O sol ainda nem havia raiado naquela manhã, quando Sam e Tee tiveram que acordar e sair de suas camas. Irmã Inez tinha ido até o quarto chama-las para poderem começar com as obrigações daquele dia. Sam bufou com aquilo, pois na noite passada havia ido dormir tarde conversando com Tee e talvez tivesse tido apenas três horas de sono.
Mesmo sem vontade, Sam levantou-se e foi até o banheiro fazer sua higiene matinal. Havia algumas freiras ali de frente para as pias, umas no banheiro, mas Sam com a cara fechada mal ergueu o rosto para fita-las. Jim e Mon não estavam por ali e ela não queria ter que forçar simpatia com mais ninguém.
Terminou sua higiene e voltou para o quarto logo percebendo que Tee estava com uma cara de poucos amigos também. Não disseram nada respeitando o mal humor uma da outra e então Tee saiu com sua escova e toalha de rosto. Sam sentou-se na cama e bocejou, os olhos lacrimejavam por conta do sono. Bufou irritada mais uma vez e lentamente começou a vestir-se, colocando o hábito em sua cabeça.
Após tomarem um rápido café da manhã junto de algumas feiras que também já estavam acordadas, Sam e Tee aguardavam Inez em frente do convento para então seguirem para o trabalho o qual foram designadas aquele dia. Segundo a freira, elas iriam para uma vila vizinha de Cojímar ajudar na pequena feira que ocorria toda semana. Esse era um dos trabalhos que as freiras faziam e elas foram incluídas.
Alguns minutos depois, Mon e Jim apareceram com sorrisos entusiasmados no rosto. Sam as saudou brevemente e virou seu rosto para o outro lado observando a rua escura e tranquila, não estava afim de conversas. Inez então finalmente apareceu dirigindo uma van prata e parou em frente às freiras, Jim e Mon se aproximaram abrindo o veículo e logo deram espaço para que Sam e Tee entrassem.
- Isso não tá me cheirando coisa boa. - Tee sussurrou para Sam, que apenas analisava tudo em silêncio.
As quatro sentaram-se atrás com Inez na direção, mas a freira ainda continuou parada como se esperasse por mais alguém. Sam fitava o vidro da janela observando o dia começar a clarear. Mon, sua então orientadora, estava sentada em sua frente e Tee ao seu lado. Alguns minutos se passaram até que ouviu a porta da frente bater e outra freira sentar-se ao lado de Inez. Sam observou a mulher notando que a mesma era jovem assim como elas.
- Desculpe a demora irmã, madre Consuelo me chamou para entregar essa caixa com terços. A última remessa tinha acabado. - a garota comentou, assim que Inez começou a sair com a van.
- Oh não há problema algum, Nita. A madre havia comentado mesmo sobre isso. - a mulher sorriu.
Sam revirou seus olhos e cruzou os braços se aconchegando no assento para então tentar tirar um cochilo. Tee já tinha apagado assim que entrou no veículo e ela pretendia fazer o mesmo.
Não demorou muito para que chegassem na vila vizinha. Assim que a van parou, Sam cutucou Tee para que ela acordasse e a mesma limpou a baba que escorria pelo rosto endireitando a postura. Logo as freiras sentadas na frente se colocaram para fora do veículo e Sam e Tee fizeram o mesmo.
Haviam várias tendas estendidas pela longa rua, a maioria de frutas e verduras. As garotas examinavam o lugar enquanto as outras pegavam caixas para levar até o local de sua tenda, imaginou Sam ao observar.
- Aqui, querida, você pode levar estas. - Inez se aproximou deixando uma caixa um tanto pesada nas mãos de Sam e em seguida outra nas mãos de Tee.
Logo todas seguiram em direção da tenda, algumas pessoas que estavam ali as cumprimentavam e as olhavam como se elas fossem algum tipo de atração. Sam revirava seus olhos e os olhava feio sem que as outras freiras notassem, fitou Tee e viu que ela fazia o mesmo.
Assim que Inez terminou de montar o lugar onde ficariam nas próximas horas, Sam colocou sua caixa no chão e viu quando Mon fez o mesmo ao seu lado.
- Empolgada com o primeiro trabalho da igreja? - Mon disse a olhando, dando um singelo sorriso.
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𝐋𝐢𝐭𝐮𝐫𝐠𝐢𝐚
Fanfiction𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 𝐎𝐒 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐑𝐄𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐃𝐎𝐒 𝐀: 𝐋𝐀𝐔𝐑𝐙𝐉𝐅𝐕 Desde pequena, Mon já tinha seu caminho traçado. Por quase ter morrido ao nascer, seu pai Aon, um homem extremamente religioso e devoto, fez uma promessa a Deus. Se Mon sobre...