Capítulo 36

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A casa de Chaeyoung e Park Jisoo era um rancho charmoso no fim de uma entrada de carros curvada, com área florestal em volta.

Jennie estacionou ali em frente e desligou o motor, olhando para Lisa, que estava sentada ao lado dela, com as palmas apoiadas nas coxas. Na primeira vez em que ela a vira na delegacia ― que agora parecia ter sido há uma década ―, ela estava sentado damesma forma. Agora reconhecia o que era: linguagem corporal indicando nervosismo. Lisa estava se situando.

Estendeu a mão e a pousou sobre a dela, entrelaçando os dedos das duas.

— Vai ser tranquilo.

Ela abriu um sorriso nervoso.

— E se eu fizer algo errado? Não sei como é ir à casa de alguém para jantar.

— Lisa, essas pessoas sabem disso. Eles querem você aqui. Não vão julgar os seus modos. É só fazer o que todo mundo fizer.

Assentiu, mas ainda parecia em dúvida. Ela apertou a mão dela e, então, pegou as sacolas que havia colocado no banco de trás.

— Vamos. Estou com você.

Lisa olhou para as sacolas da mesma forma que fizera quando as vira pelaprimeira vez, com um misto de curiosidade e desconforto, mas seguiu oexemplo dela quando ela abriu a porta da caminhonete e saiu.

Jennie sorriu quando elas chegaram à varanda, decorada com dois arbustos perenes em vasos ladeados de luzes cintilantes em ambos os lados da varanda, e uma grande guirlanda na porta da frente. Ela bateu e segurou a mão de Lisa novamente, dando a ela mais um sorriso encorajador. Se ia começar a dar seus primeiros passos no mundo, tinha que começar por algum lugar, e o melhor ― ela achava ― era a casa de pessoas que compreendiam sua situação e tentariam deixar as coisas confortáveis para ela.

Até então, a única coisa que Lisa havia feito foi andar pela cidade de carro com ela, enquanto Jennie apontava para diferentes lojas e negócios. Sabia que ela tinha um milhão de perguntas, dava para ver na expressão que se transformava de choque para perplexidade, para deleite e, então, para choque novamente. No entanto, Lisa não perguntou nada, e ela deduziu que estava assimilando tudo, tentando entender as coisas sozinha ― ou talvez se lembrar do que já sabia e colocar tudo em contexto. Além disso, também devia estar sofrendo pelo fato de ter sido abandonada, usada, enganada de formas que Jennie ainda não compreendia.

Ainda havia tantas perguntas não respondidas sobre o que aconteceu. Sem contar o que houve com sua mãe e Driscoll. Era tudo demais. Ela não queria apressá-la. Lisa devia estar completamente sobrecarregada.

A porta se abriu, e a agente Park estava ali, sorrindo para elas.

— Entrem. Lisa, Jennie. Feliz Natal.

— Feliz Natal, agente Park — Jennie disse, passando pelo vão da porta e Lisa logo atrás.

— Feliz Natal — Lisa imitou, e o sorriso da agente Park cresceu ainda mais, dando aqueles tapinhas no ombro dela ao entrar na casa.

— Por favor, vocês estão na minha casa. Nada de agente Park. — Ela sorriu. — Podem me chamar de Rosé. E venham conhecer Jisoo. Ela está na cozinha.

Elas seguiram Chaeyoung pela antessala e por um corredor curto.

— Vou colocar isso debaixo da árvore rapidinho. Esperem. — Pegou os pacotes da mão de Jennie e entrou na sala de estar, onde havia uma árvore lindamente decorada e brilhante em um canto, e depois voltou para onde estavam no corredor. — Por aqui. — Sorriu e as conduziu até uma cozinha grande e aberta no fim do corredor.

Uma mulher bonita com cabelos pretos e lisos na altura dos ombros, usando um avental vermelho, estava tirando algo do forno e, em seguida, virou-se, colocando a assadeira sobre a bancada e sorrindo ao avistá-las.

Selvagem - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora