Passaram duas semanas... duas semanas de puro desespero e ódio por mim própria...
Nunca pensei que pudesse sentir-me assim... Normalmente sinto prazer e alívio quando roubo almas , mas desta vez não senti nada. Absolutamente nada.
Volto a olhar para o espelho do quarto em que estou. Tenho um aspeto horrível. Os meus vibrantes olhos azuis estão agora pálidos, quase que mortos. Logo abaixo deles estão duas enormes aurelas roxas. Os meus lábios carnudos estão gretados, e o meu cabelo azul está tão despenteado que podiam habitar lá ratos.
Ainda não saí desta casa, quando chegar ao orfanato vou ser castigada severamente. Mas sabem que mais? Não quero saber! Eu mereço , agi de forma descontrolada e impulsiva como nunca tinha acontecido antes. Nunca pensei descer tão baixo só por causa de um rapaz.
***
Tenho que sair deste lugar ou vou ficar maluca.
Vou ao local onde se encontram os restos mortais e fedorentos da minha mais recente alma. Tapo o nariz porque o fedor é demasiado para suportar. Olho para ela. Não a posso levar a lado nenhum , seria demasiado nojento. Na minha cabeça só penso numa escapatória.
Vou à arrecadação e procuro o recipiente vermelho. Quando finalmente o encontro vou à cozinha e tiro os fosforos.
Volto rapidamente e começo a espalhar o líquido transparente a volta dele , ensopando tudo.
Vou a todas as divisões da casa e faço o mesmo. Como ela é de madeira vai arder rapidamente, espero.
Faço um trilho até a porta da rua. É agora. A minha casa, o meu disfarçe, as minhas memórias.
Realmente passei muitos bons momentos aqui . Esta casa é das únicas coisas que realmente valorizo mas está na hora de partir. Começar um novo capítulo . De renascer. De voltar a ser a Coraline inteligente, matreira , que pensa de cabeça fria e sem rapazes.
Pego na caixinha pequenina e fico com a sensação de nó na garganta. Raspo a pequena cabeça vermelha numa das laterais da casa e deixo-a cair para cima do trilho.
É agora! Começo a correr o mais que posso , atrás de mim ouço um grande ruido e sou impulsionada para a frente. Levanto-me rapidamente e olho para trás vendo aquilo a que chamava de casa, completamente destruida. Ao longe consigo ouvir sirenes dos bombeiros por isso despaço-me o mais depressa possivel a chegar ao orfanato.
***
- Querida, por onde é que tu andas-te?- assim que chego ao orfanato ouço a voz estridente da dona Crystal.
-Eu... eu não posso dizer... - Ela abraça-me enquanto eu fico imóvel.
- Está tudo bem linda?- as mãos dela envolvem a minha cara e ela beija-me a testa- Já viste o teu estado. Vais tomar banho e depois vais-te apresentar no gabinete da diretora. Ela tem que saber que tu chegaste, tenta não ser castigada, ok princessa?
Eu assinto e abraço a dona Crystal , seguindo para o meu dormitório. Durante o caminho passo por vários adolescentes e crianças. Uns olham-me preocupadamente, outros apontam e riem e outros apenas ignoram.
Assim que chego ao quarto Nadiya olha-me admirada.
-Onde é que tu estiveste? Sabes que estás metida em sarilhos! O meu deus! Eu tentei encobrir-te e liguei-te milhares de vezes e meu Deus eu tive...- interrompo-a abraçando-a. Tive tantas saudades desta loura que passou de nada para tudo. Ela aperta-me com muita força . Finalmente separamo-nos e eu seco algumas lágrimas secas.
- Eu esperei o pior... tu não apareces à duas semanas...
-Eu sei , desculpa. Mas agora está tudo bem. Eu vou tomar banho , ser castigada e depois estou de volta. Tão rebelde como habitual.- rio-me baixinho juntamente com Nadiya.
Depois de mais algumas trocas de palavras eu entro na casa de banho e tomo um banho rápido, depois lavo os dentes , sempre com uma pessoa no pensamento... Luke.
Por mais que eu consiga não o consigo tirar do pensamento , nunca me tinha interessado assim por nenhum rapaz. Ele é tipo uma junção de anjo com tigre e tem aquele senso de humor juntado ao mistério. Parece que o conheço tão bem mas ao mesmo tempo tão mal.
Com este pensamento na cabeça volto ao quarto e ativo o meu telemóvel, inativo à duas semanas. O que se segue a seguir são repetidos apitos que avisam que recebi mensagens . Respondo a Claryce , a Matty , a Jake e ignoro as de Luke.
Depois de me despedir de Nadiya sigo para o corredor. Nado em pensamentos até parar à frente da tão esperada porta. A minha espinha arrepia-se e bato a porta duas vezes.
- Entra Coraline.- A voz calma mas carregada de superioridade da diretora faz-se ouvir e arrepio-me pela segunda vez nestes últimos segundos. Abro a porta lentamente.
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OLÁ A TODOS. ATUALIZEI!!!!! VOU TENTAR ATUALIZAR TODOS OS DIAS A PARTIR DAQUI. TENTAR, NÃO PROMETO NADA. ENTÃO, QUE ESTÃO A ACHAR DA HISTÓRIA? DA CAIDA DE CONFIANÇA DA CORALINE, A NOSSA ROUBADORA DE ALMAS? CONTEM-ME TUDO!
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Diário de uma Serial Killer
HorrorCoraline , 17 anos. Muito nova para matar? Não , faço-o desde os 9 anos. Sim, desde essa idade. Porque quando se cresce no pior orfanato de Strognofild tudo pode acontecer. Atenção: Toda a história "Diário de uma Serial Killer" é TOTALMENTE FICCIONA...