Last Chance - Jeon Jungkook

63. 𝐿𝑎𝑠𝑡 𝐶ℎ𝑎𝑛𝑐𝑒

[...]

Já estávamos a caminho de Seul.

Todos estavam em silêncio no nosso carro. O único barulho vinha da estrada e da música que tocava.

- Você deixou o celular lá, né? - assenti assim que escutei a voz de Jungkook.

Observei os próximos passos do moreno, percebendo ele olhar pelo retrovisor o automóvel do meu pai, que vinha logo atrás de nós.

- Quando chegarmos em Seul vamos todos entrar no casarão sem chamar atenção, ok?! - demorei para voltar a concordar - Não acho que ele tenha enviado alguém para vigiar em Jecheon, mas ele com certeza está esperando alguma brecha na frente da casa dos meus pais - demorei pra formar a boca num "O". Era claro que sim! E mais outra vez minha cabeça não havia pensado no óbvio.

Eu acho que estava tão aflita que mal conseguia pensar decentemente.

- Sim, verdade... - resolvi dizer alguma coisa, dessa vez virando minha cabeça para olhar os bancos de trás.

A Sra.Park seguia com um olhar sereno.

O olhar sereno desde que deixou sua cidade.

- Tá tudo bem? - estendi minha mão, querendo que ela interagisse ou desse um sinal de estabilidade.

- Estou sim - a mais velha sorriu sem mostrar os dentes, esticando aos poucos a mão dela para retribuir o carinho.

- Que bom - sussurrei, observando cada tracinho da expressão dela naquele momento.

Em alguns minutos eu daria o seu remédio de dor, então tinha que ter responsabilidade para não fazer errado.

- Quanto tempo até Seul, querido?! - minha mãe não estava na parte em que havíamos discutido sobre aquilo.

- Uma hora e meia mais ou menos, Sra.Park. Depende muito do trânsito - a mesma assentiu quando o escutou falar.

- Tá certo...

- Você dormiu bem a noite, mãe?? - voltei a dialogar com ela ao notá-la meio desconfortável.

Não era culpa do assento, pois havíamos ajustado ao máximo até que ela dissesse que estava bom.

- Mais ou menos, amor - ela forçou um sorriso agora diferente do de antes, demonstrando mais outra vez que não estava 100% bem.

- Algum problema? Está com dor?? - insinuei estar preocupada, notando ela voltar a tocar na minha mão, impedindo que eu exagerasse.

- Está tudo bem, não se preocupe - a mesma fez uma careta, resmungando ao mexer o corpo.

- Mãe, não fique se mexendo muito...

- Sra.Park, tente cochilar um pouco. A senhora não dormiu bem. Daqui a pouco a Sarah pode acordá-la para tomar a medicação - concordei, afim de vê-la bem logo.

- Eu estou bem, amores. Isso não é nada - suspirei ao ver a teimosia que ela tanto escondia até agora.

Não queria discutir, então só respeitei o momento, voltando a virar para a frente.

Minutos depois quando me virei novamente para olhá-la, ela dormia.

Não tinha noção a quanto tempo ela fazia aquilo, mas agora tinha que acordá-la para o remédio.

Então, fui rápida.

[...]

Algum tempo depois, quando já estávamos na parte da estrada que era mais tranquila, Jeon resolveu entrosar nossas mãos, acariciando a minha enquanto chegávamos cada vez mais perto da cidade.