Capítulo 32

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Chaeyoung ergueu a aldrava dourada e ornamentada e bateu à enorme porta esculpida, olhando para o portão por onde havia acabado de entrar com seu carro, o nome da propriedade escrita em caligrafia cursiva e elegante:

Manobal. A porta se abriu, e um homem com uniforme de mordomo surgiu diante dela. Ele fez um cumprimento com a cabeça.

— Senhora, entre, por favor. O Sr. Manobal está na sala de estar.

Chaeyoung entrou na casa, sentindo como se tivesse acabado de entrar no jogo Detetive, e a Srta. Scarlet desceria pela escadaria em espiral grandiosa a qualquer momento segurando um candelabro.

O mordomo conduziu o caminho, estendendo o braço em direção a outra porta enorme que Chaeyoung imaginou que levava à sala de estar, onde o proprietário desse lugar e de uma extensão volumosa de terras em volta estava.

Havia ligado para o número de contato do site que a mulher na biblioteca havia visitado, e falou com a secretária de Somchai Manobal. Ele não estava presente no escritório, no momento, mas Chaeyoung recebeu uma ligação de volta algumas horas depois, dizendo que o Sr. Manobal poderia encontrá-la em sua casa, que ficava fora da Coréia.

— Obrigado — disse ao mordomo ao entrar no cômodo. Um homem mais velho estava de pé diante de um carrinho de bebidas próximo à janela, e virou-se ao ouvir a porta fechar-se atrás de Chaeyoung.

— Sr. Manobal — Chaeyoung o saudou, aproximando-se do senhor alto e de ombros largos, estendendo a mão. — Agente Park Chaeyoung. Obrigado por me receber.

Eles se cumprimentaram, o Sr. Manobal oferecendo um aperto firme, seus olhos avaliando.

— Agente Park.

— Por favor, me chame de Chaeyoung.

O Sr. Manobal assentiu ao virar-se, voltando ao carrinho.

— Me chame de Somchai, então. Eu estava me servindo com uma bebida.
Está quase na hora do happy hour, concorda? — Abriu um sorriso largo, exibindo dentes brancos e alinhados. — Gostaria de se juntar a mim?

— Não, senhor, obrigado. — Ainda eram quatro da tarde, e Chaeyoung não bebia em serviço, mas deduziu que aquele homem era rico o suficiente para designar seu happy hour a qualquer momento que quisesse.

— Há quanto tempo a sua família vive aqui, em Bangkok? — Chaeyoung perguntou, ouvindo gelo bater em um copo.

— A propriedade está na família Manobal há quatro gerações. Quatrocentos mil hectares de terras nobres de Bangkok que se estendem por seis condados. — Chaeyoung sabia daquilo, porque havia pesquisado antes de ir ali. Também sabia que a família Manobal havia conquistado sua fortuna substancial como uma das dez maiores empresas madeireiras da Tailândia. O atual CEO da Madeireira Manobal virou-se, sorrindo e girando um líquido âmbar em um copo de cristal. — Mas tenho certeza de que não está aqui para falar sobre a Tailândia. O que posso fazer por você, agente? — Apontou com a cabeça para uma área de estar e Chaeyoung sentou-se em uma das poltronas de veludo azul, enquanto Somchai sentou-se de frente para ela e tomou um gole de sua bebida.

— Sr… Somchai, estou aqui porque uma mulher foi encontrada morta em Boesang há pouco mais de duas semanas, e tenho razões para acreditar que ela contatou o seu escritório um dia antes de morrer.

— Morrer?

— Sim, senhor.

Somchai Manobal encarou Chaeyoung por sobre a borda do copo, tomando mais um pequeno gole e, então, deixando o copo de lado. Soltou um suspiro.

— Prija Chittaka.

Chaeyoung foi pega de surpresa.

— Nós ainda não sabemos o nome da vítima. Recolhemos algumas impressões digitais, mas até agora…

Selvagem - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora