XLV

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Ajeito-me no sofá e olho pela janela. Observo cada pormenor , cada edifício . Já fizemos muitos trabalhos aqui. Este sítio é maravilhoso , não só pela enorme quantidade de almas , mas também por não terem tanto preconceito como noutros locais.

Aqui tu até podes sair só com uma tanga que as pessoas não te vão julgar. Aqui ser diferente é ser único , ser especial.

- Babe? - Luke chama-me. Eu saio do meu transe e olho para ele.- Vamos?

Eu assinto e pego no meu casaco.

***

- É aquele homem ali. - Luke sussurra ao meu ouvido e aponta para um homem que está a passar por um beco. Eu corro até a pessoa em questão.

- Olá! Olhe , pode-me dizer onde é que é a sex shop? - eu pergunto ao homem. Ele pára, olha para mim e sorri de lado.

-Sim , claro. Siga-me. - ele diz com sotaque japonês. Eu faço sinal para Luke e depois vou atrás do homem.

Ele leva-me até um apartamento. Eu , como habitual finjo-me de desentendida.

- É por aqui? - pergunto com os meus dotes de atriz.

O homem olha para trás e continua a andar. Chega até a uma porta e abre-a. Eu entro e encosto a porta.

Ando um pouco , mas não consigo ver nada. Sinto-me ser agarrada por trás , enquanto em tapam a boca.

Permaneço da mesma maneira. Sou libertada segundos depois. Ouço algumas palavras japonesas e algo partir.

Acendo a luz . Vejo o homem já com algemas com a cara esborrachada no chão e Luke com o pé em cima da mesma.

- Bom , agora é a parte divertida. - Luke sorri.

***

Amarro a ultima corda e observo o homem pendurado pelo teto.

Faço sinal para Luke , que vai ao armário de erotismo do homem e vem de la com um chicote.

Ele volta a sair para ir buscar uma faca.

- Não devias confiar em todas as raparigas bonitas que vês na rua. - eu passo o chicote pelas costas do homem, batendo com força a seguir. O rasgar de roupa é seguido por um grito.

Rio-me.

Luke volta com uma faca e uma colher pequena.

Coloco-me à frente do homem , que me olha assustado. Não durante mais tempo.

Faço o ritual habitual de retirar um dos olhos , lentamente , apenas apreciando o sofrimento da vítima . Os gritos parecem música para os meus ouvidos.

Ele remexe-se , mesmo estando preso , e grita como nunca ouvi ninguém gritar.

Quando acabo, passo a colher a Luke , para ele acabar.

Pego na faca e vou para trás do homem. Coloco a faca mesmo no meio da nuca e espeto-a , arrastando-a pelas costas até ao fim dessas mesmas.

Sangue espirra para cima de mim. Eu sorrio demoníacamente , assim como Luke.

***

- Mais um trabalho feito. - Eu caio em cima da cama e riu-me . Luke faz o mesmo.

Coloco-me por cima dele e beijo-lhe a testa.

Ele faz-me o mesmo. Rapidamente as nossas bocas colam-se uma à outra. Sinto a sua língua passar pelo meu lábio inferior .

As suas mãos vão em direcção ao meu rabo , apertando-o em seguida.

O nosso momento é interrompido por um som muito agudo.

- Mas que merda?- eu digo. Tento decifrar de onde vem o som . Luke está à olhar para a televisão.

O meu olhar é dirigido até lá.

Uma figura toda preta está lá presente. Finalmente o barulho para.

-Coraline, foste tu que ligas-te a televisão? - Luke pergunta baixinho. Eu faço que não com a cabeça.

- Obrigado pela vossa atenção.- A figura da televisão diz, numa voz deformada. - E desculpem interromper o momento. - um riso sinistro é ouvido a seguir.

- Quem és tu? - Luke pergunta , elevando o tom de voz. Eu coloco a minha mão no seu peito e levanto-me , dirigindo-me à televisão.

- Eu sei quem é. Estava à tua espera. - eu digo .

- Claro que estavas. - a figura volta a dizer.

- O que queres de mim ? Já não bastou os meus pais? - eu pergunto calmamente .

- Os teus pais é que te arrastaram para eles. Eu não queria ter de os matar, mas eles puseram o plano em risco. O meu plano! - a voz diz.

- Que plano porra! - eu grito. - Diz logo de uma vez a merda que queres Já estou farta dessas merdas de jogos. Até nos meus sonhos entras.

Outra gargalhada.

- Coraline , Coraline. Sempre tão inocente. Eu vou ai buscar-te. Envio-te as coordenadas , aparece só tu. Se vier mais alguém , não me julgues pelas minhas ações.

-Seu filho da... - eu grito para a televisão , antes de esta se apagar.

Sento-me no chão . Luke vem a correr ter comigo.

-Ele descobriu-nos - Luke diz.

- Pois descobriu... - eu digo também.

- Merda! - Luke grita. - Eu devia ter-te protegido , eu trouxe-te aqui para te proteger. Merda , merda , merda.

- A culpa não é tua... Ele é muito inteligente. Eu não sei o que se passa, nem qual é o plano dele. Mas vou descobrir

Diário de uma Serial KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora