Capítulo 24

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— Venha cá, garota — Alisson disse, sacudindo uma capa do salão de beleza e colocando-a sobre o encosto de uma cadeira. — Você não precisava vir cortar o cabelo para me ver. Eu iria para a sua casa mais tarde.

Jennie sorriu, envolvendo sua amiga em um abraço e apertando com firmeza.

— Não dava para esperar. E estou precisando de um corte. — Alisson ergueu uma sobrancelha. As duas sabiam que aquilo não era verdade, pois ela tinha cortado os cabelos logo antes do casamento de Alisson, há duas semanas. — Como foi no México? Quero todos os detalhes sórdidos. — Sentou-se na cadeira diante de sua amiga e encontrou seu olhar pelo espelho, erguendo um dedo. — Espere, talvez seja melhor não contar todos os detalhes sórdidos.

Alisson sorriu, pegando a capa e prendendo-a em volta do pescoço de Jennie.

Ela empurrou o cabelo de Jennie para o lado e colocou as mãos em seus ombros, olhando-a através do espelho.

— Tiveram, sim, coisas sórdidas. De todos os melhores tipos. — Piscou. — E foi maravilhoso. Eu não queria vir embora.

— Enquanto eu estava aqui esperando por você?

— Você e uns três metros de neve.

— Bom ponto. — Jennie sorriu. — Então, a vida de casada está indo bem até agora?

— Sim, sim. — Gesticulou vagamente. — Mas já morávamos juntos há eras. Mal parece que alguma coisa mudou agora que toda a comoção acabou. Enfim, chega desse assunto. Não acredito que só agora vou saber os detalhes sobre você ter encontrado o carro dos seus pais. — Arregalou os olhos e inclinou-se um pouco para frente. — Como você está, Jennie? De verdade? Quer dizer, eu quase caí dura para trás quando recebi a sua mensagem. — Alisson olhou rapidamente para Moira, a proprietária do salão de beleza onde ela trabalhava, e então, pegou um pente na bancada e começou a passá-lo nos cabelos de Jennie.

Jennie suspirou.

— Estou bem. Bem mesmo. — Melhor do que estava antes.

Alisson começou a dividir mechas nos cabelos de Jennie e prendê-las.

— Não consigo acreditar. Depois de todos esses anos. E como foi encontrado? Você não costuma sair procurando pela floresta no inverno, não é?

Jennie hesitou, repassando mentalmente tudo o que havia acontecido desde que Alisson saíra em lua de mel. Era como se a vida tivesse virado de cabeça para baixo desde então.

— Não, não fui eu que encontrei. Fui conduzida até lá. — Fez uma pausa, pensando por onde começar, percebendo todas as maneiras que sua vida mudou durante o curto tempo que sua amiga esteve fora da cidade. — Você ficou sabendo sobre o assassinato na cidade? Na pousada Larkspur?

Alisson franziu as sobrancelhas, cortando as pontas dos cabelos de Jennie.

— Sim. Assim que voltei. Uma mulher que estava passando pela cidade, não foi? Ouvi uma pessoa dizer que deve ter sido um namorado com o qual ela devia estar viajando ou algo assim. — Sacudiu a cabeça. — Que terrível. Mas o que isso tem a ver com os seus pais?

— Nada. Bem, mais ou menos. Tudo parecia estar conectado com Lisa ― algumas coisas de maneiras maiores, outras menores. Algumas de maneiras que ela não conseguia entender, porque ela não era uma mulher muito acessível.

Mas Lisa estava bem no meio de tudo que havia acontecido ou fora descoberto nas últimas semanas. O que isso significa? Tem implicações maiores do que…

— Terra para Jennie.

— Desculpe.

Começou a contar para Alisson sobre a agente Park Chaeyoung, Isaac Driscoll, Lisa e, então, sobre o colar e como Lisa a conduzira até o local do acidente de seus pais, incluindo a mochila de sua mãe.

Selvagem - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora