A neve havia derretido, deixando a terra macia e esponjosa sob os pés dela.
Ao longe, Jennie ouvia o latido ocasional de um cachorro conforme andava pela floresta com a agente Park.
Jennie tinha ficado surpresa quando ela ligou naquela manhã, pedindo uma carona até a casa de Isaac Driscoll, mesmo que as ruas estivessem mais livres do que na semana anterior. Havia presumido que sua carreira menos-que-prestigiada de consultora da polícia tinha oficialmente terminado.
Mas a agente Park disse que precisava não somente de uma carona, mas também poderia usar sua ajuda para "bisbilhotar pela floresta", em suas palavras.
Jennie sugeriu que Lisa também fosse para ajudar ― ou até mesmo no lugar dela ―, afinal, ninguém conhecia essa floresta em particular melhor do que Lisa.
Mas a agente Park disse que não, e Jennie achou que Chaeyoung estava sendo cautelosa, então ali estava, pisando em um galho deteriorado enquanto analisava o pedaço de papel que Isaac Driscoll desenhara e aparentemente mantivera na gaveta de sua mesa de cabeceira.
- Chefe? - chamou uma voz vinda por trás delas.
- Sim? - a agente Park respondeu, passando por ela e indo até onde o outro homem estava.
Jennie o reconheceu como um dos homens que seguravam cachorros quando eles chegaram há meia hora.
Jennie desviou o olhar, estudando o mapa novamente. A agente Park dissera a ela que a palavra no canto inferior ― obediência ― tinha algo a ver com os espartanos. Aparentemente, Driscoll era obcecado por eles. Jennie soltou um suspiro frustrado. Sem um ponto de partida específico, não fazia ideia do que procurar. Não tinha nada ali que parecesse com qualquer coisa que já vira em um mapa tradicional.
- Dois corpos, senhora - a voz do homem chegou até ela. Jennie congelou, arregalando os olhos. Dois corpos?
Ela ouviu a agente Park soltar uma lufada de ar lenta pela boca.
- Crianças? - perguntou, e havia algo em sua voz que fez Jennie achar que ela já sabia a resposta.
- Parece que sim. Uma muito nova, a outra mais velha. O laboratório dará mais informações.
- Ok. Obrigado, David. Os cachorros identificaram mais alguma coisa?
- Ainda não. Vamos ampliar a área de busca e voltar amanhã, se necessário.
- Obrigado. Me avise imediatamente se encontrar mais alguma coisa.
- Pode deixar.
Jennie ouviu o homem chamado David se afastar e a agente Park se aproximar dela por trás, virando-se lentamente para encontrar o olhar dela.
Chaeyoung devia ter notado pela expressão de Jennie que havia ouvido a conversa, porque soltou uma respiração e disse, também para si mesma:
- Eu estava torcendo para não estar certa.
- Duas crianças? - Jennie sussurrou, sentindo o horror percorrê-la. Havia duas crianças enterradas ali. As crianças de quem?
A agente Park assentiu solenemente.
- Eles encontraram duas - Jennie disse.
- Você... você acha que essa terceira marcação é mais uma? - E se
Chaeyoung achava isso, por que pediu que ela fosse com ela? Os cães pareciam estar dando conta do recado.- Eu não sei. Espero que não. Há duas marcações vermelhas e uma preta.
- Se as vermelhas eram a localização dos dois corpos, a preta devia ter um significado diferente. - Essa linha ondulada aqui que parece um riacho ou um rio. Acha que podemos encontrá-la agora que a neve derreteu um pouco?
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Selvagem - Jenlisa (G!P)
FanficQuando a guia florestal Jennie Kim é convocada ao escritório do xerife da pequena cidade em Boesang, Coréia do Sul, para prestar assistência em um caso, fica chocada ao descobrir que a única suspeita na investigação de um duplo homicídio é uma mulhe...