Capítulo 52

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Ela franze a testa como se não entendesse.

(Soraya):Você sabe — esclareço —, eu faço algo que a desagrada, e você pensa
em alguma maneira de se vingar.

Geralmente envolve alguma das suas
sacanagens, que podem ser magníficas ou cruéis. — Dou de ombros, resignada.
Isso é exaustivo e confuso.


(Simone):Magníficas? — repete ela.

Hã?

(Soraya):Geralmente sim.

(Simone):O quê, por exemplo? — pergunta, os olhos agora brilhando de divertida e sensual curiosidade.


E sei que ela está tentando me distrair.
Droga! Não quero discutir isso na sala de reuniões da SIP. Meu inconsciente examina suas unhas bem-feitas com desdém. Então não deveria ter
começado.


(Soraya):Você sabe.

Fico vermelha, irritada tanto comigo quanto com ela.

(Simone):Posso adivinhar — sussurra ela.

Mas que saco. Estou tentando repreendê-la e ela está me confundindo.

(Soraya):Simone, eu…

(Simone): Eu gosto de satisfazer você.
Ela delicadamente passa o polegar pelo meu lábio inferior.

(Soraya):É o que você faz — admito, minha voz é um suspiro.

(Simone):Eu sei — diz ela suavemente.
Então curva-se para a frente e sussurra no
meu ouvido: — É a única coisa que eu realmente sei fazer.


Ah, como seu cheiro é bom. Ela se inclina para trás e me encara, os lábios retorcidos em um sorriso arrogante, do tipo você-é-tão-minha.

Apertando os lábios, tento com muito esforço não demonstrar como ela
mexe comigo. Ela é tão hábil em me desviar de qualquer assunto doloroso ou
qualquer assunto que não lhe interesse discutir…


E você deixa, intromete-se em vão meu inconsciente, erguendo os olhos de seu exemplar de Jane Eyre.


(Simone):O que foi magnífico, Soraya? — instiga-me Simone, com um brilho
malicioso no olhar.

(Soraya):Você quer uma lista? — pergunto.

(Simone):Existe uma lista? — Ela está se deliciando.

Ah, essa mulher é exaustiva.


(Soraya): Bem, as algemas — murmuro, minha mente me levando de volta para a
nossa lua de mel.



Ela franze o cenho e pega minha mão, passando o polegar no meu pulso.

(Simone):Eu não quero deixar você marcada.

Ah…
Seus lábios se curvam em um sorriso lascivo que se abre lentamente.

(Simone):Vamos para casa. — Seu tom é sedutor.

(Soraya); Preciso trabalhar.


(Simone): Vamos — repete ela, mais insistente.

Fitamos uma a outra, seus olhos cor de mel me  desconcertado, um testando a
outra, testando nossos limites e nossas vontades.

Procuro algum esclarecimento
em seus olhos, tentando decifrar como esta mulher pode ir de maníaca por
controle irado para a amante sedutora em um segundo.


Cayendo en la Tentación III - Simone & SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora