Lisa chutou a porta de sua cabana para abri-la, e seu chute foi tão forte que a porta bateu contra a parede e voltou, atingindo-a no ombro antes que ela pudesse carregar Jennie para dentro.
Um grunhido soou em algum lugar.
Devia ter sido Lisa, porque Jennie respondeu com o mesmo som, apertando as pernas em volta da cintura dela.
Jennie estava em todo lugar. Em volta dela, dentro dela. O cheiro dela. O calor dela. Ela. Lisa sentiu a selvageria ― o que Lis tentava tanto não ser ― a rasgando por dentro, gritando para que ela cedesse a esse instinto.
— Lisa — sussurrou entre beijos. O som de seu nome nos lábios dela fez seu peito apertar com tanta força que ela teve que inspirar com força em busca de fôlego. Lisa não conseguia acreditar nisso. Jennie estava ali. Com ela.
Deixando-a tocá-la e beijá-la. Quente. Linda. Dela. A selvageria avançou, tomando as rédeas.
Lisa a jogou sobre a cama, e Jennie soltou uma risada surpresa ao quicar uma, duas vezes no colchão. Ficou parada, e seus olhos se arregalaram ao encará-la, mas não com o medo que Lisa achou que veria. Lisa não tinha certeza se ficava feliz por isso ou não. Precisava que ela dissesse se ela estava agindo certo ou errado, porque não sabia como fazer isso. Tudo que conhecia eram seus instintos ― aquele lado de lobo selvagem dentro dela ―, e seus instintos queriam reivindicar, queriam que Lisa perdesse o controle, que alimentasse a fome pulsando em suas veias.
— Você está tremendo — Jennie disse, tão suavemente que ela quase não a ouviu devido ao sangue sibilando em sua cabeça. Ela segurou a mão de Lisa e a puxou para cima de si, pousando uma de suas mãos na bochecha dela e traçando a maçã de seu rosto. Lisa fechou os olhos diante da felicidade chocante de ter essa mulher a tocando com tanta… doçura. — Você já se viu em um espelho? — Jennie perguntou, afastando uma mecha de cabelo da testa dela.
Lisa negou com a cabeça, incapaz de falar, seu mundo tornando-se somente imagens novamente, somente sensações e cheiros, como acontecia antes de ela encontrar o carro, as palavras. Os cadernos que a fizeram humana de novo. Antes da mãe dela tirá-la da escuridão.
Jennie sorriu, curvando os lábios lentamente, lábios que estavam inchados e rosados de beijá-la. Lisa sentiu orgulho no peito por tê-la feito ficar assim. Dela.
Ela a reivindicou. Queria que os outros machos pudessem ver. Saber que Jennie era dela.
— Você é linda.
— Linda? — Lisa franziu a testa. Ela não pensava que aquela era uma palavra usada apenas para mulheres, e não sabia se isso significava que ela pensava nela como uma mulher.
Jennie riu, passando um dedo pela cicatriz dela novamente.
— Bonita. Sexy. Linda de um jeito feminino.
Foi como se soubesse o que ela tinha pensado, e aquilo a deixou feliz. A luz que entrava pela janela fazia a pele de Jennie parecer dourada e seus olhos brilharem. Jennie, sim, era linda. Lisa inclinou-se para frente e a beijou, porque podia. Aquele fogo em suas veias ficou ainda mais quente, e quando Jennie soltou um gemido, seu controle vacilou um pouco. Calma. Calma.
Precisava sentir o cheiro dela. Em toda parte.
Então aproximou o nariz do pescoço dela e inspirou, percebendo que naquele lugar ela podia sentir o cheiro dela, não das coisas que ela usava, mas o aroma real de sua pele. Ela, e somente ela. O cheiro que fazia os sussurros correrem rápido por seu sangue.
— Eu gosto do seu cheiro — disse contra a garganta de Jennie. Ela soltou um som baixinho que pareceu uma risada, mas do tipo bom. E Jennie colocou os dedos entre os cabelos dela, arranhando seu couro cabeludo com as unhas.
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Selvagem - Jenlisa (G!P)
Fiksi PenggemarQuando a guia florestal Jennie Kim é convocada ao escritório do xerife da pequena cidade em Boesang, Coréia do Sul, para prestar assistência em um caso, fica chocada ao descobrir que a única suspeita na investigação de um duplo homicídio é uma mulhe...