Lisa sentou-se sonolenta, piscando ao olhar em volta do ambiente escuro, os objetos que conhecia bem entrando em foco conforme despertava. Havia um som do lado de fora, um que não reconhecia como parte da floresta, um barulho estranho que devia tê-la arrancado de seus sonhos.
Estendeu a mão, procurando por Pup, sentindo uma tristeza profunda ao perceber que ele não estava ali. Nunca mais estaria ali.
Seus pés tocaram o chão frio, e levantou, indo apressada até a janela dos fundos e olhando para a floresta coberta de neve iluminada pela lua. Uma luz brilhante a cegou de repente, e ela se sobressaltou, desviando o rosto e usando o braço para proteger os olhos. Agachou-se, apoiando as palmas no chão duro de madeira, o que a fez grunhir de dor.
Por um momento, ficou escondida, seu coração batendo forte e pulsando em seus ouvidos, sua mente girando. O que é aquela luz? O que eu faço?
Será que o inimigo viera atrás dela?
Será que arrombariam sua porta? Dominariam-na? Machucariam-na?Matariam-na?Você morrerá hoje?
Não!
Lisa reuniu sua coragem e ergueu a cabeça, espiando pelo peitoril, e a luz abaixou. Havia uma pessoa ― uma mulher, pensou ― de pé do lado de fora, com algum tipo de luz na mão.
Lisa ficou observando, com os olhos arregalados e tenso de medo, ela caminhar até a janela ao lado da que ela se encontrava e tentar espiar. A mulher bateu no vidro e, embora tenha sido com delicadeza, o som pareceu ecoar pela floresta silenciosa, junto às batidas frenéticas de seu coração, pulsando ruidosamente em sua cabeça.
A mulher deu um passo para trás e ficou sob a luz da lua, olhando para a casa, parecendo tão assustada quanto ela. Lisa aproximou-se um pouco mais, tentando olhá-la melhor. Ela não tinha arma, somente uma bolsa grande pendurada no ombro. Olhou para um lado, depois para o outro, depois para trás de si, e então seguiu até a janela diante da qual ela estava agachado e bateu suavemente.
Lisa girou, pressionando as costas contra a parede enquanto as batidas suaves continuavam. Durante vários minutos, ela simplesmente ficou ali, esperando para ver se a mulher ia embora. Mas, ao invés disso, ela bateu novamente, dessa vez falando com suavidade, mas alto o suficiente para ser ouvida através da janela:
— Por favor, me deixe entrar.
Parecia assustada. E se precisa de ajuda? E se estiver perdida e sozinha, como o garoto loiro?
Ficou quieta por mais alguns segundos, nervosa, incerta, antes de finalmente ficar de pé e olhar para ela através do vidro. A mulher a encarou de volta, erguendo a mão.
— O que você quer? — ela perguntou.
Avançou um passo, soltando um soluço e colocando as palmas no vidro.— É você. — Um pequeno som abafado ecoou quando ela deixou a cabeça cair para frente e sua testa encostou no vidro. — Por favor, me deixe entrar. Está tão frio aqui fora, e eu só quero… eu só quero falar com você. Por favor.
Lisa hesitou por mais um segundo, mas, por fim, estendeu a mão, erguendo o vidro da janela lentamente.
— Quem é você?
A mulher sorriu, com lágrimas brilhando em seus olhos enquanto se movia de um pé para o outro. Coçou o pescoço e fungou, limpando o nariz com a manga da blusa em seguida. Olhou para trás de si e então atravessou a janela, mesmo que ela não a tenha convidado para entrar.
— Você mora aqui sozinha?
Lisa fez uma pausa, deduzindo que ela se preocupava se havia outra pessoa ali dentro que poderia machucá-la.
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Selvagem - Jenlisa (G!P)
FanficQuando a guia florestal Jennie Kim é convocada ao escritório do xerife da pequena cidade em Boesang, Coréia do Sul, para prestar assistência em um caso, fica chocada ao descobrir que a única suspeita na investigação de um duplo homicídio é uma mulhe...