Capítulo 31 - Cuidado.

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N/A: Esse capítulo está MUITO fofo, eu amei escrever ele. Aproveitem :)

Não tenho sono pesado, e quando ocorre, geralmente é quando tenho episódios de sonambulismo

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Não tenho sono pesado, e quando ocorre, geralmente é quando tenho episódios de sonambulismo. Quando fico tão absorta no mesmo sonho que tenho em todas as noites que entro em um sono profundo, até que me levanto e tento alcançar as imagens que se projetam na minha mente. Hoje, não tenho um sono pesado, e dessa vez, a justificativa é o mal pressentimento que pairava sobre mim quando adormeci.

Eu acordo de repente, no susto, como se alguém tivesse me chamado. Busco no arredor completamente escuro o que possa ter me acordado, com a cabeça ainda sonolenta demais para me fazer entender que não tinha ninguém. Preciso de alguns segundos para me situar daquilo, e perceber, no processo, que uma mecha do meu cabelo, no lado que estava deitado no peito de Camila está molhado, grudando na minha testa.
Eu franzo o cenho, passando as mãos diversas vezes para me certificar que não estou dormindo e imaginando coisas, mas consigo sentir cada fio de cabelo molhado na minha pele. Eu encaro o lado que Camila está, e embora não consiga vê-la levo a mão até seu peito, e meu coração dispara. Ela não está quente, está pelando, ao ponto de soar.

Me levanto com pressa, e trombo em vários móveis até alcançar o interruptor, que, ao ser acionado, faz minhas vistas doerem quando a luz explode dentro do quarto, clareando o ambiente. Volto a me aproximar dela, e a cada passo, sinto que vou ter uma parada cardíaca. O cabelo de Camila está todo molhado, grudando no seu rosto e ombros. O corpo está tremendo, todo encolhido na coberta, e seu rosto está pálido.

— Camila? – Eu chamo, encostando o dorso da mão na sua testa e pescoço, e não foi impressão, ela realmente está fervendo. – Camila, acorda.

Eu balanço com cuidado seu corpo, com o medo do que mais me assombra tomando conta de mim, e quando ela começa a resmungar, tentando abrir os olhos, não consigo me decidir se fico aliviada ou ainda mais preocupada.

— Lauren? – Ela resmunga, ainda sem abrir os olhos, mas tentando puxar a coberta para mais perto dela. – O que você fez? Está tão frio.

— Você está com febre – eu constato o óbvio, e a abandono por alguns segundos para desligar o ar-condicionado e abrir as janelas que soltava na sacada, deixando que a brisa fresca do litoral entrasse. – Por que você não falou que estava se sentindo mal?

Ela não consegue me responder, o corpo fica ainda mais trêmulo, e minhas mãos começam a tremer junto. Eu não sei cuidar de pessoas doentes, nunca me ocorreu, nunca precisei. Posso contar nos dedos de apenas uma mão as vezes que já tive febre, e em todas elas, eu não fiquei assim. Mas Camila está na cama, febril, e eu não faço a mínima ideia do que fazer, porque nem sei seu estágio de febre. O desespero começa a crescer dentro de mim quando minha cabeça me faz acreditar que vou deixa-la morrer, e quase perco o ar.

— Eu não sei o que fazer – eu quase sussurro, como se isso fosse fazê-la melhorar. Queria colocar todos os meus dedos na boca e mordê-los um por um.

Fallen AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora