— Entre — Chaeyoung disse, tirando as mãos do teclado do computador e recostando-se na cadeira. Jisoo surgiu na porta.
— Vou ao mercado. Quer alguma coisa específica para o jantar? — Sorriu. — Acho que oficialmente acabamos com todas as sobras das festas de fim de ano.
Chaeyoung riu. Elas vinham comendo peru no café da manhã, almoço e jantar nos últimos dias ― e o mês de novembro também contribuíra com sua parcela de peru ―, e ela já havia comido aquela ave em particular o suficiente para não querer mais por um bom tempo.
— Que tal bife hoje à noite?
— Parece bom. — Virou-se para sair, e Chaeyoung inclinou-se para frente.
— Jisoo?
Ela virou, com uma expressão surpresa, inquisitiva.
— Hã. — Jesus, tinha esquecido como fazer isso? Como falar com sua própria esposa? Tiveram algumas conversas durante as últimas semanas, um tanto constrangedoras, mas também contavam, porém ainda estavam sem prática. — Tirando a óbvia falta de conhecimento de Lisa sobre coisas comuns, o que achou dela?
Fazia vários dias desde que Lisa e Jennie estiveram na casa delas, e embora tivessem falado bem sobre o feriado, não havia falado com ela sobre as especificidades. Mas agora estava oficialmente de volta ao trabalho e, durante as últimas horas, checou seus e-mails e revirou o cérebro para saber para que lado seguir agora. Ela se recusava a deixar esses casos esfriarem.
Jisoo entrou no escritório hesitante, como se temesse ter ouvido errado por pedir uma opinião sobre um assunto de trabalho ― mais ou menos. Ela franziu o cenho por um momento, enquanto pensava na pergunta.
— Ela tem uma doçura, uma… inocência… — Sentou-se na cadeira em frente à mesa de Chaeyoung, e vê-la ali, com aquela expressão pensativa, fez o peito de Chaeyoung se comprimir. — Mas claramente é uma mulher completa. — Ergueu uma sobrancelha, e Chaeyoung riu. Imaginava que qualquer mulher notaria isso. — Mas… não sei. Lisa tem… segredos no olhar. É quase como se tivesse algo que… quer esconder de todo mundo. Pode ser somente sua falta de autoconfiança, mas… — Sacudiu a cabeça. — Oh, olhe só para mim, oferecendo minha intuição quando você me pediu fatos.
Ela meneou a cabeça lentamente.
— Não, eu estava mesmo querendo a sua intuição.
Olhou para baixo, um rubor surgindo em suas bochechas e um sorriso tímido nos lábios. E diante da expressão de felicidade no rosto dela, Chaeyoung repreendeu-se. Quando foi a última vez que você a fez se sentir assim? Nem conseguia se lembrar.
Jisoo ergueu o olhar.
— E, oh, o jeito como olha para Jennie, Rosé. Lisa a venera.
Chaeyoung entrelaçou os dedos.
— Você acha que isso é uma coisa boa?
Sua esposa deu de ombros.— Você quer saber se eu acho que ela poderia fazer dela seu mundo inteiro quando deveria estar focando, bem, no mundo inteiro?
— Sim, exatamente.
Olhou para o lado, pensando novamente.
— Talvez. Mas acho que Jennie é uma garota intuitiva. Acho que irá ajudar a guiá-la, e recuar, se necessário.
— Espero que sim.
A esposa assentiu.
— Eu também.
Por um momento, ficaram ali, fitando uma a outra, as duas sorrindo, com coisas precisando ser ditas, mas Chaeyoung não sabia bem por onde começar, não sabia se queria fazer isso.
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Selvagem - Jenlisa (G!P)
Fiksi PenggemarQuando a guia florestal Jennie Kim é convocada ao escritório do xerife da pequena cidade em Boesang, Coréia do Sul, para prestar assistência em um caso, fica chocada ao descobrir que a única suspeita na investigação de um duplo homicídio é uma mulhe...