estou – sorrio, e é impossível estar tão perto e não encarar sua boca a todo momento, então, o faço.
— Estou arrependida por ter te chamado de tonta a uns meses atrás.
— Também está por ter me chamando de estranha? Porque eu me lembro bem disso.
— Não, isso eu ainda acho, mas aí desce uma lista de qualidades que eu ainda não tinha reparado nesse dia – eu umideço os lábios, e prendo sua atenção. Geralmente, a fase dos flertes deixa de ser interessante quando já estou me envolvendo com a pessoa, mas em relação a Lauren, sempre me sinto como da primeira vez, com o coração acelerado e o frio na barriga.
— É mesmo? – Ela assente com a cabeça, tão lenta como se meus lábios estivessem a hipnotizando.
Acabo com a minha vontade, e a beijo. Lauren leva a mão até meu rosto, em um toque delicado, e uma guerra pacífica entre nossas línguas começa em busca de espaço, tal qual eu acabo cedendo. Eu preciso aceitar que ninguém vai conseguir a alcançar nas sensações que me causa com apenas um beijo, não importa quantas vezes Harry me dê um sermão que faz sentido, mas aceitar isso quer dizer que estou avançando mais do que posso nessa relação. Mais uma vez, Lauren traz confusão para minha cabeça.
Nós encerramos aquele beijo com selinhos, que se transformam em sorrisos, que evoluem para uma risadinha, e não consigo deixar de pensar no que Harry disse, sobre ela só me tratar como algo além de um objeto sexual quando está fora de si. Porra, eu não deveria ter deixado ele continuar falando.
— O que foi? – Lauren me pergunta, e eu busco seus olhos, com medo de ter deixado transparecer o que se passa na minha cabeça. – Você fez uma cara de quem odiou.
— Não, não é isso – eu digo, rápido, me surpreendendo por ela ter pensado que eu poderia, em algum momento, ter odiado um beijo dela.
— Então o que foi? – Ela repete, acendendo o baseado de novo.
Droga. O que vou falar agora?
— Sei que isso foge do que combinamos e que você pode fugir de mim depois de ouvir isso, mas eu gosto tanto de ficar assim com você – escapo com uma verdade, algo que também estava entalado em mim. – Eu digo, de ter esses momentos de conversa, que a gente fala sobre qualquer coisa e ri.
A encaro, receosa com a ideia dela encerrar o assunto por aqui, desvencilhar e dizer que não quer mais estar na praia, principalmente quando ela desvia o olhar, o levando para o mar novamente. Meu coração dispara, com aquela maldita sensação de ter estragado tudo que sempre surge quando se trata dela vindo à tona, mas então, vejo um sorriso querendo nascer em seus lábios.
— Eu também gosto – ela esbarra o olhar no meu. – Você está confundindo minha cabeça, Camila. Desde que voltamos da Broadway da primeira vez.
